300 focos de incêndio em 15 dias no ES
Tempo seco, associado ao calor e vento forte, facilita o surgimento de focos de queimadas e a propagação das chamas
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Uma fumaça móvel e opaca, acompanhada de fuligem, cobriu o céu da Grande Vitória na quinta-feira (16), trazendo transtorno para os moradores.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, focos de incêndio foram registrados em Córrego Sete, Vila Velha; Vila Capixaba, Cariacica; no entorno do Aeroporto de Vitória, e em uma área aberta, entre os bairros São Diogo e Feu Rosa, na Serra.
Nos primeiros 15 dias deste mês, foram 300 focos de incêndio na Região Metropolitana, contra 53 registrados no mesmo período do ano passado.
Em nota, a corporação afirmou que o tempo seco, associado às altas temperaturas e vento forte, facilitam o surgimento de focos de incêndio e a propagação das chamas e da fumaça.
A capitã e porta-voz do Corpo de Bombeiros Andresa Silva conta que, em Vitória, as equipes atuam desde quarta-feira (15) para conter um incêndio de grandes proporções que atinge a mata no entorno no aeroporto. “A área é alagada, mas devido às altas temperaturas, está seca. E está ventando muito”.
Na Serra, a fumaça também atingiu grandes proporções e, até o fechamento desta edição, nenhum dos dois incêndios havia sido controlado.
“Até então, é uma área aberta. Estamos combatendo as chamas com viaturas com água, mochilas nas costas com 20 litros de água, abafadores e, às vezes, molhamos o local antes de usar o abafador”, explica a capitã.
A porta-voz observa que somente a perícia pode informar a causa de cada incêndio. Porém, destaca que, no geral, a maioria é motivada pela ação humana. O principal motivo dos incêndios florestais é a queima de lixo e o uso do fogo para a limpeza de terrenos.
Em períodos quentes e secos, a recomendação do Corpo de Bombeiros é evitar provocar incêndios, pois eles podem sair do controle e atingir grandes proporções.
Ao avistar fumaça suspeita ou foco de incêndio em mata, deve-se avisar imediatamente o Corpo de Bombeiros (193) ou contatar a Defesa Civil do município.
Ao contatar os órgãos de emergência, a orientação é manter a calma, informar a localização precisa da ocorrência, os pontos de referência e dicas de como chegar ao local. Se possível, vale a pena fornecer as coordenadas geográficas do incêndio e responder com calma às perguntas do atendente.
Além disso, quem denunciou deve informar o seu telefone, caso seja necessário obter mais informações sobre a ocorrência.
Especialistas fazem alerta para prejuízos à saúde
O tempo seco traz problemas à saúde e, quando aliado à fumaça e fuligem da queima de vegetação, prejudica ainda mais a população, segundo especialistas.
A pneumologista Jessica Polese alerta que não se deve ficar perto de locais de incêndio. “Se a queimada for próxima, a gente tem problemas como inalação de gás carbônico, que pode dar intoxicação por monóxido de carbono”.
Ela destaca as propriedades irritativas da fumaça na via aérea. “Os pacientes podem ter irritação dos olhos, coriza, sintomas de rinite, traqueíte, piora dos quadros de doença pulmonar, exacerbação da asma e da bronquite”.
A pneumologista Cilea Martins destaca ainda risco de gripe com vírus agressivo e covid-19.
Ela recomenda hidratação oral dobrada, lavar as narinas várias vezes com soro fisiológico e prática de esportes em horas mais frescas.
“Além disso, usar compressa gelada nos olhos, limpar a casa com água, vinagre e bicarbonato de sódio, pois evita ácaros”. Ela diz que é preciso mais atenção com crianças e idosos.
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