Feira internacional do café conilon no Espírito Santo
Após a valorização do grão e a safra recorde do Estado, evento passa a ser realizado. Será de 27 a 29 de novembro, em Jaguaré
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A primeira Feira Internacional do Café Conilon (Ficc) acontece entre os dias 27 e 29 de novembro, no Parque de Exposições Alfeu Sossai, em Jaguaré, no Noroeste do Estado.
Com entrada gratuita, o evento reunirá cooperativas, exportadores, agricultores, federações e autoridades.
A ideia é que produtores acompanhem palestras e painéis sobre a produção do grão, informações sobre sistema financeiro e maneiras de impulsionar o turismo da região por meio do café conilon.
Grandes players do setor já confirmaram participação, conta o curador da Ficc e presidente do Sindicato dos Corretores de Café do Estado, Marcus Magalhães.
“A FICC posicionará o Espírito Santo no centro das atenções nacionais e internacionais, discutindo caminhos para ampliar valor agregado, inserir o produto capixaba em mercados internacionais e impulsionar o turismo rural e gastronômico da região”, diz.
Entre os convidados estão representantes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil e da Associação Brasileira da Indústria de Café e de Café Solúvel (Abic e Abcis).
Do Espírito Santo, também estarão presentes o Sindicato da Indústria do Café do Estado, a Associação Brasileira da Indústria de Café, o Sindicato do Comércio de Café em Geral do Estado, o Sistema OCB Espírito Santo, o Sistema Faes/Senar-ES, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e a Federação do Comércio (Fecomércio).
Em 2025, o Espírito Santo atingiu uma safra recorde do conilon, superando 13 milhões de sacas e consolidando o Estado como maior produtor brasileiro, diz Magalhães.
O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil. Segundo dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o Estado é responsáveis por 70% da produção nacional do café conilon.
São quase 300 mil hectares plantados do grão no Espírito Santo, com 40 mil propriedades em 63 municípios, que criam cerca de 250 mil empregos diretos.
“A feira é um espaço estratégico para reunir os protagonistas dessa cadeia, promovendo debates, painéis técnicos, exposição de tecnologias de ponta e oportunidades de negócios”, reforça.
Inadimplência nacional preocupa
A inadimplência de produtores do agronegócio brasileiro preocupa os bancos, em especial o Banco do Brasil (BB), responsável por cerca de 50% do financiamento concedido ao setor.
O índice de clientes do banco que são do setor primário e que não estão em dia disparou, atingindo o recorde de 3,94%, ante 2,45% de um ano antes e 0,96% no fim de 2023, segundo reportagem do jornal Valor Econômico.
O BB diz, segundo o jornal, que cerca de 20 mil clientes desse setor estão inadimplentes no Brasil, sendo que 74% deles nunca tinham dado calote no banco até 2023.
Segundo a instituição, 52% da inadimplência está concentrada no Centro-Oeste e Sul e 50% nas culturas de soja, milho e bovinos.
Para o economista-chefe do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), dois fatores explicam essa escalada da inadimplência: os juros altos e a queda nos preços das commodities.
“O Brasil ainda mantém uma das taxas reais mais altas do mundo, e mesmo com o início de cortes na Selic, o crédito segue caro. Isso aumenta o custo de rolagem das dívidas e pressiona a saúde financeira das propriedades rurais”, explica.
No Espírito Santo, no entanto, a inadimplência do agronegócio no é uma das menores do País, segundo levantamento feito pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) junto às instituições bancárias que operam no Estado.
Programas de financiamento estaduais também ajudam no socorro aos produtores, diz o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Faes), Júlio Rocha.
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