X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Pobre pobreza

Nos EUA, ser pobre custa caro: jornadas abusivas, centavos desviados, juros extorsivos e até prisão por dormir ou comer na rua


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Pobre pobreza
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo |  Foto: Fábio Nunes/AT

Dia desses tive a oportunidade de ler uma interessante pesquisa sobre o quanto se rouba dos pobres lá nos EUA. O estudo começou pelo emprego. Algumas empresas norte-americanas, aproveitando o momento difícil da economia, começaram a estender a jornada de trabalho em alguns minutos diários, sem qualquer compensação. Quem não concordar é despedido.

Outras empresas foram apanhadas desviando míseros centavos dos contracheques de seus funcionários - algo que sempre passa desapercebido. Isto pode parecer pouco, mas anualmente são surrupiados dos mais pobres, por conta de tais expedientes, nada menos que US$ 100 bilhões.

Esta conta fica ainda mais revoltante se considerarmos que o governo norte-americano distribui aos mais pobres recursos assistenciais da ordem de US$ 55 bilhões anuais - e os mais ricos roubam deles praticamente o dobro!

Se você tem recursos basta ir a alguma loja e fazer suas compras em paz. A realidade do “Zé-Povinho”, no entanto, é bastante diferente: haverá que se ir a alguma financeira implorar por um crédito qualquer, que normalmente virá acompanhado de juros extorsivos. É assim que, lá nos EUA, são abocanhados dos mais pobres nada menos que US$ 30 bilhões a cada ano.

Ser pobre, lá, não é apenas penoso - é também perigoso. Recentemente, em um estudo realizado sobre 15 estados daquele país, descobriram que em 14 pobreza é crime.

Inicio pelo local de dormir. Se você tem dinheiro, dorme em casa. Se não tem, dorme na rua - e acaba preso. Se você tem dinheiro, vai ao banheiro. Se não tem, acaba descobrindo que banheiros públicos são raridade, alivia-se na rua e... acaba preso. Se você tem dinheiro, alimenta-se em um restaurante ou em casa. Se não tem, vira mendigo - e acaba preso. Se você tem dinheiro, compartilha alguma refeição em sua casa, com amigos. Se você não tem, divide um pão dormido na praça - e acaba preso. Registro que não estou exagerando: em Houston e na Philadelphia é crime dividir comida com indigentes.

À primeira vista estes parecem ser problemas de menor gravidade - até quando constatamos que eles respondem por 90% da criminalidade de baixo potencial ofensivo dos EUA e por nada menos que US$ 2 bilhões recolhidos a cada ano dos miseráveis, a título de multas ou penas alternativas.

Vamos a outro exemplo: se você tem um automóvel de luxo e comete alguma infração de trânsito, paga a multa e segue sua vida - mas caso seja um indivíduo modesto, proprietário de alguma “lata-velha”, e não tenha dinheiro para pagá-la, prepare-se para ter sua habilitação confiscada - isto acontece na maioria dos estados norte-americanos. Neste quesito, inclusive, o Novo México foi além: aos devedores de multas de trânsito corta-se o fornecimento de água e gás. Que fiquem sujos, sem aquecimento e sem poder cozinhar, pois somente assim aprenderão que ser pobre custa caro.

Diante desta realidade fico a pensar que, no final das contas, não precisamos nos preocupar em fazer algo pelos miseráveis. Na verdade, basta que nada façamos contra eles.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: