“Chats” ajudam consumidores a economizar; saiba como
Cada vez mais presente na rotina de todos, a Inteligência Artificial também tem sido o caminho para que consumidores encontrem soluções no dia a dia
Cada vez mais presente na rotina de todos, a Inteligência Artificial também tem sido o caminho para que consumidores encontrem soluções no dia a dia e economizem com os “chats”.
Já pensou em avaliar a troca do carro, ou simular como um novo móvel ficaria no ambiente de casa? A advogada Julia Nogueira Loureiro, 28 anos, contou que costuma utilizar a IA para pesquisas como essas. “Por exemplo, na troca de carro foi fundamental fazer a base de cálculos de quanto eu gastaria para trocar de um carro a combustão por um carro elétrico. Quem me ajudou na escolha de trocar um dos carros que eu tinha a combustão para um elétrico foi a IA”.
A ferramenta simulou os custos de deslocamento entre audiências e, de um fórum para outro, comparando com os gastos estimados com energia elétrica, disse a advogada. “Hoje utilizo a versão paga, porque dá mais funções. Não dá para dizer que ela é um substituto da mão de obra humana, mas ajuda muito”.
A empresária Yasmin Calheiros da Silva, 29 anos, que trabalha com convites de festas e casamentos, e utiliza a IA para o trabalho, contou que seus clientes também usam a IA. “Me ajuda até a orientar os clientes como, por exemplo, sobre as flores que ilustram os convites, e sobre a cores. Me auxilia a criar uma explicação para agilizar o atendimento.”
As IAs podem funcionar como aliadas para consumidores que busquem soluções a produtos com defeitos ou para economizar, segundo Eduardo Glazar, CSO (sigla em inglês para chefe de suporte) da Globalsys. “As IAs funcionam como importantes aliadas dos consumidores em ambas jornadas”.
Para questões como produtos com defeito ou dúvidas, os chatbots inteligentes oferecem suporte em tempo real, agilizando a comunicação e a busca por soluções, enquanto sistemas de avaliação preditivos ajudam a evitar compras problemáticas antes mesmo que elas aconteçam, conforme aponta a análise do uso de IA no comércio brasileiro, detalhou o especialista.
O economista Sebastião Demuner destacou que os “chats” hoje são um grande aliado do consumidor, principalmente em um ponto fundamental, que é a busca por economizar.
“Em uma obra ou reforma, por exemplo, a média é de 30% de perda de materiais nesse 'reforma, conserta, quebra e desmancha'. E com o chat, é possível trabalhar a questão de espaço, iluminação, e uso de energia antes de fazer a modificação de fato”, explicou.

Confiança em informações da IA
Um estudo recente da Conversion, em parceria com a ESPM, revelou que 93% dos brasileiros conectados já utilizaram tecnologias como ChatGPT, Gemini ou Copilot. Este dado demonstra a rápida adoção e familiaridade dos usuários com essas ferramentas.
O estudo também abordou a confiança dos consumidores nas informações geradas por IA. Aproximadamente 62% dos entrevistados afirmaram confiar muito ou totalmente nas informações fornecidas por essas ferramentas.
Esse nível de confiança é comparável ao dos buscadores tradicionais, como o Google, que alcançou 65,2% na mesma métrica.
Embora o Google ainda seja considerado mais confiável por 27,4% dos participantes, 25,5% atribuíram maior confiabilidade às IAs. Essa distribuição quase simétrica sugere que a IA está se tornando uma fonte relevante de informação, coexistindo com os mecanismos de busca tradicionais.
Especialistas dizem que o nosso futuro na internet pode depender da capacidade coletiva de desconfiar de tudo. É importante entender que ferramentas como ChatGPT e Gemini são extremamente úteis para organizar informações, trazer referências e acelerar a busca por respostas, mas não devem ser vistas como fontes infalíveis, segundo Frederico, CTO e head de Inteligência Artificial da Intelliway.
“Esses modelos trabalham com probabilidades estatísticas baseadas em grandes volumes de dados e podem, ocasionalmente, gerar respostas imprecisas ou desatualizadas. O caminho para ter informações mais confiáveis é combinar o uso dessas ferramentas com boas práticas de checagem”, contou.
Comério reforçou que a IA é um excelente ponto de partida para acelerar pesquisas e apoiar decisões, mas a responsabilidade final sobre a veracidade da informação ainda é do usuário — e do cuidado em validar os conteúdos consultados.
Uma outra pesquisa mostrou que, no País, mais da metade dos consumidores afirmaram que utilizam a IA na hora e fazer compras. Os dados são de um estudo da Adyen, que mostra que 52% da população usaram o ChatGPT e outras assistentes para escolher seus produtos dos últimos 12 meses.
“Os consumidores estão adotando a IA em um ritmo sem precedentes à medida que descobrem como essa tecnologia está transformando a experiência de compra”, disse Renato Migliacci, vice-presidente de vendas da Adyen Brasil.
Aposta de lojas na tecnologia
Uso da IA pelas varejistas
Entre os varejistas, a adoção da IA também ganha força. Quando questionados sobre como planejam aumentar a receita em 2025, quase metade (48%) dos entrevistados brasileiros disse que investiria na tecnologia para apoiar suas atividades de vendas e marketing. Outros 42% planejam usar IA para inovação de produtos.
Lojas físicas
Mesmo com o avanço do digital, as lojas físicas seguem relevantes na preferência dos consumidores. Elas são o canal favorito de 24% dos brasileiros, contra 39% que preferem comprar on-line. Os principais motivos para a escolha da loja física são: o desejo de ver e tocar o produto antes da compra (45%), experimentar os itens (40%), e a possibilidade de sair do local já com o produto em mãos (33%).
Fonte: Adyen.
“Interações permitem antever tendências e adaptar estoques”
“A Inteligência Artificial está transformando a forma como os consumidores tomam decisões, moldando um novo padrão de consumo mais informado, personalizado e eficiente.
Ferramentas de IA já são utilizadas para simular a disposição de móveis em ambientes, sugerir produtos com base no estilo do usuário e até orientar reparos simples em casa — tudo com rapidez e baixo custo. Essa autonomia crescente empodera o consumidor, mas também representa uma grande oportunidade para empresas e indústrias.
Ao incorporar IA em seus canais de atendimento, personalização de ofertas e desenvolvimento de produtos, as marcas podem criar experiências mais relevantes e fidelizar clientes.
Além disso, o uso de dados gerados por interações com IA permite antever tendências e adaptar estoques e estratégias com agilidade. Ou seja, a IA não apenas redefine o consumo, como também abre um novo espaço de competitividade para quem souber utilizá-la com inteligência e ética”.
- Marcelo Loyola Fraga, economista e diretor da Faculdade Capixaba de Negócios (Facan)
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