Simulação mostra os efeitos do sol na pele
Equipamento fornece foto com uma documentação detalhada e avaliação de alta precisão de manchas, rugas e vasos
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Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, muitos capixabas escolhem passar o dia em atividades de lazer ao ar livre, como nas praias, por exemplo. Porém, no sol quente, a atenção aos cuidados com a pele e a prevenção da exposição excessiva devem ser redobradas.
Uma nova tecnologia tem simulado imagens e revelado o efeito do sol na pele. O equipamento fotográfico chamado QuantifiCare já é utilizado pela médica dermatologista Karina Mazzini. Ela explica que o equipamento permite uma avaliação extremamente detalhada da face.
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“Com esse tipo de tecnologia nós conseguimos uma foto com documentação detalhada e uma avaliação de alta precisão, permitindo que quantifiquemos manchas, vasos, rugas, poros e todos os tipos de sombras do rosto. Além disso, conseguimos ver coisas que estão ocultas na pele e fazer um bom tratamento. Nós conseguimos até simular o tratamento do paciente ”, explica.
Além dos cuidados estéticos, a exposição excessiva ao sol pode causar doenças graves. O oncologista Maurício Baptista Pereira, da Oncoclínicas Espírito Santo, fala que esse é o principal responsável pelo surgimento do câncer de pele.
“Esse é o tipo de câncer mais comum no mundo, no Brasil e no Espírito Santo. A exposição à radiação UV é o principal fator de risco. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no País. O Estado segue essa estatística”.
A oncologista Caroline Secatto ressalta que pessoas com tons de pele mais claros e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol têm maiores riscos de desenvolver a doença.
“Além disso, a hereditariedade também desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente”
O Dezembro Laranja, idealizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, surge com o objetivo de conscientizar a população quanto ao tema. Juliana Alvarenga, oncologista da Rede Meridional, explica que a única maneira de prevenção é evitar a exposição excessiva ao sol e utilizar proteção solar.
“O protetor vai filtrar parte desses raios emitidos pelo sol, impedindo que eles cheguem às camadas mais profundas da pele. Nós devemos utilizá-lo mesmo em dias nublados, pois, apesar das nuvens, os raios ultravioletas conseguem atravessá-la. O indicado é repor a proteção depois de duas horas ou cada vez que entrar na água”.
Sugestão de tratamento com laser
A jornalista Denise Póvoa, de 42 anos, gosta de cuidar da pele e sempre está atenta aos novos procedimentos. Ela conta que sempre usou cremes, mas sentiu a necessidade de realizar a simulação de como é sua pele com os efeitos do sol para poder tratar.
“Fiz a simulação das manchas para saber o que precisava tratar. Muitas delas não conseguimos ver a olho nu. Tenho melasma. Sempre passei cremes, mas senti a necessidade de realizar o procedimento para um tratamento mais direcionado ao que realmente precisava”, fala.
A jornalista ressalta ainda que após o procedimento a médica sugeriu tratamento com laser.
“Depois de ver a imagem da simulação, consegui perceber os efeitos danosos so sol. Muitos deles não aparecem a olho nu. O tratamento foi o laser para clarear a pele”.
Fique por dentro
Câncer de pele
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células da pele.
Existem 2 tipos de câncer de pele: o não melanoma, que inclui o carcinoma basocelular e também o carcinoma espinocelular, e o melanoma.
Não melanoma
É o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no País.
Apresenta altos percentuais de cura se for detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele é o mais frequente e de menor mortalidade.
Melanoma
É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase.
Registra 8,4 mil casos anualmente no Brasil.
O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais.
O tipo melanoma representa 4% do total.
Sintomas
Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente.
Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho.
Uma mancha ou ferida que não cicatrizam, que continuam a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Além de todos esses sinais e sintomas, melanomas metastáticos podem apresentar outros, que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou.
Isso pode incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abdominais e de cabeça, por exemplo.
O câncer de pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas.
Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer de pele.
É importante estar sempre atento aos sintomas.
Em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista.
Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.
Prevenção
Evitar exposição direta e excessiva aos raios ultravioletas.
Usar chapéus, camisetas e óculos escuros.
Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre às 10 e 16 horas.
Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona.
Usar filtros solares diariamente e não somente em horários de lazer ou de diversão.
Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar(FPS) 30, no mínimo.
Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre.
Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
Criar o hábito de examinar a própria pele e investigar caso algo esteja errado ou fora do normal.
Identificar lesões escuras ou irregulares, ou ainda lesões que não curam e que sangram constantemente.
Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca), médicos citados e Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam).
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