Ansiedade odontológica
Crônicas e dicas do doutor João Evangelista, que compartilha sua grande experiência na área médica
Lá estava eu, sentado na cadeira do dentista. A boca aberta, o dente doendo, a mente assustada e o coração gemendo. Anestesia, afastadores, brocas, pinos, sugadores, entre outras parafernálias, entravam e saiam da minha cavidade bucal.
Meu talentoso dentista, Dr. Jefferson Trabach Pires, executava seu trabalho. Enquanto isso, minha inquieta mente buscava entender aquele “fisiológico desequilíbrio” e meu coração, inundado de adrenalina, pulava no peito.
Diante de procedimentos odontológicos, circuitos neuronais ativam o cérebro e neurotransmissores assustam o coração.
A boca e o encéfalo estão intrinsecamente conectados por uma complexa rede de nervos, vasos sanguíneos e vias inflamatórias. Assim sendo, faz sentido que certos procedimentos odontológicos possam desencadear repercussões neurológicas.
Os dentes, especialmente os molares, estão situados perto de nervos importantes, como o trigêmeo, que se comunica diretamente com partes do cérebro responsáveis pela sensação e pelo controle motor. Intervenções nessa área podem, ocasionalmente, enviar sinais confusos ao cérebro.
Durante o tratamento, podem surgir dificuldade de concentração e dores de cabeça ou sensações de pressão, frequentemente relacionadas às áreas dos seios da face, após a remoção dos molares superiores.
Além disso, costumam aparecer dormência, ansiedade e distúrbio do sono, atribuídos à inflamação pós-operatória ou simplesmente à resposta do corpo ao estresse.
Devemos lembrar que a maioria desses sintomas costumam ser leves e transitórios. É preciso também ressaltar que cada dente apresenta diferenças em sua resposta neurológica.
A remoção dos molares, localizados próximos dos principais nervos alveolar, lingual e maxilar, envolve mais força, corte cirúrgico ou até mesmo remoção do osso, podendo produzir sensações de aperto na mandíbula ou formigamento facial, caso os nervos forem afetados.
Dentes molares posteriores são suscetíveis de riscos, podendo gerar sensações cerebrais pós-extração, sugerindo cuidados e monitoramento posteriores.
Nos incisivos e caninos, as extrações são menos complexas, geralmente mais superficiais. Isso ocorre em função da distância dos principais nervos envolvidos na sensação facial. Os pacientes submetidos a esses procedimentos raramente relatam sintomas neurológicos pós-operatórios.
Alimentado pela nervosismo, o coração ameaça a “querer sair pela boca”. Procedimentos aparentemente insignificantes podem desencadear mudanças emocionais temporárias, especialmente quando envolvem dor, cicatrização ou inflamação.
Marcadores inflamatórios, como citocinas liberadas após a cirurgia, podem afetar os neurotransmissores. O aumento da inflamação costuma estar associado a alterações de humor ou irritabilidade.
A sensação de ansiedade que acelera o coração do paciente pode ser substituída por uma emoção positiva de ser bem atendido por um profissional que transmite confiança e segurança, como Dr. Jefferson Pires.
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