Serra avalia se aceita instalação de estação de esgoto no município
Projeto de reúso de água no Polo Industrial depende de aprovação local e diálogo com moradores, de acordo com a prefeitura
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Embora já anunciada como parte do leilão da GS Inima na B3, em 2024, a instalação de uma Estação de Produção de Água de Reúso (Epar) na Serra, que deve substituir a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Jardim Camburi, não estaria ainda oficialmente definida.
A informação é da prefeitura, que diz ter sido procurada recentemente pelo governo do Estado para discutir a proposta, cujo projeto não teria sido apresentado.
A Epar, como divulgado no ano passado, ficaria no Polo Industrial, próximo às instalações da ArcelorMittal Tubarão.
A siderúrgica seria uma das beneficiadas pelo produto gerado a partir do tratamento do esgoto. A ideia é que a empresa adquira parte dessa água “reciclada” nas atividades industriais.
A efetivação ou não do projeto, porém, depende de licenciamento a ser dado pelo município. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, Cláudio Denicoli, afirma que discussões com a população ainda precisam ser feitas.
“Precisamos entender o projeto e ter um plano de comunicação com a sociedade muito grande para dizer quais os benefícios que o município vai ter e o que a obra vai gerar para o tratamento do esgoto, que não tem fronteira”, diz.
Na prática, o esgoto despejado na Estação de Tratamento de Jardim Camburi, em Vitória, seria bombeado para a nova estação, na Serra.
Denicoli reconhece a necessidade de se pensar soluções para o tratamento de esgoto de maneira regional, mas questiona o fato de a prefeitura não ter sido consultada durante o processo operado junto à GS Inima Brasil.
“Foi à revelia do município o andamento de tudo. Agora é que estão nos procurando para nos apresentar e iniciar as tratativas com o município”, declara.
Como anunciado em 2024, o projeto prevê a construção de uma estação com capacidade de transformar 300 litros por segundo de esgoto sanitário em água de reúso para fim industrial.
No acordo, a ArcelorMittal Tubarão se compromete a adquirir 200 litros por segundo. O prazo de contrato é de 30 anos. A ação beneficiará moradores dos bairros da zona norte da capital Vitória, além de seis bairros da Serra.
ENTENDA O CASO
Reutilização na atividade de siderúrgica
Proposta
Em JANEIRO DE 2024, o consórcio multinacional GS Inima venceu o leilão, realizado pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) na B3, em São Paulo, para a construção de uma Estação de Produção de Água de Reúso (EPAR) para fins industrial, na Serra.
No escopo, um acordo foi firmado com a ArcelorMittal, em que a empresa se compromete a adquirir o volume de 200 litros por segundo.
No projeto, o efluente tratado será bombeado de Camburi, em Vitória, até o Polo Industrial no município de Serra, onde fica a siderúrgica, onde haverá uma capacidade de transformar 300 l/s de esgoto sanitário em água de reúso.
Falta conversa
Segundo a prefeitura, no entanto, nada está definido e o processo carece de diálogo com a população do entorno para entender as necessidades e os efeitos. Para isso, a administração aguarda receber o projeto da obra, no intuito de avaliar a viabilidade ambiental.
Fonte: prefeitura e B3
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