"Síndrome de outono": busca pelo corpo perfeito deve servir para o ano todo
Preparação para o verão pode ser motivação para adotar hábitos saudáveis o ano todo, com alimentação equilibrada, exercícios e planejamento

Não é nenhum pecado em correr atrás do prejuízo para tentar chegar ao verão no foco. Segundo especialistas, há até a “síndrome do outono”, em que há um aumento da procura por acompanhamento para ter o corpo mais bonito para a estação mais quente do ano. Porém, esse impulso, de acordo com eles, deve servir para o ano todo.
“O ideal é transformar esse impulso em porta de entrada para um estilo de vida saudável o ano todo. Cuide do seu corpo como quem cuida de um projeto de longo prazo, e não apenas para uma estação”, destaca a nutricionista Mahira Rezende.
Segundo Mahira, quando o verão se aproxima, muitas pessoas tentam compensar em poucas semanas o que não fizeram o ano inteiro.
“O problema é que essa mentalidade vai contra o que realmente funciona: um processo contínuo, equilibrado e sustentável. Não há nada errado em querer se sentir bem no verão, pelo contrário, pode ser uma ótima motivação”.

O nutricionista Guilherme Santos chama atenção para o fato de que a alimentação faz parte da base da vida. “Hoje as pessoas dão mais importância para a atividade física do que a alimentação, sendo que a alimentação sempre deveria vir em primeiro lugar, até para que a pessoa consiga fazer uma atividade física bem produtiva e ter as recuperações necessárias”.
Não adianta pensar, por exemplo, que só porque está malhando pode comer tudo em qualquer quantidade. Guilherme dá um exemplo: “Dependendo do tamanho e da quantidade de complementos em um açaí, ele pode, praticamente, ter a quantidade de calorias que a pessoa necessita em um dia inteiro. Chamamos de densidade calórica na refeição. Por isso, as pessoas acabam ganhando uns quilinhos indesejáveis”, explica.
Planejamento
Glênio Luiz, profissional de Educação Física, destaca que para conciliar atividade física com uma rotina corrida é preciso planejamento.
“Escolher horários fixos na semana, mesmo que sejam treinos curtos de 30 a 40 minutos, faz toda a diferença. A ideia é que o treino seja visto como compromisso pessoal, assim como trabalho e estudos. A partir de três treinos por semana já é possível notar mudanças significativas”.
Canetas vetadas como modismo
Com o objetivo de perder dois, três e até cinco quilos há quem esteja em busca das “canetas” antiobesidade para ter resultados de forma rápida. Mas esse tipo de medicamento não deve ser usado como modismo.
O alerta é feito pelo nutrólogo e cirurgião Roger Bongestab. “Essas medicações devem ser utilizadas no contexto apenas de diabetes ou pacientes portadores de sobrepeso com comorbidades ou portadores de obesidade”.
“São indicadas para perda de peso significativa. Muitos desses pacientes precisam perder mais de 50% do peso e isso faz com que a gente realmente não consiga somente com as mudanças do estilo de vida”, explica.
Roger destaca que essas medicações são similares aos hormônios naturais produzidos no trato digestivo e precisam de receita controlada. “Isso para que a gente possa garantir segurança ao usuário, uma vez que o uso simplesmente com os fins estéticos, sem indicação médica, pode levar a uma perda de peso de massa magra, ou seja, desnutrir o paciente”.
O que não fazer
- Hábitos equivocados na tentativa de emagrecer
- Pular refeições, o que aumenta a fome e gera descontrole alimentar.
- Cortar grupos alimentares inteiros (como carboidratos) sem orientação profissional.
- Usar dietas restritivas ou da moda, que não se sustentam no longo prazo.
- Exagerar no consumo de produtos “zero” ou “light”, sem controlar quantidade.
- Substituir refeições por shakes ou fórmulas sem equilíbrio nutricional.
- Apostar em jejuns prolongados sem acompanhamento profissional.
- Focar apenas no peso da balança e esquecer fatores como sono, hidratação e atividade física.
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