SUS, guardião da segurança alimentar e nutricional no Brasil
Tudo o que você precisa saber para uma alimentação saudável no dia a dia
Você já parou para pensar que, mesmo sem perceber, você pode estar utilizando o Sistema Único de Saúde todos os dias? Quando abre a torneira e tem água potável tratada, quando compra um alimento com selo de inspeção, quando leva o filho para vacinar, ou até quando participa de uma campanha de prevenção, o SUS está ali, presente e silencioso, garantindo que a engrenagem da saúde pública continue funcionando.
No dia 19 de setembro, celebramos o aniversário do SUS, um marco histórico da sociedade brasileira que vai muito além dos hospitais e postos de saúde.
Criado pela Constituição de 1988, o SUS é fruto de uma longa luta social e intelectual pela democratização do acesso à saúde.
É impossível falar dessa conquista sem citar nomes como Josué de Castro, médico, geógrafo e intelectual pernambucano que denunciou ao mundo a realidade da fome no Brasil, e José Arouca, sanitarista e parlamentar que foi um dos grandes articuladores da Reforma Sanitária.
Esses pioneiros acreditavam em um país onde saúde não fosse privilégio, mas sim direito de todos. Hoje, graças a esse movimento, temos o maior sistema público de saúde do mundo, que atende diariamente milhões de brasileiros.
O curioso é que muitos ainda associam o SUS apenas a filas ou dificuldades de atendimento, sem perceber sua amplitude.
O sistema está presente no dia a dia de todos nós: desde o controle de qualidade da água e fiscalização dos alimentos, até a pesquisa e produção de vacinas, como vimos de forma clara durante a pandemia de covid-19.
Quando falamos em nutrição, a importância é ainda mais evidente: é o SUS que garante programas de alimentação escolar, campanhas de combate à desnutrição e à obesidade, políticas de suplementação de ferro e vitamina A, além do apoio a gestantes e crianças em fase de desenvolvimento. O SUS é, em muitos aspectos, o guardião silencioso da segurança alimentar e nutricional no Brasil.
E o que podemos fazer, enquanto cidadãos, para fortalecer esse patrimônio coletivo? Primeiro, reconhecer seu valor. Em vez de enxergar apenas os problemas – que de fato existem e precisam ser enfrentados –, podemos olhar para o impacto positivo que ele gera em milhões de vidas.
Segundo, usar de forma consciente, respeitando filas, mantendo o calendário vacinal em dia e valorizando os profissionais que dedicam sua vida a manter o sistema em pé. E, por fim, engajar-se: participar de conselhos de saúde, apoiar campanhas locais, cobrar melhorias dos gestores.
Assim como uma boa alimentação depende de escolhas consistentes ao longo do tempo, a saúde pública também precisa da participação de todos para se manter forte.
O aniversário do SUS não é apenas uma data no calendário, mas uma oportunidade de refletir sobre o que significa viver em um país onde saúde é direito constitucional.
É lembrar que, sem ele, desigualdades seriam ainda mais cruéis, e milhões de brasileiros estariam excluídos do acesso à atenção básica, a vacinas e a políticas de nutrição. Josué de Castro dizia que “a fome é fruto da injustiça social”.
O SUS, por sua vez, é uma tentativa concreta de corrigir essas injustiças, promovendo não apenas o cuidado individual, mas a saúde coletiva. Que este 19 de setembro seja um convite para olharmos para o SUS com gratidão e responsabilidade.
Porque, no fim das contas, ele não é apenas um sistema: é a prova viva de que quando uma sociedade decide que saúde é direito de todos, a vida de cada um se torna mais digna.
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