Anticoncepcional em gel masculino avança em testes
Método contraceptivo promete suspender a produção de espermatozoides. Previsão é que estudo seja finalizado em 2027
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Os homens estão prestes a ganhar novos métodos contraceptivos, além da camisinha e da vasectomia. Estão em fase avançada de testes o uso diário de um gel hormonal transdérmico nos ombros, que suprime a produção de espermatozoides, e também a aplicação de um hidrogel não hormonal no canal que liga o testículo à uretra e que transporta o esperma, chamado de ducto deferente.
O médico urologista Camilo Milanez explica que além desses, outros métodos estão sendo testados, mas esses dois são os estudos mais avançados. “Já foram feitos os estudos laboratoriais em um número reduzido de pessoas e agora devem ser testados em um grande número. A previsão é que os estudos sejam finalizados em 2027”.
O urologista explica que o gel hormonal transdérmico é feito à base de testosterona e progesterona e deve ser usado todos os dias nos ombros. Ele inibe a produção de testosterona e, consequentemente, de espermatozoides.
“Ao mesmo tempo que inibe a produção de testosterona, ele oferta certa quantidade desse mesmo hormônio para que outras funções possam continuar normais como a ereção, funcionamento muscular, sono, memória e cognição”.
Camilo Milanez ressalta que os testes ainda precisam ser finalizados para validar o estudo, mas que alguns pontos precisam ser levados em consideração.
“A partir do momento que os testículos param de produzir testosterona, as células do testículo vão atrofiando e uma hora vão parar de produzir testoterona”.
O outro novo método contraceptivo masculino em fase avançado de estudos é aplicação de hidrogel no canal que liga o testículo à uretra, como explica o urologista Rômulo Tavares Santos.
“Ela funciona como se fosse um tampão no ducto deferente, evitando que passe espermatozóide no líquido seminal. Ela faz a mesma coisa que uma vasectomia, só que seria reversível”.
O urologista Fernando Chagas ressalta que esses estudos representam uma nova opção como um método contraceptivo.
“Em relação aos efeitos colaterais, no caso do gel hormonal, podem ser desde alergia no local da aplicação até problemas no mal uso com alteração de humor, perda de cabelos e alterações na libido.
Saiba mais
Métodos contraceptivos masculinos
Atualmente existem apenas dois métodos contraceptivos masculinos.
São eles: a camisinha masculina e a vasectomia - procedimento que retira um fragmento de cada um dos dois canais que levam os espermatozoides dos testículos ao pênis.
Gel transdérmico hormonal
Está em fase de estudos e a previsão é para que sejam finalizados em 2027.
Neste método o gel transdérmico hormonal é a base de testosterona e progesterona e deve ser utilizado nos ombros diariamente.
A progesterona inibe a produção de testosterona e consequentemente a de espermatozoides.
O gel transdérmico hormonal oferece uma quantidade de testosterona que o homem precisa para outras funções como ereção, funcionamento muscular, sono, memória e cognição.
- Uso contínuo
Em fase de testes, o estudo precisa ser validado para que possíveis efeitos colaterais possam ser analisados.
Especialistas questionam o uso a longo prazo, já que a partir do momento que param de produzir testosterona, as células do testículo vão atrofiando e uma hora param de produzir o hormônio.
Hoje em dia, sabe-se que um paciente que toma superdosagem de testosterona toda semana e sem indicação, em um ano atrofia as células testiculares de forma definitiva e precisa repor pelo resto da vida.
Hidrogel não hormonal
É uma substância aplicada no ducto deferente e funciona como um tampão, evitando que passe espermatozóide no líquido seminal.
Se assemelha a uma vasectomia, só que este método seria reversível.
Para reverter, um antídoto seria injetado novamente para fazer com que o hidrogel seja reabsorvido e voltar a passar espermatozoides no ducto deferente.
Uma das vantagens é que ela não mexe com os hormônios, então o paciente não tem a produção de hormônios parada.
- Novas opções
Os estudos se mostram importantes por apresentarem novas opções de métodos contraceptivos masculinos.
Dessa forma, o casal poderá decidir quem tomará o medicamento, evitando quem tiver histórico de trombose na família ou outras situações que são de risco.
Fonte: Especialistas entrevistados.
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