Trabalho voluntário ajuda quem quer estudar no exterior
Especialistas ouvidos por A Tribuna explicam que o voluntariado agrega valor ao currículo de alunos
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Além de ser uma maneira de praticar a solidariedade, a empatia e a cidadania, os trabalhos voluntários também podem contribuir com a vida acadêmica de alunos que querem estudar no exterior, ao agregarem valor ao currículo, explicaram especialistas para A Tribuna.
“Apesar de não estar na maioria dos editais e descrições de vagas, o voluntariado é visto com bons olhos em processos seletivos. Seja pelo setor de recursos humanos de grandes empresas ou para o de admissões em universidades internacionais”, disse a neuropsicopedagoga Thais Cruz.
Valorização
A psicopedagoga clínica Maria Tereza Samora também afirmou que a instituição analisa positivamente o estudante que se envolve em causas sociais. “Não é algo obrigatório em processos seletivos, mas de alguma forma ajuda sim, valoriza”, afirmou.
Uma aluna que participa de trabalho voluntário na escola justamente pensando em seu futuro acadêmico é Maria Eduarda Izoton, de 16 anos. Ela, que cursa a 2ª série do ensino médio da Escola São Domingos (ESD), em Vitória, faz parte do projeto “Sou Solidário” desde o ano passado.
“Desde pequena sempre quis estudar fora e sempre participei de projetos voluntários, tanto por conta própria quanto pela escola, pensando em melhorar o meu currículo cada vez mais. Já vou construindo isso para ter uma chance maior lá no futuro. Tenho muita vontade de estudar Medicina nos Estados Unidos”, comentou.
As alunas da 1ª série do ensino médio da ESD Amanda Feiertag de Negreiros e Brunella Silva Valin, de 15 anos, também participam do “Sou Solidário” e com um objetivo parecido com o de Maria Eduarda: querem agregar valor ao currículo para terem melhores chances de entrar em empresas nacionais.
“É sempre bom fazer a solidariedade e eu também penso muito em meu futuro. Acho que isso pode abrir novas possibilidades para mim”, comentou Amanda.
Eliana Machado, diretora da Center RH, disse que muitas vezes uma pessoa que participa de projetos de voluntariado tem um diferencial dentro de um grupo.
“O entrevistador valoriza essa ação porque percebe que, além da pessoa estar antenada no que acontece no dia a dia, é alguém que consegue não só ver, mas participar da dor do outro, ter empatia”, afirmou a profissional.
Voluntariado cria responsabilidade
Além de desenvolver no aluno habilidades de comunicação, negociação, inteligência emocional e o relacionamento interpessoal, a prática do voluntariado na escola também desperta no estudante o senso da responsabilidade.
“Os alunos se sentem pertencentes e úteis. Saber que o outro precisa de mim (estudante) e que de alguma forma eu estou colaborando com ele, incentiva e traz o aluno para ser protagonista. Ele sai do papel de ficar passivo e passa a ser alguém mais ativo”, disse Maria Tereza Samora, psicopedagoga clínica.
A diretora da Center RH, Eliana Machado, também concorda que há o despertar do senso de responsabilidade na criança e no jovem.
“Acredito que toda ação que faça com que o aluno se sinta parte do processo o leva ao comprometimento e, automaticamente, cria-se ali a responsabilidade. Esse trabalho que vai ser feito na maioria das vezes em grupo, onde tem prazos, projetos com objetivos… Todo esse leque de questões cria a responsabilidade do aluno em estar participando”, afirmou.
Thais Cruz, neuropsicopedagoga, concluiu dizendo que o voluntariado educativo contribui para a formação integral do estudante.
“Essa contribuição se dá graças ao planejamento das atividades solidárias de modo articulado ao currículo escolar, criando oportunidades aos alunos de contextualizarem os saberes disciplinares, aprenderem valores, desenvolverem suas potencialidades”, disse a profissional.
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