Trilhas, voo livre e cachoeiras em São José do Calçado
Lindas paisagens e locais para se conectar com a natureza não faltam na cidade
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Bem na divisa com o Rio de Janeiro está o município de São José do Calçado, um dos integrantes do Caparaó Capixaba, de acordo com a versão deste ano do Mapa Turístico do Espírito Santo.
A cidade faz jus ao reconhecimento, uma vez que possui diversos atrativos naturais que harmonizam bem com a região que encanta visitantes de todo o Brasil e até de outros países.
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Lindas paisagens e locais para se conectar com a natureza não faltam em São José do Calçado. A Pedra do Pontão, no distrito de Alto Calçado, é um deles. Com mais de 1.200 metros de altitude, é um dos destinos preferidos de praticantes de voo livre, rapel e trilhas.
Os fãs de esportes radicais também podem incluir no passeio pela cidade as pedras do Jaspe, para fazer trilhas no meio da mata, e dos Pirineus, onde tem uma rampa de voo livre.
Quando o assunto é cachoeira, o município não deixa a desejar. No distrito de Airituba, fica, por exemplo, a Cachoeira do Patico, e, em Alegoria, está a Cachoeira do Inferno.
A fim de fortalecer o turismo na região, o Sebrae-ES tem profissionais atuando na cidade, como destaca Márton Arpad Vásárhelyi, analista do Sebrae.
“Estamos fazendo um diagnóstico por meio do Agente de Roteiro Turístico (ART), que tem o objetivo de levantar as potencialidades turísticas locais. Será apresentada, pelo diagnóstico, a importância do município para o turismo regional.
Já sabemos que São José do Calçado possui muitos atrativos. É preciso desenvolver as melhores estratégias para explorá-los”.
O secretário municipal de Turismo, José Roberto Castanha, afirmou que a prefeitura está empenhada em revelar as belezas da cidade para os visitantes. Entre as ações desenvolvidas, está a promoção de eventos culturais, entre eles a tradicional “Festa do Carro de Boi”, que foi realizada em agosto.
“Temos promovido diversas ações para melhorar nossa infraestrutura e atrair turistas. Investimos na revitalização de alguns pontos turísticos e nas estradas que levam até eles. Também estamos trabalhando em parceria com a comunidade para promover a hospitalidade que nos caracteriza”, disse.
Agroturismo “mais doce”
De São José do Calçado saem produtos que ganham o Espírito Santo e são vendidos, também, em estados vizinhos.
O agroturismo, além de contribuir para deixar mais doce a vida de quem visita a cidade, leva o nome do município para além das divisas capixabas.
É o que fazem, por exemplo, os doces Tradição da Alegoria, produzidos em uma indústria familiar que funciona há 18 anos na localidade de Alegoria.
O empreendedor rural Expedito Campos de Rezende e a esposa, Alcione, comandam a fábrica, que produz cerca de 15 mil quilos de mariola por mês.
“Temos uma demanda muito grande. Para atender todos os clientes que nos procuram, precisaríamos de mais que dobrar a produção. Nossos doces são vendidos em comércios em todo o Espírito Santo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais”, contou.
Outro produto de São José do Calçado que é vendido Brasil afora é a água mineral Nova Esperança. A indústria, localizada na Fazenda São Domingos, existe desde 1996 e se desenvolveu com o município, gerando emprego e renda.
“Somos uma empresa 100% sustentável. Envazamos, por mês, em torno de 1,5 milhão de litros de água mineral natural. Fornecemos para distribuidoras do Espírito Santo, do norte Fluminense e de Minas Gerais”, contou a diretora Célia Vaccari.
Resgate da memória local
A memória de São José do Calçado ainda está viva na cidade,
por meio de propriedades antigas e construções históricas.
As sedes das fazendas Boa Esperança, Alegoria e Memória e as ruínas da Usina de São José, por exemplo, promovem uma verdadeira viagem no tempo.
O casarão da Fazenda Boa Esperança possui um pátio com plantas e palmeiras seculares e mantém originais esquadrias, estruturas de madeiras, paredes, telhados e muros de pedra.
A sede da Fazenda da Alegoria também preserva a originalidade, com paredes de estuque, cobertura em telha, estrutura em madeira, forro e assoalho. Somente o porão que passou por obra e ganhou paredes de lajotas, colunas e vigas de concreto armado, diferentes dos originais.
As ruínas da Usina de São José guardam uma história interessante. O local foi projetado para sediar uma usina de beneficiamento de cana-de-açúcar, que, apesar de praticamente concluída, não chegou a operar.
No centro da cidade, na Praça Pedro Vieira, está um monumento que também vale a pena visitar. É a Igreja Matriz de São José do Calçado, com mais de 100 anos, e que ocupa um lugar de destaque na paisagem urbana.
Academia Calçadense de Letras incentiva novos talentos
Para comentar sobre a cultura de São José do Calçado, é indispensável falar sobre a Academia Calçadense de Letras (ACL). Fundada em 1991, foi uma das primeiras Academias de Letras no Estado.
Desde então, cumpre o papel de exaltar talentos artístico-literários e incentivar estudantes a se apaixonarem pelo mundo das artes. Ao longo dos últimos anos, a ACL promoveu dezenas de lançamentos de obras de autores calçadenses e concursos literários, a fim de estimular a leitura e a arte de escrever.
“Em 2004, passamos a incluir nas nossas solenidades a apresentação de estudantes do ensino fundamental, como forma de iniciar o público infanto-juvenil no meio acadêmico e cultural, para perpetuar o nosso maior legado”, contou Edson Lobo Teixeira, presidente da ACL.
Em 2009, a Academia Calçadense de Letras ganhou sede própria, onde são realizadas atividades com participação da comunidade e com o objetivo de atrair a atenção de crianças, adolescentes e jovens para o gosto pela leitura.
A edição brasileira do “Guinness Book”, o Livro dos Recordes, traz o registro do município como o de maior número de poetas e escritores em relação ao contingente populacional e à extensão geográfica.
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