Pesquisa aponta o melhor exercício para quem tem mais de 60 anos
Estudo da Universidade de Copenhague mostra que o treinamento de força traz benefícios para as pessoas nesta faixa etária
Depois dos 60 anos, manter o corpo em movimento é um investimento em autonomia e qualidade de vida. Mas qual seria o melhor tipo de exercício para pessoas nessa faixa etária?
Além das já conhecidas caminhadas, um estudo da Universidade de Copenhague mostra que o treinamento de força traz inúmeros benefícios aos idosos. Esses tipos de exercício ajudam a preservar a musculatura, reduzir dores e prevenir uma série de doenças.
O clínico geral Luciano Magno explica que, com o passar dos anos, o corpo perde massa magra, processo chamado de sarcopenia, devido à menor absorção de nutrientes e à queda na produção de hormônios anabolizantes. Por isso, surge a importância de incluir atividades físicas que trabalhem a força na rotina.
“Os exercícios trazem muitos benefícios, principalmente o aumento da força muscular, que previne quedas, melhora da cognição por aumentar o fluxo sanguíneo do corpo e redução do risco de doenças cardiovasculares e até diabetes”, afirma.
O local do treino também pode influenciar nos resultados. O preparador físico Rafael Castro dá aulas de treino funcional na Praia de Camburi, em Vitória, e destaca os efeitos positivos do contato com a natureza nesse processo.
“Além dos benefícios dos exercícios, estar em contato com a natureza diminui o estresse e favorece a absorção de vitamina D, que é tão importante para a nossa saúde”.
Pensando nisso, a motorista de transporte escolar Nilzamara Loyola, 61 anos, é aluna de Rafael há quase dois anos. Ela conta que procurou o treinamento funcional por indicação médica e, desde então, percebeu muitas mudanças no seu bem-estar.
“Como passo muito tempo sentada por conta do meu trabalho, eu sentia muitas dores nas costas e nos joelhos. Depois que comecei a treinar, tudo isso melhorou muito”.
Nilzamara destaca ainda os aspectos sociais das aulas. “A gente conversa, conhece novas pessoas, faz amizades e confraternizações de final de ano. É realmente muito bom”.
Apesar dos benefícios, a prática de exercícios não dispensa acompanhamento médico. A geriatra Yara Nippes reforça que a avaliação médica é fundamental.
“É preciso conhecer as necessidades do paciente e indicar o exercício mais adequado, para que a prática seja segura”.
Questão de saúde
“Precisava voltar à academia”, diz aposentado
Há um ano, o metalúrgico aposentado Francisco Pereira, 71 anos, é aluno do Centro de Treinamento Brothers, em Vila Velha.
Ele conta que, após a pandemia, decidiu fazer exames de rotina e descobriu que sua saúde não ia bem. “Percebi que precisava voltar para a academia, porque já era uma questão de saúde”, lembra.
Desde que começou os treinos, Francisco notou várias melhoras. “A qualidade do sono melhorou muito e eu também sinto menos dores agora”, afirmou.
O educador físico e proprietário do espaço, Jonas Ferreira, diz que o número de idosos procurando fazer musculação tem aumentado.
“Os exercícios trazem muitos benefícios. O idoso ganha resistência física e consegue realizar as atividades do dia a dia com muito mais tranquilidade”, explica.
O estudo
A pesquisa foi realizada pela Universidade de Copenhague, que mantém relações com a Universidade de Harvard.
o objetivo era avaliar se os treinos de força preservam a massa muscular em idosos ao longo do tempo.
451 idosos saudáveis foram divididos em três grupos:
- Grupo 1: realizou treino intenso três vezes na semana com carga máxima;
- Grupo 2: realizou treino moderado;
- Grupo 3: foi o controle; não realizou um treino específico.
Resultados
A pesquisa concluiu que todos os grupos perderam força e massa com o tempo. Porém, o grupo de treino intenso manteve o mesmo nível de capacidade do início. Assim, o ganho de força inicial compensou a queda natural ao longo do tempo de pesquisa.
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