Loucos ladrões
Crimes inusitados pelo mundo revelam o absurdo do roubo comum e o contraste com a corrupção institucionalizada, muito mais bilionária e invisível
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Dia desses encontrei uma pesquisa sobre os ladrões mais loucos que a humanidade tem produzido - uma leitura fascinante sobre os limites da imaginação.
Começo por um pessoal lá da República Tcheca que conseguiu afanar uma ponte inteirinha. Eis o caso: a quadrilha bloqueou o acesso a uma ponte de ferro de 10 toneladas, dizendo ter sido contratada para demoli-la. Ninguém se preocupou em verificar se era verdade, até ser tarde demais. Os larápios carregaram, de lambuja, uns 300 metros de trilhos assentados sobre a ponte.
O episódio seguinte vem da Irlanda. Uma distinta senhora, proprietária de uma casa com um lindo jardim à frente, saiu com a família para visitar um parente. Horas depois, ao retornar, encontrou a casa no lugar - mas não o jardim! Parece incrível, mas afanaram até o gramado - a frente da casa ficou resumida a um amontoado de terra. Ouvidos pela polícia, os vizinhos disseram que apareceu um caminhão branco, do qual saltaram algumas pessoas que recolheram tudo e foram embora.
E as tampas de bueiro, vítimas da cobiça de tantos amigos do alheio pelo planeta afora? Neste quesito o campeão é um sujeito de Los Angeles (EUA) que conseguiu afanar 300 delas antes de ser preso. O curioso é que, segundo cálculos feitos pela polícia local, o ladrão poderia ter ganho 30 vezes mais caso tivesse negociado o mesmo peso em latinhas de alumínio.
Mas falemos em bichos: uma concessionária de veículos de Simi Valley, na California (EUA), tinha em cima do telhado, bem na entrada, um imenso gorila inflável segurando um carro. O dito cujo pesava bem uns 160 quilos. Eis que um dia todos chegaram para trabalhar e o pobre do gorila não estava mais lá. A primeira impressão foi a de que ele havia esvaziado - até descobrirem que ele tinha sido é furtado. Até hoje não descobriram como ou por qual motivo carregaram algo tão grande e pesado.
Enquanto isso, na Jamaica, ladrões carregaram praticamente uma praia inteira. Segundo a polícia, os hotéis locais tinham interesse em comprar areia para ampliar suas praias particulares. Foi aí que entrou em cena a quadrilha, que vendeu para eles as centenas de toneladas de areia retiradas de uma única praia - que quase acabou.
Encerro a lista com o caso do cidadão que furtou um carro da polícia por estar cansado de andar a pé. Isto aconteceu lá no Japão, na cidade de Gunma. O curioso é que ele estacionou a viatura na frente de sua casa, na maior “cara de pau”.
Resolvi fazer uma conta: somei os danos materiais envolvidos em todos estes casos, e cheguei a um total estimado de R$ 4,6 milhões - este o prejuízo dado por algumas dezenas de loucos. Em seguida, somei o total de dinheiro público desviado por apenas 10 governantes de nove países - todos normais. Deparei-me com US$ 57 bilhões. Para completar, acrescento a conta de quanto a bandalha subtrai anualmente ao Brasil: uns R$ 72 bilhões. E chego à conclusão, com Bernard Shaw, de que “precisamos de algumas pessoas malucas; vejam só para onde as pessoas normais nos levaram”.
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