Escolas têm liberdade para definir horários das aulas
O Sinepe/ES informou que essa é uma decisão exclusiva de cada instituição de ensino
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Mesmo com a defesa de especialistas e pesquisadores por alterações nos horários dos estudantes no turno da manhã, no País cada escola ou rede tem autonomia para definir a entrada e saída dos alunos.
O Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe/ES) informou que essa é uma decisão exclusiva de cada instituição de ensino.
Disse, no entanto, que o assunto é importante e vale uma discussão junto às instituições e aos pais. A entidade pontua ainda que segue sempre atenta para a melhoria da qualidade da educação no Estado.
A Secretaria de Educação informa que a maior parte das escolas da Rede Estadual funciona em dois turnos, o que inviabiliza essa possibilidade. No entanto, a Secretaria está ampliando o tempo integral das unidades escolares e, no futuro, isso pode ser uma possibilidade, mas ainda não há planejamento.
O Colégio Sagrado está propondo duas novidades em relação ao horário: recreio estendido (40 minutos) e entrada no horário da dobra flexível, quando o estudante poderá entrar até 14h50.
Sobre o horário de entrada para o turno matutino, é uma pauta em constante debate pela equipe pedagógica. Propostas estão sendo analisadas.
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O assunto é continuamente avaliado mas, no momento, não estão previstas alterações nos horários.
Modelo
Enquanto no País não existe regra única sobre a adoção de horários tardios, nos Estados Unidos pelo menos 46 estados já têm escolas com aulas iniciando após 8h.
Na Califórnia, uma lei que entrou em vigor em julho de 2022 definiu que as aulas só podem começar a partir das 8h30 para a High School (ensino médio) e a partir das 8h para ensino fundamental.
No Espírito Santo, o modelo é seguido pela Escola Americana de Vitória, que tem aulas iniciando às 8 horas para todos os alunos.
O diretor-geral da instituição, Cristiano Carvalho, explicou que o horário leva em consideração a qualidade do sono dos alunos. “Esses 40 minutos ou uma hora a mais faz diferença. Os alunos chegam à escola mais bem-dispostos, fazendo diferença na atenção e na interação deles em sala de aula”.
SONO E CANSAÇO
Para a assistente de cobrança Valdeise Lima, 35 anos, e a estudante Lídia Ayram, de 14 anos, uma mudança no horário de início de aula poderia ser benéfica.
Com aulas das 7h às 12h20, a estudante conta que levanta às 5h30. “Nas primeiras duas aulas me sinto cansada e com bastante sono, e não consigo dormir antes das 22h, mesmo não tirando nenhum cochilo à tarde. Com as aulas começando às 8h, eu ficaria mais disposta”, afirmou.
ENTENDA
Brasil
No País, a maioria das escolas tem aula em dois turnos. No turno matutino o início das aulas geralmente é entre 7h e 7h30; já no vespertino, a entrada é por volta das 13h. Isso dificulta a possibilidade de as aulas começarem mais tarde pela manhã.
Além disso, o sistema de ensino foi regulado para se ajustar ao horário comercial e facilitar a vida dos pais.
Na rede particular, algumas escolas adotam o horário diferenciado.
Outros países
Nos Estados Unidos, a Academia Americana de Pediatras recomenda que aulas do equivalente ao ensino fundamental 2 e ao ensino médio não comecem antes das 8h ou 8h30.
Em 46 estados do país, as aulas começam mais tarde. Na Califórnia, por exemplo, o atraso no horário de entrada teve lei aprovada em 2019, mas entrou em vigor em julho de 2022.
Na França, o ensino é integral com 24 horas de aulas por semana. Cada escola tem liberdade para flexibilizar os horários, desde que o currículo tenha a carga horária semanal.
Fonte: Pesquisa A Tribuna.
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