Síndrome do Coração Partido: médicos explicam doença que "simula" infarto
Condição reconhecida pela medicina pode ter como gatilho o estresse emocional ou físico intenso, tendo assim uma origem psicológica
	Ela pode surgir após uma grande perda, uma discussão familiar, uma decepção amorosa ou até uma emoção intensa demais, como uma surpresa ou notícia impactante. A chamada Síndrome do Coração Partido, ou Síndrome de Takotsubo, é uma condição real, reconhecida pela medicina e que tem como gatilho o estresse emocional ou físico intenso.
Apesar de o nome parecer “romântico”, a síndrome esconde um risco grave: imita os sintomas de um infarto, como dor no peito, falta de ar e cansaço extremo, e pode ainda apresentar alterações no eletrocardiograma.
O cardiologista Emílio Júnior explica que o quadro costuma ser confundido com um infarto por causa dos sintomas e dos resultados iniciais de exames.
“A pessoa segue a investigação com alterações de eletrocardiograma, que é o exame inicial feito em qualquer emergência, em até 10 minutos de dor no peito. Depois, é feito o exame de sangue, a troponina, para avaliar suspeita de lesão cardíaca. A pessoa com sintomas e alterações vai para o cateterismo, e no cateterismo se observa na imagem se é o infarto ou a síndrome”, diz o cardiologista.
Durante o exame, o coração adquire um formato característico, que lembra uma jarra de pescoço fino e base dilatada — daí o nome Takotsubo, em referência a uma armadilha japonesa usada para capturar polvos, explica o médico.
Segundo Emílio, a síndrome é mais comum em mulheres na pós-menopausa, entre 50 e 60 anos.
O cardiologista Diogo Barreto destaca que, apesar de, na maioria dos casos, haver recuperação da função cardíaca, o quadro exige atenção.
“Como é uma doença nova, temos poucos casos relatados de sequelas. O paciente, no primeiro momento da disfunção ventricular, tem de ter o suporte. Agora, se o atendimento não for feito de uma maneira adequada, pode, sim, deixar sequelas, levar a complicações e até mesmo à morte”.
Socorro
A recomendação principal é: procure ajuda médica imediata diante de qualquer sintoma suspeito. “Na presença de dor no peito ou falta de ar, é fundamental procurar um serviço de emergência”, orienta o cardiologista Marcelo Franken, gerente de cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
Saiba mais
Síndrome do Coração Partido
Considerada um problema raro que provoca sintomas semelhantes aos de um infarto, como dor no peito, falta de ar ou cansaço, e que surge em períodos de grande estresse emocional, a Síndrome do Coração Partido, também chamada de cardiomiopatia do estresse ou Síndrome de Takotsubo é uma doença de origem psicológica.
Como ocorre
A principal causa para o desenvolvimento dessa condição é, sem dúvida, alguma situação que cause grande estresse emocional, fazendo com que esse sentimento se reflita no órgão cardíaco.
Isso acontece por causa da liberação de substâncias, como hormônios - dentre eles a adrenalina - a partir do gatilho causador de estresse. Quando liberada em grandes quantidades, ela pode causar alterações na irrigação sanguínea do coração e fazer com que o músculo se contraia de maneira inadequada.
Alguns possíveis gatilhos
- Problemas financeiros;
 - Diagnósticos difíceis na área da saúde;
 - Problemas na família;
 - Morte de um ente querido;
 - Problemas amorosos, entre outros.
 
Sintomas
A síndrome do coração partido apresenta sinais, que, de modo geral, são bem parecidos com os observados em uma situação de infarto agudo do miocárdio. Os mais comuns são:
- Dor súbita no peito;
 - Dificuldade para respirar;
 - Desmaios;
 - Vômitos;
 - Tonturas;
 - Cansaço, entre outros.
 
Mulheres
Cerca de 90% dos casos ocorrem em mulheres, especialmente após a menopausa, período em que as alterações hormonais aumentam a vulnerabilidade do coração ao estresse.
Tratamento
Na presença desses sintomas como esses, é fundamental que o paciente busque ajuda médica imediata, afinal, apenas profissionais da saúde poderão avaliar a gravidade do quadro e orientá-lo adequadamente.
A síndrome é um problema transitório, ou seja, é normal que o músculo cardíaco volte ao seu estado original após um certo tempo. Até lá, poderá ser necessário tomar remédios para diminuir o estresse na musculatura do coração para permitir que ele relaxe e que o sangue consiga passar com mais tranquilidade. Medicações para dor e para as causas emocionais também fazem parte do tratamento.
Fonte: Ministério da Saúde e pesquisa AT.
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