Correios anuncia demissão de 15 mil funcionários e fechamento de 1.000 agências
Presidente da estatal anunciou demissão de 15 mil, fechamento de mil unidades no País e parcerias com empresas privadas
O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou ontem que o plano de reestruturação da estatal terá três etapas, prevendo plano de demissão voluntária, fechamento de unidades e parcerias com a iniciativa privada. “O primeiro ponto do plano de retomada são ações que vão permear todas as fases do plano de recuperação”, explicou.
Segundo Rondon, a ideia é “preparar a companhia para um novo rito, dentro de um novo modelo de negócio, uma modernização da sistemática de negócio e parceria dela, para que a gente tenha sustentabilidade a médio e longo prazo”, completou.
No pronunciamento, a diretoria dos Correios detalhou as principais medidas previstas no Plano de Reestruturação 2025–2027, que tem como objetivo reequilibrar as contas da estatal e retomar a lucratividade até 2027.
As três fases se dividirão entre recuperação do caixa, reorganização e modernização. O plano prevê um conjunto de ações voltadas à redução de despesas e ao aumento de receitas.
Entre as medidas anunciadas estão um programa de demissão voluntária que pode atingir até 15 mil empregados, sendo 10 mil desligamentos em 2026 e outros 5 mil em 2027; o fechamento de cerca de mil unidades dos Correios no País; e a ampliação de parcerias com o setor privado.
Na sexta-feira, os Correios firmaram um contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco instituições financeiras: Bradesco, Itaú, Santander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
A operação conta com aval do Tesouro Nacional e da União e está condicionada à implementação do plano de reestruturação. No curto prazo, os recursos serão utilizados para a quitação de compromissos em atraso, como salários, precatórios e dívidas acumuladas pela estatal.
Segundo o extrato da operação, o contrato tem prazo de 15 anos, com vencimento em 2040, e tem como finalidade o financiamento de capital de giro e investimentos considerados estratégicos.
Desde que assumiu a presidência dos Correios, em setembro, Rondon vinha negociando a liberação do crédito como parte do esforço para sanar pendências financeiras e viabilizar a reorganização da empresa. Entre janeiro e setembro, a estatal acumulou prejuízo de R$ 6,1 bilhões.
Plano de saúde será revisto
O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, disse ontem que o plano de saúde dos funcionários da estatal, o Postal Saúde, será “completamente revisto”. Ele afirmou ainda que a cobertura extensa dos serviços é “insustentável” para a companhia.
O tema está sendo debatido dentro do plano de recuperação fiscal da empresa, que estima também uma economia de R$ 4,2 bilhões com a demissão de funcionários e o fechamento de 1.000 unidades de atendimento.
O presidente dos Correios disse que há uma estimativa de corte anual de R$ 500 milhões e R$ 700 milhões a partir de 2027, dependendo do “modelo” a ser adotado.
“Postal Saúde está em revisão. Acho que o plano tem que ser completamente revisto, e a gente tem que mudar a lógica dele, porque ele onera bastante. Tem uma cobertura boa para o empregado, mas, ao mesmo tempo, insustentável para a empresa”, disse.
Sobre o Postalis (Instituto de Previdência Complementar), que é a previdência privada dos funcionários dos Correios, Rondon disse que o impasse foi “equacionado”. Ele declarou que houve um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
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