Gordura no fígado atinge 900 mil adultos no ES
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença afeta 30% da população. Após o diagnóstico, é possível reverter o quadro
Popularmente conhecida como gordura no fígado, a esteatose hepática já afeta 30% da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde, número que equivale a cerca de 900 mil adultos no Estado.
O cirurgião do aparelho digestivo Felipe Mustafa explica que a doença se desenvolve, geralmente, devido à presença de outras condições de saúde.
“Essa condição é consequência de fatores como obesidade, diabetes tipo 2, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e alimentação rica em carboidratos e gorduras”.
O diagnóstico é feito por ultrassonografia ou tomografia do abdômen. Após a confirmação, é possível reverter o quadro.
“O paciente precisa evitar bebidas alcoólicas e melhorar a alimentação, diminuindo açúcares e gorduras”.
Além disso, a hepatologista Mariana Pacheco explica que o tratamento da esteatose inclui a regulação de doenças associadas. “O tratamento adotado costuma ser cuidar das doenças que estão gerando essa condição ao paciente”.
Por ser um quadro assintomático, o caminho para evitar o surgimento é adotar hábitos saudáveis.
“Fazer exercícios físicos, manter uma alimentação saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e manter uma rotina de exames ajudam a prevenir essa e outras doenças”, diz a hepatologista.
Sem tratamento adequado, o acúmulo de gordura no fígado pode levar ao desenvolvimento de quadros ainda mais graves. Felipe Mustafa destaca que a evolução da doença pode fazer com que o paciente precise até mesmo de um transplante.
“A esteatose severa pode levar a um quadro de cirrose hepática, podendo levar a uma disfunção hepática que necessite de transplante de fígado”.
Alimentação
A nutricionista Ana Luiza Mazzini reforça que a alimentação possui papel importante tanto na prevenção quanto no tratamento da gordura no fígado. Segundo ela, é importante que as refeições sejam o mais naturais possíveis.
“É importante dar preferência aos alimentos da feira, evitando ao máximo os embalados”, pontua a especialista.
Além de evitar o consumo de açúcares, álcool e ultraprocessados, a nutricionista diz que é preciso introduzir alguns alimentos na alimentação.
“É bom incluir vegetais e folhosos verde-escuros nas refeições principais, proteínas menos gordurosas e fibras”.
ENTENDA
Esteatose hepática
> Conhecida como “gordura no fígado”, é uma doença caracterizada pelo acúmulo de gordura no órgão.
> Geralmente está relacionada a desequilíbrios metabólicos.
Principais causas
> Alimentação rica em gorduras, açúcares e alto consumo de ultraprocessados;
> Consumo excessivo de álcool;
> Sedentarismo
> Sono inadequado
> Diabetes tipo 2
> Sobrepeso
> Obesidade
> Colesterol alto
> Hipertensão
Sintomas
> Na maioria dos casos, não há sinto mas nas fases iniciais.
> Sinais mais visíveis aparecem em estágios avançados, como pele e olhos amarelados, cansaço e desconforto no lado superior do abdome.
Diagnóstico
> O diagnóstico é feito por ultrassonografia ou tomografia do abdômen.
Riscos
> Se não tratada, a doença pode evoluir para casos mais graves, como:
> Inflamação hepática
> Cirrose
> Insuficiência hepática, sendo necessário o transplante de fígado.
Tratamento
> Tratar as doenças associadas.
> Emagrecimento.
> Adotar plano alimentar saudável, evitando açúcares e ultraprocessados.
> Praticar atividade física regularmente.
> Reduzir ou suspender o consumo de álcool.
> Em alguns casos, usar medicação prescrita por médico.
> Monitorar a evolução do fígado por exames.
Prevenção
> Manter uma alimentação variada e saudável.
> Praticar atividade física regularmente.
> Consumo de álcool moderado.
> Dormir de sete a oito horas por noite.
> Manter acompanhamento médico.
> Controlar colesterol, glicemia e pressão arterial
Fonte: Pesquisa AT e especialistas entrevistados.
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