Pinguins monitorados por satélite
Os animais receberam aparelhos em suas penas que vão permitir acompanhar em tempo real os deslocamentos por até um mês

O Instituto de Pesquisa e Recuperação de Animais Marinhos (Ipram) devolveu ao mar na quarta-feira (1) 12 pinguins-de-magalhães resgatados nas praias do Espírito Santo nos últimos meses.
Sete deles receberam dispositivos de monitoramento via satélite, que vão permitir acompanhar em tempo real os deslocamentos dos animais.
Os aparelhos são fixados às penas, sem contato direto com a pele, utilizando fitas aderentes e colas, e podem permanecer instalados por algumas semanas ou até um mês.
A iniciativa é realizada pela empresa petrolífera Perenco, pela consultoria BMP Ambiental e pelo Laboratório de Aves Aquáticas e Tartarugas Marinhas da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
O trabalho faz parte de uma exigência do processo de licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama junto à petrolífera.
Segundo o diretor-presidente do Ipram, Luis Felipe Mayorga, o monitoramento vai possibilitar acesso a informações fundamentais para pesquisas.
“É possível saber a velocidade do deslocamento (quantos quilômetros eles conseguem percorrer em um dia), a distância que eles mantêm da costa, se usam alguma rota específica (corredor migratório), e onde se alimentam”, explica.
O projeto está em seu segundo ciclo e tem duração prevista de oito anos. No ano passado, 21 pinguins resgatados no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Espírito Santo foram monitorados com a mesma tecnologia.
Para a bióloga Silvia Gastal, pesquisadora da FURG, os dados obtidos ampliam o conhecimento sobre a espécie e ajudam a avaliar a sobrevivência após a reabilitação.
“No âmbito das políticas públicas de conservação, as informações podem subsidiar planos de manejo, orientar a criação de áreas prioritárias para proteção e aprimorar estratégias de resposta a emergências ambientais e encalhes, contribuindo para reduzir a mortalidade e fortalecer ações de conservação de longo prazo”.
Neste ano, as praias do Espírito Santo já registraram 208 encalhes de pinguins desde julho. Do total, apenas 45 estavam vivos. Em setembro, foram contabilizados 60 registros. “Não sabemos se a temporada já se encerrou, mas, normalmente, de outubro em diante não costumam encalhar muitos”.
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