Construtora anuncia novo complexo de eventos em Vila Velha
Grand Construtora vai diversificar atividades e criar 2 novas empresas. Uma atuará com hotel para idosos, e a outra, com entretenimento
O ano de 2025 para a Grand Construtora foi marcado pela aceleração de obras que marcam o portfólio da empresa no segmento de altíssimo padrão.
O luxuoso Taj Home Resort, projetado para elevar o conceito da orla de Itaparica, em Vila Velha, terá as duas torres finalizadas até janeiro de 2026, com previsão de entrega para novembro.
Para o próximo ano, a empresa planeja dar um passo além e entrar em outros dois segmentos distintos, mas levando a experiência que tem no ramo da construção civil.
E uma das novas atividades será no ramo de eventos e entretenimento, com a construção e operação de um grande complexo, incluindo casa de shows e auditório, na Barra do Jucu, em Vila Velha.
É isso que conta o presidente da Grand Construtora, Rodrigo Barbosa, ao editor de Economia da Rede Tribuna, Rafael Guzzo, no videocast Histórias Empresariais.
Ele revelou detalhes sobre o empreendimento, que será de frente para o mar, realizado em parceria com o empresário Patrick Ribeiro.
A Tribuna - Este ano foi de desenvolvimento de grandes projetos da construtora. Qual é a aposta para o próximo ano?
Rodrigo Barbosa - Resolvemos criar o primeiro e o segundo braço da construtora fora do ramo de incorporação imobiliária. Tem a ver com construção também, mas são segmentos distintos. Estamos nos educando para entender o funcionamento, para entrar em operação no início de 2027.
E que braços seriam esses?
A primeira diversificação é o residencial sênior, a aposta para a terceira idade. É um hotel de curta ou longa permanência para esse público. Não adquirimos imóvel para adaptar. Compramos um terreno muito bem localizado, no alto de uma falésia, com uma vista para o mar tremenda, na Ponta da Fruta.
Estamos construindo com arquitetura totalmente voltada à terceira idade, respeitando as normas: tudo plano, com elevador, sem ressalto, sem trilhos de porta, tudo no mesmo nível.
É para viver intensamente a última fase da vida. Não é só para estacionar. Tenho certeza que as pessoas vão viver ali com a mesma intensidade com que viviam todas as outras fases anteriores à sua vida. Você teve a infância, a adolescência, a sua fase adulta e agora a fase de mais idade.
E como vai funcionar a administração? Será a própria construtora a gestora?
É uma incorporação nossa, mas isso não é uma incorporação para a venda. É para uma exploração pela própria Grand. Mas é um setor próprio só para isso, só para cuidar dessa instituição.
Ou seja, é uma empresa à parte de propriedade da Grand Construtora e da Grand Investimento. Essa é a primeira novidade nossa fora da construção. Estou tão ansioso com essa nova fase de trabalho que a obra que eu mais vou é o residencial sênior, e ele está longe de ser a maior obra.
“O centro (de eventos) terá três ambientes. Um é só para grandes shows, até 12 mil pessoas. Serão mil vagas de estacionamento Rodrigo Barbosa, presidente da Grand Construtora
Acredito que vai necessitar de contratar profissionais. Quas as funções mais visadas?
Enfermeiros, técnicos em enfermagem, professores de academia, pilates, artesanato, hidroginástica — porque vai ter tudo isso, com piscinas aquecidas. Vamos ter um elevador levando do alto da falésia para a rua de baixo, para o idoso ir ao mar.
Tem gente que brinca que eu estou fazendo isso para mim. Concordo (risos). Mas eu gostaria que meu pai e minha mãe tivessem vivido algo assim (emociona-se).
Não é um ambiente hospitalar, mas um ambiente para viver muito bem, com as limitações e também com os ganhos da idade.
E o segundo braço, qual é?
Esse está em desenvolvimento de projeto. É um centro de entretenimento em Vila Velha, na saída da Barra do Jucu, em um terreno que vai da Rodovia do Sol ao mar. Assim como o residencial sênior, vai projetar o Estado para fora.
