Pesquisadoras criam ferramenta para encontrar soros antivenenos no ES

Você saberia onde ir se fosse picado por um animal venenoso? Um grupo de residentes do Programa do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (Icepi) de Saúde Coletiva com ênfase em Vigilância e Saúde desenvolveu uma ferramenta capaz de ajudar as vítimas desses animais e os profissionais de saúde, que atendem esses casos.

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O principal objetivo do grupo era facilitar o acesso da população às informações de disponibilidade dos soros antiveneno nos municípios capixabas, mostrando os pontos de ofertas dos seis tipos de antídotos que existem no Estado: escorpiônico (escorpião), antibotrópico (jararaca), antielapídico (serpente), anticrotálico (cascavéis), antilaquético (cobras) e antiaracnídico (aranhas e escorpião).

Integrante do grupo, a bióloga sanitarista Fabiana Marques e a responsável pelos residentes, a enfermeira Sônya Cristina Plácido, estiveram no Estúdio Tribuna Online e explicaram um pouco mais sobre a ferramenta.

“Essa é uma das atividades que precisam ser entregues no curso de residência em saúde coletiva do Icepi. Então, fizemos um diagnóstico situacional, dos principais agravos da cobertura nacional para, a partir daí, defini nosso problema, que era a gestão de soros”, explicou Fabiana.

De acordo com Sônya, elas encontraram uma divergência entre a gravidade e a quantidade de soro dispensadas. “Em alguns casos, a gravidade era alta, mas a quantidade de soro dispensada era menor ou o contrário”.

Na maioria das vezes, pontuou Fabiana, o uso dos soros depende da gravidade dos casos. “Se for mais grave, maior o número de ampolas dispensado, que é quando o soro é fornecido para o tratamento”.

No total, o projeto levou cerca de dois anos, que é o período da residência. Agora, a ferramenta está disponível no site Vacina e Confia, do governo do Estado, na parte “Salas de Vacina, Pontos de Testagem e Pontos de Oferta de Soro Antiveneno”. Clicando na aba, o leitor consegue acesso a um mapa, que mostra o município e a quantidade de pontos naquele local.

Se desejar ter ainda mais detalhes, é só selecionar o município, que o site mostra quais são os soros disponíveis naquela cidade, para qual animal serve, inclusive com a foto do bicho.

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Mais de 4.600 acidentes com animais em um ano no Estado

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), de janeiro a setembro de 2022, houve 4.661 acidentes com animais peçonhentos, entre escorpiões, cobras, aranhas e lagartas.

O biólogo e mestrando em Biologia Animal na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Daniel Gosser Motta explicou que, quando os casos ocorrem com crianças e idosos, há uma maior preocupação, pois eles são os mais vulneráveis à ação do veneno.

“Muitos acidentes com animais peçonhentos podem ser evitados com algumas medidas: não manusear animais silvestres; evitar colocar a mão em buracos, acúmulo de folhas e entulhos; não mexer em colmeias e vespeiros; manter casa e quintais limpos e a grama aparada; fazer atividades de jardinagem ou rurais com botas e luvas”.

O que fazer após picada

- Mantenha a pessoa deitada.

- Lave a ferida com água e sabão.

- Evitar que a pessoa se agite, porque, quanto mais agitada, mais rápido o veneno é absorvido.

- Tirar foto do animal.

- Em último caso, levar o animal para identificação.

O que não fazer

- Não sugar o veneno.

- Não fazer torniquete.

- Não espremer a ferida.

Veja alguns pontos de ofertas no Estado

Serra

Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves

- Soro antiescorpiônico (escorpião-amarelo).