Capixabas são premiados pelo MEC em concurso de redações do Enem
Dois estudantes foram premiados pelo Ministério da Educação em concurso com as redações que se destacaram no Enem

Dois estudantes do Espírito Santo receberam o prêmio Educação Brasileira 2025, entregue pelo Ministério da Educação (MEC). A premiação foi entregue em Brasília, durante cerimônia no Palácio do Planalto, e contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Educação, Camilo Santana.
Os alunos Henrique Sousa Fagundes, 18 anos, e Maria Luiza Costa Ribeiro, 19, estão entre os 54 estudantes de todo o Brasil selecionados a partir do desempenho na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024.
Só foram escolhidos estudantes da rede pública, que ganharam, além de medalha e certificado, um celular iPhone e um iPad.
A redação é decisiva para subir a média do candidato no Enem, afirma Heitor Campos, professor de Redação na Escola Madan, que deu aulas para Henrique.
“O valor da redação é contabilizado em absoluto, e faz subir a média do candidato. Cada curso dá um peso maior para a área do conhecimento com afinidade à graduação. Medicina na Ufes, por exemplo, atribui peso quatro a Ciências da Natureza, e a redação também tem o mesmo peso. Como é difícil obter mais de 920 pontos na prova objetiva, a redação se torna um grande diferencial”.
É fundamental estudar redação desde o primeiro ano do ensino médio, ainda que o objetivo principal não seja o Enem, destaca Adriana Pin, professora de Português do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Linhares, que deu aulas para Maria Luiza.
“É fundamental estudar redação com antecedência, porque são cobradas cinco competências, com uma série de conteúdos e informações. É produzindo texto que o aluno vai fixar essas competências. Saber redigir adequadamente é essencial, inclusive, para o desempenho no mercado de trabalho”.
Também foram premiados quatro estados, 35 municípios e 20 escolas. Ao todo, foram entregues 62 troféus e 54 medalhas em oito categorias. Além disso, foram homenageados 49 professores que acompanham as escolas e municípios premiados. A premiação acontecerá anualmente.
Maria Luiza Costa Ribeiro estudante: “Os estudos abrem portas”

AT: Você sente que sua dedicação foi valorizada ao receber o prêmio?
Maria Luiza: Os estudos para a redação do Enem exigiram um esforço diário muito grande no ano de 2024. Foi uma área que me dediquei bastante. Então, alcançar 980 pontos e ter esse reconhecimento faz com que todo o trabalho feito ao longo do ano tenha valido muito a pena. Me sinto valorizada não só pelo resultado final, mas também pelo caminho difícil que percorri até chegar nele.
AT: Do que você abdicou durante os estudos?
Maria Luiza: O que mais me impactou foi ter de abrir mão do tempo com a família em períodos mais intensos de estudos. É uma decisão difícil de se fazer, porque a gente sente falta de estar com a família, e esse pode se tornar um peso emocional.
AT: Sente que valeu a pena?
Maria Luiza: Com certeza! Foi um momento necessário e que abriu caminho para conquistas muito grandes na minha vida, que hoje trazem alegria para toda a minha família. Além disso, sei que posso recuperar esses momentos com mais calma agora.
AT: Você passou no vestibular que queria?
Maria Luiza: Sim! Hoje curso Medicina na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
AT: Para você, qual a importância de se dedicar aos estudos?
Maria Luiza: Os estudos abrem portas para os nossos sonhos. Hoje, sou muito grata por ter entrado no curso de Medicina e por saber que ainda tenho uma linda trajetória pela frente através da educação. É muito importante, também, manter a calma na hora da prova e confiar no seu potencial e na sua dedicação.
Henrique Sousa Fagundes estudante: “A educação foi minha saída”

AT: Qual é o sentimento ao receber esse prêmio?
Henrique Fagundes: Fico muito feliz! Esse evento é muito importante porque, a partir de iniciativas como essa, o estudante se sente valorizado e motivado a continuar trilhando o caminho da educação, que, na maior parte das vezes, é desafiador por diversos motivos.
AT: Como era a rotina de estudos?
Henrique Fagundes: Eu estudava e ainda estudo especificamente para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Estudava das 7h30 às 12h e, depois, das 13h30 às 21h40, dado o alto grau de exigência do vestibular, conhecido por ser o mais difícil do Brasil. Não passei em 2024, mas recebi uma bolsa de estudos, com alojamento, alimentação e curso preparatório no Colégio Farias Brito, em Fortaleza, no Ceará.
AT: Apesar do ITA focar em exatas, você não deixou a redação de lado. Por quê?
Henrique Fagundes: Na minha visão, a redação vai além de produzir um texto para ser avaliado. Saber escrever bem significa conseguir expressar o que se pensa, algo muito importante em qualquer área.
AT: Como você mantinha a motivação intacta durante os estudos?
Henrique Fagundes: Quando me sentia desmotivado para estudar, o que é comum em um ano longo de preparação, pensava na sensação de ver meu sonho realizado, e isso não tem preço. A educação sempre foi a minha única saída. Sempre fui fascinado pela área de exatas e pelas olimpíadas científicas, o que tornou o processo mais natural para mim. A dedicação aos estudos traz, além de grandes chances de sucesso profissional, maior autoconhecimento e também desenvolvimento pessoal e intelectual.
AT: Qual seu conselho para quem está estudando para vestibular?
Henrique Fagundes: Dedique-se, pois a única maneira de ingressar nas melhores universidades do País é por meio de muito esforço. Não faça isso sozinho. Procure ajuda e tente conciliar a rotina com a sua realidade. Saiba que você não está sozinho nos estudos.
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