Na mira das lentes: cliques de treinos na orla viram moda no ES
Corrida nos calçadões vira estilo de vida e ganha registros fotográficos que inspiram e contam histórias

A fotografia de treino se torna mais comum na mesma proporção em que a corrida ganha cada vez mais adeptos nos calçadões da praia. O motivo é uma mistura de lazer, esporte e busca por vida saudável, explicam especialistas.
O ortopedista e traumatologista Mateus Borges notou o aumento das pessoas engajadas nas corridas. “Tem havido um aumento no Estado. As pessoas estão em busca por uma vida mais saudável”.
Ele acrescenta que vários fatores influenciam. Um deles é financeiro. “A corrida é um esporte que não exige equipamentos caros, basta um par de tênis e um espaço público como ruas ou parques para praticar”.
Além de esporte e saúde, a corrida também é um lazer. Psiquiatra, João Paulo Cirqueira destaca que ela estimula a liberação de serotonina, dopamina e endorfinas, substâncias associadas à sensação de bem-estar.
“Correr ao ar livre acrescenta o efeito positivo da luz solar, da conexão com a natureza e do contato social”, acrescenta.
Bruno Lopes é um dos pioneiros na fotografia esportiva no Estado. No currículo, tem mais de 17 anos de profissão. Ele conta que quando começou a registrar treinos, no final de 2023, estava sozinho no calçadão de Vila Velha. Em Vitória, eram dois fotógrafos.
“Se você é visto, vira referência e inspira outras pessoas. Por fim, acaba influenciando outros a fazer o mesmo. Virou moda porque somos vistos no calçadão. Hoje tem bem mais, são uns 15”, conta.
Há um interesse dos corredores amadores em mostrar nas redes sociais seus avanços, explica sobre os motivos para o crescimento da modalidade.
“Eles querem mostrar para família e amigos que estão fazendo uma atividade física e mudando comportamento e estilo de vida. Acabamos fazendo parte da vida dessas pessoas. Quando não passam por mim, sinto falta”.
Também explica que sua ideia de ficar sempre no mesmo lugar é contar a história evolutiva deles, tenha ela começado para correr uma maratona ou cuidar de um problema de saúde, como obesidade. “É como se fosse um acompanhamento cronológico da mudança de vida que o corredor está vivendo”.
“Flagrada”

Personal trainer, Lyvia Rostoldo, de 35 anos, ama ser “flagrada” treinando. Ela costuma comprar as fotos e acredita que a possibilidade de ser fotografado incentivou outros a correrem. Ela, que corre há 10 anos, acredita que após a pandemia as pessoas começaram a investir mais em atividade física. “Como a corrida é o mais fácil e acessível, bombou. Quando começaram a ter as fotos na praia, aí que o povo não deixou de ir mais”.
Tratamento

Priscila Mendes, 16, começou a correr há dois anos por indicação de uma psicóloga. Ela conta que a corrida a auxiliou no tratamento de depressão. Durante os treinos, percebeu um fotógrafo registrando e, conta, nunca mais parou de comprar fotos.
“Gosto bastante deles registrarem meus treinos. Mostra minha evolução. Admiro bastante o trabalho da Foco Radical. É cada foto incrível”.
Vitória

Saúde física e mental foi o que levou a supervisora Bruna Miranda de Almeida, 35, a correr. “Compro fotos sempre. Acho que não é só mídia. Trata-se de um registro de que vencemos a preguiça, saímos da cama e estamos ali com saúde”.
Correndo desde 2018, Bruna não achou estranho os fotógrafos. “Rio de Janeiro e São Paulo já tinham serviços parecidos”.
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