Dois a cada 10 alunos já experimentaram drogas
Número é fruto de um estudo feito com 4.614 estudantes do ensino médio de 63 escolas públicas e privadas da Grande Vitória
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Um estudo realizado no Espírito Santo revelou que dois a cada 10 estudantes de escolas públicas e privadas da Grande Vitória já experimentaram algum tipo de droga como crack, cocaína, heroína, LSD, ecstasy, metanfetamina e maconha, exceto álcool e tabaco.
Ao todo, participaram do estudo 4.614 estudantes do ensino médio, com idade entre 14 e 19 anos, de 63 escolas entre públicas e privadas. No total, a experimentação de qualquer droga foi de 21,8%. O estudo revelou também que 8,7% ainda fazem uso de alguma dessas substâncias.

“A adolescência é um momento de importantes modificações biológicas, psicossociais e comportamentais e, nessa fase, a necessidade de inserção em grupos sociais pode levar a comportamentos de risco. É uma fase de muita vulnerabilidade a situações de risco”, ressalta a professora Franciéle Marabotti, responsável pela pesquisa.
Redução do estresse (43%), relaxamento (35,5%) e diversão com os amigos (33,2%) foram os principais motivos apontados pelos jovens para o consumo.
Os dados coletados entre março e dezembro de 2023, possibilitaram a extração de resultados fazendo o detalhamento entre alunos de escolas públicas e privadas.
Uma segunda vertente da pesquisa foi para estudantes da rede pública pertencentes às regiões do Programa Estado Presente.
“Entre os estudantes entrevistados, a experimentação de cigarro foi de 18,1%. Para o narguilé e/ou cigarro eletrônico foi de 22,9%”.
O estudo rastreou ainda o uso de álcool, de remédios para emagrecer ou ficar acordado e de tranquilizantes sem receita médica.
Subsecretário de Estado de Políticas sobre Drogas e coordenador do Programa Rede Abraço, Carlos Lopes ressaltou a importância dessa pesquisa.
“Infelizmente nossa sociedade debate o assunto 'álcool e drogas' de forma superficial. Essa pesquisa nos dá um diagnóstico mais preciso de como os adolescentes do Estado estão lidando com esse problema. Com isso, vamos conseguir formular políticas públicas mais assertivas, especialmente no campo da prevenção”.
A pesquisa foi realizada pela Rede Abraço, em parceria com o Laboratório de Estudos sobre Violência, Saúde e Acidentes da Ufes e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapes).
Raio x da pesquisa
Cigarro

Entre os estudantes entrevistados, a experimentação de cigarro em algum momento da vida foi de 18,1%.
Entre as meninas, 18,8% relataram já ter fumado. Entre os meninos, 17,2%.
46% dos adolescentes fumaram pela primeira vez entre 11 e 14 anos.
A motivação para uso é busca de diversão com amigos (38,7%), redução do estresse (36,7%) e desejo de relaxar (34,3%).
Álcool

Cerca de 63% relataram que já experimentaram uma dose de bebida alcoólica na vida.
Entre as meninas, a prevalência foi de 67%, enquanto entre os meninos foi de 59%.
27% afirmaram já ter ficado embriagados uma ou duas vezes na vida.
A principal motivação apontada foi a influência de amigos (57,6%).
18% afirmaram já ter feito uso de álcool e drogas juntos.
Maconha

17,6% já experimentaram maconha em algum momento da vida.
A prevalência é de 18,8% entre meninas. Entre os meninos é de 16%.
63,7% iniciaram o uso da substância aos 15 anos ou mais.
cerca de 50% declararam ter obtido a droga por meio de amigos.
6,7% fazem uso atual de maconha.
Cigarro Eletrônico

A prevalência de experimentação de narguilé e/ou cigarro eletrônico entre os estudantes da amostra foi de 22,9%.
Quanto à forma de obtenção, 28,5% relataram adquirir os produtos por meio de amigos.
80,4% informaram não ter enfrentado qualquer tipo de recusa no momento da compra.
Atualmente, 4,5% afirmaram fazer uso de cigarro eletrônico.
Outas drogas

O estudo também perguntou aos estudantes sobre o uso de drogas ilícitas como o crack, cheirar produto, cocaína, heroína, LSD, ecstasy, metanfetamina e maconha.
21,8 % disseram já ter experimentado alguma droga, exceto álcool e tabaco, na vida.
8,7 % disseram que fazem o uso atual de alguma droga, exceto álcool e tabaco.
Medicamentos
Remédio para emagrecer ou ficar acordado

9,3% relataram já ter utilizado, em algum momento, medicamentos para emagrecer ou permanecer acordado sem prescrição médica.
A prevalência foi mais elevada entre as meninas (quase 12,0%) do que entre os meninos (6,0%).
Aproximadamente 23% dos entrevistados indicaram que o medicamento foi fornecido por algum familiar.
Remédio para emagrecer ou ficar acordado

9,3% relataram já ter utilizado, em algum momento, medicamentos para emagrecer ou permanecer acordado sem prescrição médica.
A prevalência foi mais elevada entre as meninas (quase 12,0%) do que entre os meninos (6,0%).
Aproximadamente 23% dos entrevistados indicaram que o medicamento foi fornecido por algum familiar.
Prevalência
A Maior prevalência de experimentação de maconha é entre os estudantes da escola pública.
A Maior prevalência atual de cigarro é entre os estudantes da escola pública.
A experimentação de narguilé ou cigarro eletrônico foi maior entre alunos de escolas privadas.
A experimentação de medicamentos para emagrecer/estimulantes foi mais prevalente entre os estudantes da rede privada.
Não às drogas
Mais de 90% já receberam algum tipo de ação educativa sobre drogas. Entre os espaços de maior ocorrência, destacam-se a escola (71%) e a família (64,5%).
Quando questionados sobre onde buscariam informações sobre drogas, 54,1% indicaram a internet.
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