“Não foi acidente, foi assassinato”, diz filha de idoso atropelado na Serra
Casal de idosos foi atingido por um motociclista que realizava uma manobra proibida em uma avenida da Serra
Um idoso de 82 anos, identificado como José Geraldo Torres, o Dé, morreu após ser atropelado por um motociclista enquanto atravessava uma avenida do bairro Porto Canoa, na Serra, na noite de segunda-feira (17). A esposa de José, Maria Auxiliadora Torres, a Dorinha, 78 anos, que estava com ele, ficou ferida e foi levada a um hospital.
Nas redes sociais, uma das filhas do casal fez um desabafo. “Não foi acidente! Nosso pai foi assassinado. Nosso pai morreu por irresponsabilidade! Foi um crime de um motociclista. Meus pais estavam indo para a igreja, minha mãe iria pregar no grupo ‘Mães que Oram pelos Filhos’ e nosso pai a acompanhava”.
A filha escreveu que a mãe, que também foi atingida, seguia internada. Segundo a reportagem da TV Tribuna/Band, o piloto da moto fugiu após a colisão. Imagens de videomonitoramento registraram quando o casal foi atropelado.
Nas imagens, o motociclista foi flagrado empinando a moto, levantando a roda dianteira e se equilibrando apenas sobre a roda traseira, fazendo uma manobra conhecida como “grau”, antes de atingir o casal, que atravessava na avenida Brasília, a principal do bairro. José morreu no local.
A filha do casal também contou, nas redes sociais, que o pai lutava contra o câncer, há três anos, desde agosto de 2022 e estava respondendo bem ao tratamento.
“Ele seguia bem, fazendo seu tratamento. Ele estava vencendo dois tumores. Ele estava vencendo! Mas, infelizmente, nesta noite foi assassinado por um motociclista”, postou a filha.
Segundo um familiar, Maria Auxiliadora foi informada ontem pela manhã sobre a morte do marido. O estado de saúde dela é estável.
“Ela fraturou duas costelas e uma vértebra e perfurou o pulmão. Foi submetida a uma cirurgia na segunda, por volta de 22h30. O procedimento foi bem-sucedido e encerrado antes da meia-noite de segunda. Ela está com dreno, está na UTI, na Serra. Não há previsão de alta, mas ela se alimenta por via oral e está lúcida”, explicou.
José Geraldo e Maria Auxiliadora nasceram em João Monlevade, Minas Gerais, mas vieram para o Espírito Santo na década de 1980. O casal estava junto há 52 anos e sempre foi muito conhecido no bairro, por serem lideranças comunitárias da Igreja Católica.
Motociclista se apresenta na delegacia e é liberado
O motociclista que atropelou o casal José Geraldo Torres, o Dé, e Maria Auxiliadora Torres, a Dorinha, se apresentou no início da tarde de terça-feira (18) na Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (DDT) e foi liberado.
“O investigado apresentou-se na delegacia acompanhado de sua advogada, ocasião em que foi formalmente interrogado. Considerando sua apresentação e o fato de que a prisão preventiva ainda não foi decretada, o investigado não permaneceu detido, sendo liberado após a realização dos atos formais de polícia judiciária”, informou a Polícia Civil, por nota.
A Polícia Civil representou à Justiça pela decretação da prisão preventiva do investigado por homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual.
Na manhã de terça, as equipes da unidade foram até o endereço de residência do investigado, que não teve o nome divulgado. No local, os policiais intimaram a proprietária da motocicleta envolvida nos fatos, contudo o investigado não havia sido encontrado.
“As investigações seguem em andamento, com prioridade, diante da extrema gravidade do caso e da necessidade de responsabilização adequada”, informou a nota.
A Polícia Militar informou, também por nota, que, segundo testemunhas, o veículo estaria sem placa. “A motocicleta foi abandonada na via pelo condutor, logo após o atropelamento. O indivíduo fugiu sem prestar socorro às vítimas. O veículo foi guinchado”.
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