O objetivo é atrair gente de fora da Grande Vitória e de outros estados para grandes shows. Finalizamos em de 10 a 15 dias o projeto, para aprovação no município. Vai exigir aprovação mais longa. Deve ser aprovado no 2º semestre de 2026.
Como vai ser o empreendimento? Já há detalhes?
O centro tem mais de um complexo. Um é só para grandes shows: entre 10 e 12 mil pessoas em pé, 7 a 8 mil sentadas.
Vai ter centro de convenções em anfiteatro e uma casa de eventos para grandes festas. São três ambientes e mais de mil vagas de estacionamento, com mais de 60 vagas simultâneas para embarque e desembarque.
Ele vai ter um nome, nós vamos criar logo no início do próximo ano. Só que não vai ser da propriedade só da Grand, não.
Terá outro sócio no negócio então? Como vai funcionar?
A Grand vai entrar com o que ela entende e aprendeu nesses anos todos: o controle financeiro, a execução de grandes obras. E eu estou me associando a uma pessoa do ramo, que é o Patrick Ribeiro, extremamente conhecido dentro do nosso Estado.
O Patrick tem uma peculiaridade, de além de ser um futuro sócio, ser um grandíssimo amigo meu. Inclusive, isso influenciou bastante a eu entrar nesse segmento.
E quando vai funcionar?
Esperamos que o processo seja liquidado entre seis e oito meses de análise. Há estudos como EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança) e RIU (Relatório de Impacto Urbano), que demoram mais que a análise do projeto. A previsão é iniciar a obra no segundo semestre de 2026.
É uma obra muito vultuosa, em um terreno de 30 mil m. Acredito em um ano e meio a um ano e oito meses de obra. Nós temos que correr muito para pegar o mês de março, abril de 2028.
Falando da atividade principal: a empresa já tem lançamento em Colatina. Há plano de ampliar a atuação fora da região metropolitana?
Temos. Primeiro, vamos ver o comportamento de Colatina. Primeira vez que a gente constrói fora da Grande Vitória. Hoje Colatina se destaca com a atividade médica, que foi uma surpresa para mim.
A cidade tem diversos hospitais para o tamanho da população dela e virou meio que a capital da região noroeste do Espírito Santo.
Temos planos para Cachoeiro de Itapemirim e Linhares, que dependem de liberação no PDM para receber prédios mais altos.
Perfil
Rodrigo Barbosa
Economista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Rodrigo Barbosa passou a ser reconhecido por sua atuação no ramo imobiliário capixaba.
Com 26 anos de atividade no segmento da construção civil, o empresário colatinense começou sua trajetória como funcionário de uma conceituada construtora, onde passou a fortalecer o seu know-how. Após dois anos, transformou-se em sócio e gestor de obra. Mas precisava ir além.
Em 2006, atuou como um dos fundadores de uma construtora até desligar-se e dar início ao projeto da Grand Construtora, em 2013.
Ao longo de 10 anos, o CEO Rodrigo Barbosa transformou a Grand Construtora numa referência no mercado de luxo, com empreendimentos de alto padrão e vistos como inovadores.
Maior prédio do Estado
Com duas torres e cerca de 30 mil metros quadrados de área total, o Taj Home Resort conta com um “volume de gente assustador” nas obras, conta Barbosa.
Para a simples instalação da pele de vidro frontal, são 80 pessoas trabalhando. O Taj possui 158,2 metros de altura, sendo o empreendimento imobiliário mais alto do Espírito Santo — ultrapassando o tamanho vertical do Convento da Penha.
VGV bilionário é meta
Embora não descarte totalmente buscar mercados de outros estados, Barbosa diz que a ideia é manter os olhares para investimentos no Espírito Santo.
A empresa possui como meta “nunca ter menos de R$ 1 bilhão de Valor Geral de Venda (VGV) disponível ao mercado”, destaca.
“Só vamos para outros estados se o Espírito Santo não comportar mais (esse valor)”, diz.
Confira a entrevista completa no videocast Histórias Empresariais.
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