Vitória chega a 500 dias sem casos de feminicídio
Prefeitura comemora marca e avalia que educação em tempo integral e autonomia financeira ajudam a reduzir os números
Vitória completou, na última semana, 500 dias sem registro de feminicídios – a última ocorrência foi em 8 de junho de 2024. A prefeitura da capital comemora a marca e atribui o resultado à combinação de educação em tempo integral, qualificação profissional – ligada à autonomia financeira das mulheres –, fortalecimento das políticas sociais e integração com todas as forças de segurança.
O prefeito Lorenzo Pazolini aponta que na educação, a expansão das escolas em tempo integral, de 4 unidades em 2021 para 41 em 2025, permite que crianças permaneçam mais tempo na escola e que mães possam trabalhar ou participar de cursos profissionalizantes da Secretaria de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho.
Junto a isso, a qualificação profissional tem oferecido oportunidades para mulheres conquistarem autonomia financeira, permitindo que saiam de situações de violência doméstica sem depender economicamente de agressores.
Desde 2021, mais de 2.300 vagas foram disponibilizadas em cursos profissionalizantes, beneficiando especialmente mães que antes não tinham condições de estudar ou trabalhar.
Na saúde, destaque para atendimentos voltados à proteção da mulher, incluindo a Casa Rosa, centro de acolhimento para mulheres e famílias vítimas de violência, que oferece suporte psicológico, médico e orientação em parceria com o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv), ligado à Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos.
“As mulheres recebem atendimento integral, orientação para inserção no mercado de trabalho e acompanhamento psicológico, reforçando a importância de políticas que se cruzam para gerar impacto efetivo”, ressaltou Lorenzo Pazolini.
Mas é preciso ficar atento, já que antes que um feminicídio aconteça, há sinais que qualquer pessoa pode observar, não somente a mulher em situação de violência.
“Muitas vezes não se resume às agressões físicas. O silêncio, o controle, as ameaças e até a violência patrimonial fazem parte de um ciclo que precisa ser interrompido com informação, apoio e proteção”, descreveu a comandante da Guarda de Vitória, Dayse Barbosa.
A Guarda Civil Municipal atua no enfrentamento da violência por meio de patrulhamento preventivo, monitoramento e tecnologia, como o Botão Maria da Penha.
Saiba mais
O que fazer se for vítima
Em caso de emergência, ligue 190.
Procure um local seguro, afastando-se do agressor.
Registre a ocorrência em uma delegacia, preferencialmente a Delegacia da Mulher.
Solicite medidas protetivas para afastamento do agressor.
Acione a rede de proteção: Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência de Vitória e Botão Maria da Penha.
Guarde provas da violência: mensagens, fotos, áudios e exames.
Botão Maria da Penha
Implantado em Vitória, é entregue a mulheres com medidas protetivas de urgência. Envia a localização da vítima em tempo real à Central da Guarda. Quando acionado, um alerta é feito para a Central e é deslocada a viatura mais próxima .
Casa Rosa
Inaugurada em 2021, conta com médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e técnicos. O atendimento inclui escuta, avaliação de risco, acompanhamento médico e psicossocial, e orientações para inserção no mercado de trabalho.
Funcionamento: De segunda a sexta, das 8h às 17h. Contato: 3332-3290 e [email protected], Rua Hermes Curry Carneiro, nº 360, Ilha de Santa Maria.
Fonte: Prefeitura de Vitória.
O que ele diz sobre...
Combinação de políticas públicas
“O que vemos hoje vai muito além de ações isoladas, é a combinação de políticas de educação, assistência social, saúde, cidadania e segurança, que transforma a vida das pessoas. Mulheres com proteção, crianças com educação de qualidade, famílias amparadas, isso cria esperança e reflete em uma cidade mais segura. Vitória hoje está há mais de 500 dias sem registros de feminicídio e tivemos uma redução histórica nos homicídios pela metade”.
Educação em tempo integral
“Quando nós levamos a escola em tempo integral para dentro das comunidades, aquelas mulheres que eram vítimas de violações de direitos, violência patrimonial, violência física, violência moral e agressões passam a ter uma oportunidade de se inserirem no mercado de trabalho”.
Qualificação profissional e autonomia financeira
“Com a escola em tempo integral, mulheres vítimas de violência conseguem cuidar dos filhos enquanto participam de cursos profissionalizantes. Desde 2021, mais de 2.300 vagas em 20 cursos permitiram que essas mulheres conquistassem independência financeira, reduzindo a dependência do agressor e fortalecendo sua cidadania.”
Segurança pública
“Desde 2024, a Guarda Civil Municipal de Vitória utiliza Inteligência Artificial junto às câmeras de monitoramento da cidade. Capaz de captar comportamentos atípicos, de veículos ou de pessoas, o software permite, por exemplo, detectar colisões e veículos quebrados em ruas e avenidas o mais rápido possível”.
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