As 20 cidades que vão ter vacina contra a dengue no ES
As doses devem chegar até o início de fevereiro, para começar imunização de crianças de 10 a 14 anos, informa o Ministério da Saúde
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Em uma corrida contra o tempo na tentativa de frear os casos de dengue, o Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira (25) quais serão as 20 cidades no Espírito Santo a receber as primeiras doses do imunizante.
São elas: Vila Velha, Serra, Cariacica, Vitória, Guarapari, Afonso Claudio, Viana, Laranja da Terra, Fundão, Itaguaçu, Santa Leopoldina, Domingos Martins, Santa Teresa, Venda Nova do Imigrante, Santa Maria de Jetibá, Ibatiba, Brejetuba, Marechal Floriano, Conceição do Castelo e Itarana.
A expectativa, segundo o Ministério da Saúde, é de que as doses cheguem ao Estado até início de fevereiro, para que seja iniciada a imunização da população-alvo: crianças de 10 a 14 anos.
Para este ano, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante: 5,2 milhões de doses. Em fevereiro, são esperadas 568.130 doses. Para 2025, o Ministério da Saúde já contratou 9 milhões de doses.
Segundo o governo federal, a imunização começa em fevereiro, mas não de maneira uniforme. Isso porque depende da disponibilização de doses.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou na quinta (25) que aguarda a confirmação, por parte do órgão federal, do número de doses a serem enviadas para realizar a organização de distribuição e definições técnico-normativos aos municípios selecionados.
O infectologista Lauro Pinto destaca que o imunizante é bem-vindo, é uma vacina eficaz. No entanto, ele pontua.
“O número de doses no serviço público ainda é muito pequeno, porque a farmacêutica não consegue entregar em grande quantidade. Portanto, eu não creio que, no primeiro momento, terá impacto muito grande na incidência de dengue do Espírito Santo, porque a população a ser vacinada é pequena nesse momento. Acho que teremos reflexo mais adiante”.
Ana Paula Burian, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações Regional ES e vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Estado, alerta que pessoas imunossuprimidas, grávidas e quem está amamentando não podem receber o imunizante.
Ela explica ainda que quem já contraiu dengue pode tomar a vacina, mas a recomendação é para que aguarde seis meses depois da doença.
Enfrentamento à doença pode ganhar reforço do Exército
O enfrentamento à dengue pode ganhar um reforço extra. O Ministério da Saúde negocia auxílio do Ministério da Defesa em políticas de combate no Brasil. A intenção é que o Exército ajude, por exemplo, em tendas montadas para atender pessoas com a doença.
Membros da pasta avaliam que a situação da dengue é preocupante porque, atualmente, quatro sorotipos estão circulando no País ao mesmo tempo. Nas três primeiras semanas epidemiológicas foram registrados 120.874 casos prováveis e 12 mortes pela doença.
Médica de Família e Comunidade, mestre e doutoranda em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Taynah Repsold diz que, no primeiro momento, a vacina não será utilizada em larga escala devido à capacidade restrita de fornecimento de doses.
Portanto, ela destaca que é fundamental conscientizar a população sobre a importância das medidas individuais e coletivas para combater a propagação da doença, como: verificar e esvaziar regularmente recipientes que possam acumular água; manter caixas d’água vedadas; limpar as calhas para evitar o acúmulo de detritos que possam criar locais propícios para a reprodução de mosquitos.
Saiba mais
Início da vacinação
A previsão é que as primeiras doses cheguem ao Estado até início de fevereiro, para que seja iniciada a imunização da população-alvo.
O imunizante
A Qdenga (TAK-003) é um imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A vacina contém vírus vivos atenuados da dengue. Por isso, ela induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.
Doses
O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
O Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. A previsão é que sejam entregues até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.
Público-alvo
Para 2024 será crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade. As regiões de saúde selecionadas atendem a três critérios: são formadas por municípios de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2.
Fonte: Ministério da Saúde.
No Estado
- 246.651 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos moram no Estado, segundo dados de estimativa do Censo IBGE 2022.
Nas 20 cidades
- 137.438 crianças e adolescentes nesta mesma faixa etária (10 a 14 anos) residem nas 20 cidades que vão receber as primeiras doses.
Casos de dengue no Estado (por período)
- 31/12/2023 a 06/01/2024: 1.326
- 07/01/2024 a 13/01/2024: 1,862
- 14/01/2024 a 20/01/2024: 2.403
Total acumulado: 5.591
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