Ode a Renato!
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A vitória do Fluminense sobre o Bahia, por 2 a 0, no Maracanã, classificando o time às semifinais da Copa do Brasil, fala muito da capacidade que Renato Gaúcho tem para trabalhar estratégias em torneios eliminatórios. E quem mostra tal coisa são os números do aproveitamento de seus times no torneio que oferece a maior premiação do calendário da CBF. Desempenho que se não o transforma no mais virtuoso dos treinadores, o coloca ao menos entre os mais eficientes na montagem de times competitivos.
A atual edição da Copa do Brasil é a 14ª de Renato, desde a primeira participação dele como técnico com o próprio Fluminense, em 2003. E em dez delas, os times chegaram ao menos entre os quatro semifinalistas, incluindo a atual.
Isto mostra que em 71,4% das vezes em que dirigiu um time no torneio, disputou vaga entre os dois finalistas. Dessas dez, em quatro (40%) fez a final; e por duas vezes levantou o título. Bola de segurança para um tipo de disputa em que a competitividade brilha mais do que a estética.
Como o Fluminense que já não vive mais da polivalência de Árias, do faro apurado de Cano e dos toques de classe de Ganso, os times de Renato surpreendem pelos resultados improváveis. Se impõe pela entrega, controla o combate pelo volume e acaba levando a melhor em lances tão ensaiados quanto fortuitos.
Um prêmio a quem, quase sempre, desamarra os nós que nos prende ao “tatiquês” e impõe ao jogo um estilo próprio que brota de seu conceito 60% estratégico, 40% anarquista - definição minha.
Vejam bem: não estamos falando de um “professor”, forjado pela CBF Academy. Trata-se só de um técnico com aproveitamento de 58,8% dos pontos disputados em 80 jogos da Copa do Brasil, o que me parece bom. Renato tem 48,7% de vitórias nesses 80 confrontos e só 21,2% de derrotas. Algo que num playoff gera confiança.
E os gremistas que o digam. O clube gaúcho é o que mais vezes foi à semifinal do torneio, e todas as seis sob o comando dele. Foi campeão em 2016, em final com o Atlético-MG, e vice em 2020, na disputa com Palmeiras.
Nas outras quatro, o Grêmio caiu em playoffs com Athletico (2013 / 19), Cruzeiro (17) e Flamengo (23). Fora o vice com o Vasco, em 2006 e o título com o Fluminense no ano seguinte. Difícil achar um histórico mais animador…
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