Drogas aprisionam a mente
Coluna foi publicada nesta terça-feira (05)
Desde tempos primevos, as drogas são utilizadas para o tratamento de enfermidades ou para alterar o estado da mente. Inicialmente, elas eram retiradas da natureza, sendo as folhas secas o principal recurso para o combate de doenças.
O ser humano sempre se relacionou com a natureza em busca de alimentos e, dessa forma, foi conhecendo outras propriedades das plantas, que iam além da nutrição.
As adversidades do ambiente estimulavam o consumo de alguns vegetais com propriedades psicoativas, objetivando aliviar o cansaço e a fome, por exemplo.
Muitas ervas também eram utilizadas em rituais religiosos, como forma de cura. O alimento usado durante as cerimônias de comunhão era chamado de fármaco. Atualmente, esse termo está presente na terminologia médica.
Drogas podem ser benéficas, como é o caso das empregadas no tratamento de enfermidades, no entanto, podem produzir danos ao organismo.
Substâncias de abuso ou recreativas são utilizadas de forma muitas vezes descontrolada, podendo causar diversos prejuízos ao corpo.
Os efeitos que as drogas provocam no sistema nervoso estão relacionados, principalmente, com a sua ação sobre os neurotransmissores, moléculas que atuam na resposta inibitória ou excitatória entre os neurônios.
Algumas substâncias atuam de forma a aumentar o tempo de ação de alguns neurotransmissores, dando, assim, uma sensação de prazer ao usuário.
No entanto, com o passar do tempo, o sistema nervoso necessitará de uma quantidade maior dessas substâncias para que se obtenha o mesmo resultado, gerando o que conhecemos por dependência química.
Assim, o usuário passará a consumir uma quantidade maior da droga, até que não consiga mais reduzir esse consumo, devido aos efeitos que sentirá em seu sistema nervoso. Esses efeitos são conhecidos, popularmente, como crise de abstinência.
O cérebro, esse deus do corpo, manda, governa, estimula e inibe. Quando a droga o substitui nesse comando, o organismo não mais obedece e se marginaliza, sem paradigmas, sem referência, sem equilíbrio, até cair nos braços da morte.
Primeiro, a alegria vai embora, deixando a tristeza. Depois a tristeza vai embora, deixando a depressão. Infelizmente, o embotamento permanece, deixando o drogado ausente de si mesmo, viciado em infelicidade.
Existem outras maneiras de estimular o cérebro, sem precisar buscar o paraíso artificial das drogas: o sexo, que dispensa comentários; o humor, essa arte de fazer cócegas na inteligência; a religião, onde os fiéis, “chapados” de fé, entram em êxtase.
Nessas situações, mesmo inebriada, a alma não perde o controle de si. Basta lembrar que ninguém ri de uma piada contada duas vezes.
Drogas geram depressão, que leva embora tudo que a pessoa gosta em si. Não conseguindo enxergar luz, o drogado acende velas ao meio-dia, esquecendo que a felicidade que não se modera destrói-se a si mesma. Em busca da luz, o viciado acaba apagando as estrelas e desmontando o sol.