Aumenta número de cinquentões que buscam ajuda para perder peso
Tratamentos para perder peso atraem mais pacientes que passaram dos 50 anos e que estão em busca de qualidade de vida
Mais de 41 milhões de pessoas com 18 anos ou mais estão com obesidade no Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019.
Entre aqueles que buscam o emagrecimento, um grupo tem se destacado nos consultórios, segundo especialistas: o das pessoas que já passaram dos 50 anos.
De mudanças no estilo de vida e intervenções – como a cirurgia bariátrica – a medicamentos para perda de peso que estão em alta (como Ozempic e Mounjaro), esse público tem encontrado alternativas para ganhar mais qualidade de vida.
Apenas no Espírito Santo, entre 2023, 2024 e 2025 (até 28/10), 460 pessoas com mais de 50 anos realizaram cirurgia bariátrica, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Especialistas afirmam que a obesidade e o sobrepeso normalmente vêm acompanhados de outras doenças.
O presidente do capítulo estadual da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Espírito Santo (SBCBM -ES), o cirurgião do aparelho digestivo Gustavo Peixoto, explica que é comum, acima dos 50 anos, quando um paciente com obesidade grave vai operar, já ter tido algum evento cardiovascular como infarto, ter um diabetes e apneia do sono mais graves.
“Para esses pacientes, a gente acaba tendo um cuidado especial nesse preparo, mas o procedimento é padrão, do ponto de vista de indicação. Eles seguem os mesmos critérios do que outros pacientes”, explicou.
“Começamos a fazer uma seleção mais cuidadosa quando o paciente é um idoso. Nesse caso, as operações são menos frequentes. Mas os pacientes idosos que têm uma boa 'performance status' (estado de saúde e de autonomia) se beneficiam bastante da cirurgia”, destacou Gustavo.
A nutróloga e nefrologista Adriana Borel, da clínica Apse, ressalta que a procura de tratamento para perda de peso por esse público com mais de 50 anos tem aumentado já que com o envelhecimento é comum a redução da taxa metabólica basal, alterações hormonais, perda de massa muscular resultando em maior dificuldade para perda de peso.
A nutricionista Gabriela Rebello, colunista de A Tribuna, frisa, porém, que “a cirurgia bariátrica e os tratamentos farmacológicos são opções válidas e eficazes, mas não substituem a reeducação alimentar nem o acompanhamento multiprofissional”.
Sobrepeso e obesidade
Relatórios públicos do estado nutricional, fornecidos pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), apontam que neste ano o Espírito Santo acompanhou:
123.633 adultos com sobrepeso
147.803 adultos com obesidades
Bariátricas
A Secretaria da Saúde (Sesa) informou que nos anos de 2023, 2024 e 2025 (até 28/10), 2.413 pessoas realizaram cirurgias bariátricas no Estado. Deste total, 460 eram pessoas com mais de 50 anos.
"Estou muito feliz com o resultado"
Há um ano, a empresária Maria Helana Piazzarollo, 61 anos, realizou uma cirurgia bariátrica. Ela conta que doenças associadas ao excesso de peso – como hipertensão, glicose alta, apneia do sono, colesterol alto e esteatose hepática – foram os motivos que a fez buscar pelo tratamento. De 98 quilos ela passou para 65. “Estou muito feliz com o resultado. As taxas estão todas normais, e foram suspensas todas as medicações que eu fazia uso”, comemora.
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