Histórias Empresariais: BR-101 terá entrega de 12km duplicados até o fim do ano
À frente da rodovia, a agora chamada Ecovias Capixaba entrega neste mês 1º trecho duplicado após a repactuação do contrato, há 4 meses

Era Eco101, virou Ecovias Capixaba. A concessionária chegou a anunciar que deixaria a administração da BR-101 no Espírito Santo, mas, após a repactuação do contrato, ela está de nome novo e ânimo renovado.
Foi o que indicou Roberto Amorim, diretor-superintendente da Ecovias Capixaba, antiga Eco101, em entrevista ao editor multimídia de Economia e Política da Rede Tribuna, Rafael Guzzo. Ele confirmou que, ainda neste ano, serão entregues os primeiros 12 quilômetros de duplicação do novo contrato: entre Anchieta e Guarapari.
E reforçou que, em três anos, o trecho entre os trevos de João Neiva e de Safra, que dá acesso para Cachoeiro de Itapemirim, será duplicado, o que compreende cerca de 200 quilômetros.
Amorim também destacou a criação de cerca de 3 a 4 mil empregos por ano, entre diretos e indiretos, com a aceleração das obras. A conversa na íntegra pode ser acessada por meio do QR Code presente nesta página. Abaixo, alguns dos destaques da entrevista.
A Tribuna - A Ecovias Capixaba vai duplicar toda a rodovia mais importante do Espírito Santo, que é a BR-101? Como ficou definido o novo contrato, após a repactuação?
Roberto Amorim - O contrato foi modernizado de uma forma bem interessante. E é bom comentar que ele se torna um dos contratos mais modernos que tem no País. Dados esses 12 anos de experiência, audiências que ocorreram. Então, já tem obras para os próximos três anos que não dependem de qualquer tipo de aprovação.
Como está definida a programação das obras?
Do trevo de João Neiva, onde acessa a BR-259, sentido Colatina, até o trevo de Safra, que é o acesso a Cachoeiro de Itapemirim, estará tudo duplicado nos próximos três anos a partir da assinatura do aditivo.
Então, em agosto de 2028, nós teremos 200 quilômetros de duplicação já executadas e disponíveis para os usuários da rodovia.
Nesse primeiro ano de aditivo, dessa duplicação, 22 quilômetros já são esperados nos 12 primeiros meses. Mas neste mês ainda a gente já entrega o primeiro trecho.
Nossa expectativa é que, até o final do ano, dos 22 quilômetros, a gente já entregue 12 em Guarapari e Anchieta, isto com apenas quatro meses de assinatura de aditivo.
Hoje já está disponível para o usuário utilizar, só tendo um pequeno desvio de 500 metros, que é uma ponte nova que nós estamos construindo sobre o Rio Grande. Hoje, quem sai do contorno do Mestre Álvaro até Anchieta, no trevo de acesso a Alfredo Chaves já pega toda essa pista duplicada.
Serão construídos quantos contornos ao todo na BR-101?
Serão três. Nós já temos um executado em Iconha, que já era contratual do contrato original, e entraram mais três nessa modernização: Ibiraçu, Fundão e Linhares. Para o contorno de Linhares, a princípio, precisa ser desenvolvido um estudo de viabilidade técnica.
Já foi feito em 2019 um estudo, porém já está defasado, então demanda uma atualização. Por isso, não entrou como obra nesses três primeiros anos. É um trecho em que sua viabilidade técnica ainda precisa ser estudada.
Ele já está incorporado no contrato, é uma obrigação, porém ainda precisa ser desenvolvido o projeto executivo, toda a parte de licençamento ambiental. É o que a gente chama de “greenfield”, vai ser construído do zero, inclusive respeitando o PDM (Plano Diretor Municipal), para que a gente faça da melhor forma, já prevendo também o futuro.
Não adianta a gente fazer uma rodovia moderna para nos próximos 10 anos já ter de fazer alguma intervenção. Precisa pensar no longo prazo para desenvolver.
