Após sofrer AVC, aluna passa em primeiro lugar em Medicina
Eduarda Moreira, de 18 anos, conta que estudava 10 horas por dia antes do “susto”. Agora, comemora sua entrada na faculdade
Passar em 1º lugar no curso de Medicina da Faculdade Multivix de São Mateus, com bolsa de 100%, foi o resultado de muito esforço da estudante baiana Eduarda Sousa Moreira, de 18 anos.
Ela enfrentou um ataque isquêmico transitório, conhecido como mini AVC, durante a trajetória para realizar o sonho de infância.
Natural de Teixeira de Freitas, Bahia, a jovem, que nutre o sonho de ser médica desde os 3 anos de idade, criou uma rotina de dedicação, estudando 10 horas por dia, entre 7 horas e 21 horas.
“Quando dava meio-dia, eu ia para a biblioteca para fazer monitoria. À noite eu estudava por conta própria, então, era uma rotina bem complicada”.
E a rotina acelerada, em conjunto com a ansiedade, provocou um ataque isquêmico transitório na jovem em julho, não deixando sequelas, mas acendendo um alerta: desacelerar.
“O médico me falou que esse episódio que aconteceu foi justamente por conta do estresse, da ansiedade, e que foi algo transitório, por isso não ficou nenhuma sequela”.
Após o susto, Eduarda compartilhou com os pais, Manuel da Cruz Moreira e Cleusa Elias de Sousa, a resposta positiva da faculdade que recebeu na semana passada. O registro do momento viralizou nas redes sociais, com mais de 400 mil visualizações.
“Foi uma luta não só minha, mas dos meus pais também. De fazer tudo por mim. Os planos de Deus sendo realizados na minha vida”.
Para Tadeu Penina, CEO e sócio da Multivix, a história de Eduarda vai de encontro com o propósito da instituição: “Transformar vidas por meio da educação de excelência e formar médicos qualificados e com consciência cidadã”, destacou.
“Esse sonho cresceu em mim desde pequena”
A Tribuna — Por que a Medicina?
Eduarda Moreira — Eu sempre fui apaixonada pela medicina. Quando eu falo que desde os 3 anos de idade eu quero ser médica, não é da boca pra fora. Eu via os médicos e meus olhos brilhavam. Esse sonho cresceu em mim desde pequena.
Como era sua rotina de estudos?
Eu estudava das 7 horas até as 21 horas, mas com as pausas, né? No cursinho, de 7 horas ao meio-dia. Quando dava meio-dia, eu ia para a biblioteca para fazer monitoria, e à noite eu estudava por conta própria.
Quais sintomas sentiu quando teve o mini AVC?
Passei duas semanas sentindo muita dor de cabeça, pressão muito forte na cabeça, cheguei a vomitar. No dia que sofri o mini AVC, eu acordei com paralisia facial, dores e dormência também, que foi o que me deixou mais assustada no momento.
O que fez após sentir os sintomas?
Fui ao médico, passei três dias internada, fiz várias ressonâncias, fiz tomografia, angiotomografia, exames de sangue. Após isso tudo, recebi a opinião de três médicos, incluindo um de Vitória, e todos indicaram que era um ataque isquêmico transitório.
O que passou pela sua cabeça?
Eu sempre tive um apoio muito grande dos meus pais. Eles falaram: 'filha, você não tem nenhuma responsabilidade de passar, tira essa cobrança da sua cabeça'. Porque a cobrança sempre veio de mim mesma. Então, tirei um tempo para mim, duas semanas para descansar um pouco minha mente.
Como foi viralizar na internet?
A gente fica com medo das redes sociais, porque, às vezes, as pessoas destilam muito ódio. Mas o que eu vi, realmente, foi um agir de Deus. Tantas pessoas que nem me conheciam glorificando a Deus pela minha vitória, foi muito bom.
Que conselho daria para quem está estudando para conseguir uma vaga na faculdade?
O processo do vestibular é muito difícil, tem que se esforçar muito. Mas a gente tem que saber equilibrar as coisas. Tem que ter o momento dos nossos estudos, do lazer, para a família. Isso tudo é importante para tornar o processo mais leve. É importante a gente ter do nosso lado quem nos apoia.
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