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Saúde

“Existe esperança para quem tem enxaqueca”, diz especialista

Segundo dados, 15 de cada 100 pessoas sofrem com a doença


Imagem ilustrativa da imagem “Existe esperança para quem tem enxaqueca”, diz especialista
Jovana Ciríaco explicou que a enxaqueca é uma doença crônica |  Foto: Leone Iglesias/AT

Na lista das doenças mais incapacitantes no mundo, a enxaqueca já atinge 15% das pessoas. Mas se por um lado a doença avança na população, por outro novas formas prevenção e tratamento também têm surgido.

“Existe esperança para quem tem enxaqueca hoje. Não é preciso apenas conviver com ela e tomando analgésicos. Ela pode ser tratada”, frisou a presidente do 2º Congresso Capixaba de Neurologia, Jovana Gobbi Marchesi Ciríaco.

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Durante o evento, ela ainda falou sobre o impacto para a vida e para o trabalho das pessoas. “De cada 100 pessoas, estamos falando em 15 convivendo com enxaqueca. Dessas, duas têm enxaquecas pelo menos 15 dias no mês”.

Ela destacou, ainda, que a dor é como um espinho. “Imagina ter o tempo todo em uma parte do corpo. Não tem como ficar bem-humorado, como produzir bem. Pessoas com enxaqueca têm redução em 30% da produtividade”.

A Tribuna – O que se tem de novidades no tratamento para as enxaquecas?

Jovana Gobbi Marchesi Ciríaco – O tratamento tem avançado a partir do momento que passamos a entender melhor a doença. Sabemos que o CGRP (peptídeo relacionado ao gene da calcitonina) é um vaso dilatador.

Quando é liberado no nervo trigêmeo (da face), ele libera essa substância nos vasos do cérebro, o que provoca a sensação do pulsar. Hoje, se acredita que há pessoas que geneticamente têm predisposição a ter mais desse peptídeo e ter mais receptores no cérebro.

O que há no mercado hoje é justamente um anticorpo, como se fosse uma vacina, contra essa substância. São chamados de anticorpos monoclonais, pois agem somente nessa substância.

- Já está no mercado?

Sim. No Brasil ela chegou em 2020. É subcutâneo, como aquelas canetas que podem ser aplicadas na barriga uma vez por mês.

- E tem tido bons resultados nos tratamentos?

Sim. O grande problema ainda é o custo alto desses tratamentos. Mas se a gente soma o custo de deixar de trabalhar, não ter qualidade de vida e o que se gasta com remédios, acaba sendo parecido.

- O uso é pelo resto da vida?

O protocolo de tratamento é de, no mínimo, seis meses. Em 25% dos casos, em seis meses há melhora. Outros 50% tratam por um ano. Os demais fazem uso contínuo pelo resto da vida, como se fosse um tratamento para impedir de ter uma asma ou uma insulina para diabético. Vai depender da gravidade da enxaqueca.

- Mas só é enxaqueca quando a pessoa tem vários episódios em um mês? E se a pessoa tem uma vez ou outra?

Não deixa de ter a doença. A enxaqueca é doença crônica. Muita gente acha que só tem enxaqueca no dia que a dor vem. Mas os outros dias ela também tem a doença. Muitas vezes fica mais lento, mais irritado, mesmo sem dor. Tem pessoas que tem o período menstrual como gatilho, por exemplo.

- Tem medicamento novo voltado para momentos de dor?

Tem um outro medicamento, que é um comprimido, que já foi aprovado nos Estados Unidos, mas não temos no Brasil. A vantagem é que ele age como um bloqueador para o CGRP. Esse comprimido pode ser tomado na hora da crise. Há uma expectativa de que ele seja aprovado em breve no País.

- Mudaria o tratamento?

Já tem mudado. O que sempre digo é que existe esperança para quem tem enxaqueca, pois se entendeu a doença melhor e se produziu drogas. A partir de agora é aprender a lidar, tratar, esperar medicamentos chegarem.

- Mas tem algo no comportamento que pode ajudar a evitar as crises?

Com certeza. O problema é que apesar de saber o que se tem que fazer, nem sempre é fácil. Sabemos que a atividade aeróbica traz melhora, por exemplo. Mas como a pessoa vai fazer exercício se ela está com dor? Então, costumo indicar o início do tratamento primeiro, mas depois o paciente precisa mudar o estilo de vida.

- Esse estilo de vida tem levado a mais pessoas terem enxaqueca hoje?

Sim. O maior tempo de uso de tela e o excesso de ativação do cérebro aumentam o nível de estresse, e isso deixa as pessoas mais doentes. A pandemia piorou isso ainda mais, comemos mal, ficamos mais sem atividade física. Uso do cigarro e álcool, a má qualidade do sono, alimentação com muitos produtos industrializados, tudo isso impacta.

Costumo sempre perguntar para as pessoas, qual é o dia que você tem um hobbie, medita, para para fazer oração, se reúne com a família e amigos? Eu falo, se Deus, que poderia ter criado o mundo em um segundo, escolheu criar em sete duas, tirando um para descansar, será que ele não queria nos dar um exemplo? Temos que parar para descansar também.

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