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Saúde

Idosos podem ter problemas até 3 meses depois de queda

Acúmulo de sangue no cérebro pode acontecer a partir de algum trauma, como queda ou pancada, em qualquer parte da cabeça


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Imagem ilustrativa da imagem Idosos podem ter problemas até 3 meses depois de queda
O médico Rodrigo Azeredo diz que é preciso ficar atento aos sintomas |  Foto: Fábio Nunes/AT

A cirurgia às pressas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar um sangramento cerebral chamou a atenção para problemas que podem ocorrer geralmente até três meses após uma queda ou algum tipo de trauma na cabeça.

Chamado de hematoma subdural crônico, a condição se caracteriza por acúmulo de sangue em um espaço localizado entre a dura-máter, que é a camada da meninge mais externa, e o cérebro.

O neurocirurgião Rodrigo Azeredo explicou que esse tipo hematoma não é algo raro, mas geralmente acomete pessoas idosas.

“Ele pode se formar a partir de algum trauma, como queda ou pancada, em qualquer parte da cabeça. Também não precisa ser um grande trauma. Há situações em que foi algo tão discreto que o idoso nem se lembra do que pode ter ocasionado aquele hematoma”.

Ele ressaltou que, no entanto, é preciso ficar atento a sintomas neurológicos que podem aparecer algumas semanas ou até meses depois.

“O hematoma é formado a partir de uma reação inflamatória que faz o sangramento aumentar de forma lenta e progressiva, podendo provocar diferentes sintomas neurológicos, como: dores na cabeça, perda de força ou sensibilidade nos membros, alterações de fala, confusão mental e, nos casos mais extremos, sonolência”.

O neurocirurgião endovascular Ulysses Caus Batista destacou que existem três formas de tratamento do hematoma subdural crônico.

“No caso de um hematoma pequeno, por exemplo, podemos tentar o tratamento medicamentoso, caso o paciente não tenha contraindicação”.

Já em casos de hematomas maiores, em que o paciente chega já com déficits neurológicos, o tratamento é cirúrgico – como foi realizado pelo presidente Lula.

Além desse tipo de cirurgia, Ulysses Batista frisou que hoje há situações em que pacientes graves ou de mais idade podem também se beneficiar com tratamentos mais modernos, como a embolização. “Nesse caso, são inseridos cateteres nos vasos sanguíneos do paciente e, sem cortes, consegue parar o sangramento e curar o hematoma”.

O neurocirurgião Walter Fagundes destacou que, normalmente, o paciente tem uma boa recuperação após o tratamento desse tipo de hematoma. “No caso de pacientes que passam por cirurgia, por exemplo, a recuperação leva de 15 a 30 dias”.

Casos famosos

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|  Foto: - Divulgação

Duas cirurgias

O ator Tony Ramos, 75, foi internado em maio após ser detectado um hematoma subdural crônico. Ele passou por duas cirurgias no mesmo período, já que após ter o hematoma drenado pela primeira vez, outro se formou.

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|  Foto: - Divulgação

Hematoma subdural

O jogador de futebol Diego Armando Maradona foi submetido a uma cirurgia para tratar um hematoma subdural em 2020. A cirurgia foi correu bem. O craque argentino sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu semanas depois.

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|  Foto: - Divulgação

Quedas 2 meses antes

A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner se afastou do cargo político em outubro de 2013 para se submeter a uma cirurgia para tratar um hematoma subdural crônico. Ela havia sofrido uma queda dois meses antes, o que teria motivado o quadro.

Traumatismo

O renomado cartunista japonês Akira Toriyama, criador de “Dragon Ball”, morreu em março deste ano, aos 68 anos, devido a um hematoma subdural agudo, causado após traumatismo craniano. As circunstâncias não foram detalhadas.

Saiba mais

Hematomas

Após um trauma na região da cabeça, algumas pessoas podem apresentar um tipo de hematoma intracraniano, chamado de subdural.

Ele se caracteriza por acúmulo de sangue em um espaço localizado abaixo da dura-máter, que é a camada mais externa das meninges (tecido que envolve o cérebro).

Em casos agudos, o sangramento se forma logo após a o trauma.

No entanto, como no caso do presidente Lula, alguns casos podem se tornar crônicos, podendo levar semanas ou até meses para apresentar sintomas.

Essa condição tardia pode ocorrer devido a pequenos sangramentos venosos, que vão aumentando com o passar do tempo e se tornando crônicos.

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Grupo de risco

No caso dos hematomas subdurais crônicos, o risco é maior para pessoas com mais de 60 anos.

Segundo especialistas, à medida que as pessoas envelhecem, o cérebro vai reduzindo de tamanho e, com isso, há um espaço maior entre o cérebro e a camada que o reveste.

Localização

O hematoma subdural nem sempre se apresenta no mesmo local em que o trauma ocorreu, podendo ter sangramento em uma área próxima.

Médicos ressaltam que, para apresentar essas condições, também não é preciso ter um forte trauma na cabeça.

Sinais de alerta

Pacientes idosos, assim como aqueles usam algum remédio para afinar o sangue ou que consomem álcool em excesso, precisam ficar atentos a sintomas. Entre eles:

Cefaleia (dor de cabeça), mais comum entre os sintomas.

Perda de força.

dificuldade na fala ou nos movimentos.

Sonolência excessiva.

Confusão mental.

Tontura.

Tratamentos

Sangramentos menores

O tratamento pode ser medicamentoso (dependendo da avaliação de cada caso).

Nessa situação, após medicação, a tomografia é repetida em algumas semanas para observar se o hematoma foi completamente absorvido.

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Sangramentos maiores

Um procedimento que pode ser feito é a trepanação – como o presidente Lula. Nesses casos, em que a hemorragia está causando sintomas ou aumentando, os médicos optam por “drenar” o sangramento.

O neurocirurgião faz um ou dois orifícios (de 2 a 3 centímetros) onde está o coágulo para que o sangue saia.

Outro tipo de tratamento é a embolização. Em situações especiais, em que os pacientes são muito idosos ou que possuem alguma doença mais grave, pode-se realizar o procedimento endovascular, sem necessidade de cirurgia na cabeça.

São inseridos cateteres nos vasos sanguíneos do paciente para conseguir parar o sangramento e curar o hematoma.

Fonte: Médicos consultados.

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