Gordura que dói e não some
Tudo o que você precisa saber para uma alimentação saudável no dia a dia
Você já ouviu falar em lipedema? Essa condição crônica e progressiva afeta principalmente mulheres e é frequentemente confundida com obesidade ou retenção de líquidos. O lipedema provoca o acúmulo desproporcional de gordura, geralmente em pernas, quadris e braços, com dor, inchaço, hematomas frequentes e grande impacto na autoestima.
Ao contrário do que muitos pensam, o lipedema não está relacionado ao excesso de comida ou falta de esforço físico. Trata-se de uma alteração no tecido adiposo, com origem hormonal e inflamatória, que resiste às dietas tradicionais e ao exercício aeróbico intenso. Por isso, é comum que mulheres com lipedema relatem frustração após inúmeras tentativas de emagrecimento sem sucesso nas áreas afetadas.
A boa notícia é que a nutrição pode desempenhar um papel fundamental no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida. A alimentação adequada ajuda a reduzir a inflamação sistêmica, modular hormônios, aliviar dores, melhorar a circulação linfática e evitar a progressão do quadro.
Uma dieta anti-inflamatória é uma das principais estratégias. Isso inclui priorizar alimentos naturais e coloridos, ricos em antioxidantes e compostos bioativos: frutas vermelhas, vegetais de folhas verdes escuras, cúrcuma, gengibre, peixes ricos em ômega-3 (como salmão e sardinha), azeite de oliva extravirgem, castanhas e sementes. É importante também reduzir ao máximo o consumo de açúcar, farináceos refinados, embutidos, frituras e alimentos ultraprocessados, bem como glúten e lactose que agravam o processo inflamatório.
Além da alimentação, a fitoterapia e os chás funcionais podem ser grandes aliados. Algumas opções com evidência e uso tradicional incluem:
• Castanha-da-índia, centella asiática e hamamélis: favorecem a circulação e reduzem a retenção;
• Cúrcuma e gengibre: potentes anti-inflamatórios naturais;
• Chá verde, hibisco e cavalinha: com ação diurética e antioxidante, auxiliam na sensação de inchaço.
A suplementação também pode ser indicada por nutricionistas, de forma individualizada. Em alguns casos, recomenda-se o uso de flavonoides, vitamina C, vitamina D, magnésio, rutina, DHA/EPA (ômega-3) e enzimas proteolíticas, sempre avaliando exames e quadro clínico.
E o exercício físico? Ele é fundamental, mas com estratégia! Exercícios de força (musculação) ajudam a melhorar a composição corporal, estimular o sistema linfático e preservar a massa magra. Já as atividades de baixo impacto, como caminhada, bicicleta, hidroginástica e pilates, são ideais para ativar a circulação sem gerar traumas nas articulações. O excesso de cardio intenso, por outro lado, pode aumentar a inflamação em algumas pacientes. Por isso é tão importante o acompanhamento com o profissional da educação física.
Por fim, é essencial lembrar que o lipedema exige um olhar multidisciplinar e acolhedor. Com o diagnóstico correto e uma abordagem integrativa — envolvendo nutrição, exercício físico e suporte emocional — é possível conquistar alívio nos sintomas e mais qualidade de vida.
Se você se identifica com esses sinais, procure apoio profissional. O cuidado começa com o conhecimento — e você não está sozinha nessa jornada.
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