Com a entrada da Ecovias na BR-101, em 2013, a empresa contratou muitos profissionais. E agora, vai ter uma ampliação do quadro de funcionários?
Sem dúvida. Nós temos, em média, 500 colaboradores próprios. E tem uma parte operacional, principalmente, os guinchos, as ambulâncias, que a gente já trabalha com terceirizados. Então, entre colaboradores próprios e terceiros próximos, ou diretos, hoje nós temos cerca de 900 colaboradores.
Com a aceleração das obras, a expectativa é de que nós tenhamos, por ano, cerca de 3 mil a 4 mil empregos, entre diretos e indiretos. Principalmente nesse período dos próximos cinco anos, que é o mais pesado de investimentos em ampliação, que demanda mais trabalhadores em todos os ramos, não só na operação, mas também na área de construção civil.
Sobre a BR-262, o governo busca uma saída. É uma rodovia de obra dificílima. Há interesse de fazer a gestão também da BR-262, que forma, com a 101, as principais BRs do Estado?
A gente sabe que é uma área que tem a geologia complexa. E já foram feitos dois leilões ali que acabaram não tendo interessados no primeiro momento.
O grupo EcoRodovias faz gestão de rodovias, e todo ativo que efetivamente tem a ver com o grupo, que traga retorno, dentro das questões que têm acontecido de ESG, de social, obviamente o grupo vai avaliar e, fazendo sentido, participa do certame.
Estamos falando de um trecho significativo, que seja mais atraente para os investidores. Então, acredito que a gente está no caminho certo e obviamente quando estiver disponível, a gente vai avaliar com todo cuidado..
Como fica o reajuste do pedágio com esse novo contrato?
Por vários motivos, inclusive pelas obras não terem ocorrido conforme o cronograma previsto de 2013 para cá, nós tivemos nesses 12 anos cerca de 25% de reajuste da tarifa em 12 anos. A inflação, que no caso do contrato da Ecovias Capixaba é o IPCA, variou cerca de 82% nesse mesmo período.
Ou seja, dá para dizer que tem uma defasagem grande em termos de valor. Então temos, se não a menor, uma das menores tarifas do País, e por conta disso, inclusive, em 2022 nós fizemos lá atrás a opção por devolver o contrato.
Porém, nessa modernização, vamos ter cerca de R$ 2 bilhões de investimentos em obras de ampliação principalmente nesses três primeiros anos. Então nós precisamos recompor essa tarifa.
Está previsto, sempre de acordo com o cronograma, ou seja, faço entregas e tenho um gatilho previsto. Está previsto o gatilho no sexto mês após a assinatura do aditivo, no 18º e no 30º mês após a assinatura do aditivo, que seria a recomposição dessa tarifa.
Perfil
Roberto Amorim
diretor-superintendente da Ecovias Capixaba, está há 25 anos na EcoRodovias, sendo 12 no Estado.
É formado em Engenharia Civil, com pós-graduação em Finanças e Controladoria e pós-graduação em Gerenciamento de Projetos.
Nascido no Triângulo Mineiro, mas já se considera capixaba. Tem dois filhos: Luciano, que cursa Engenharia e Geovana, que estuda Medicina. Entre seus hobbies, toca guitarra e violão.
Curiosidades
Atendimentos
Nos últimos 12 anos, foram feitos 1,5 milhão de atendimentos no trecho capixaba da BR-101. “Temos as bases de apoio ao usuário, com água, tem banheiro, tem fraudário, inclusive com disponibilidade de fraldas. Fizemos diversos partos na rodovia. Pelo menos cinco divulgamos”, contou o diretor-superintendente.
Média de velocidade
Roberto Amorim contou que está sendo feito teste da velocidade média para radares, mas que a mudança não pode ser posta em prática porque a legislação atual não permite. “Ele mede o ponto inicial e o final e calcula a velocidade média. Se estiver acima do que é permitido, pode receber uma multa.”
Veja a entrevista completa abaixo
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