Pressão funciona e Motta admite debater PL da Anistia
Presidente da Câmara marcou uma reunião com líderes partidários para tratar exclusivamente do projeto

Pressionado há meses por parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Hugo Motta, marcou para quinta-feira (04) uma reunião com líderes partidários para tratar exclusivamente do projeto que visa anistiar participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Segundo líderes que participaram da reunião de líderes realizada nessa terça-feira (02), o paraibano indicou que não deve pautar o PL da Anistia nesta semana, mas admitiu que deve enfrentar a pauta no plenário, já que, em sua avaliação, “parece haver sentimento majoritário” a favor da matéria finalmente ser apreciada.
“Não sabe como, quando, nem com qual relator. Convocou reunião para tratar do tema quinta”, disse um dos participantes do encontro.
Já o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ) disse que crimes cometidos contra o Estado Democrático de Direito não são passíveis de anistia. Ele também afirmou que a bancada do PT não vai aceitar a discussão.
“É claro que a gente não aceita discussões de anistia. Estamos no meio do julgamento do STF, nós temos uma avaliação inclusive que crime contra o Estado Democrático de Direito não é passível de anistia”, completou.
Em entrevista ao jornal O Globo, Motta afirmou que houve aumento da pressão no Legislativo. “Os líderes estão cobrando, estamos avaliando e tem que conversar mais. Aumentou o número de líderes pedindo”, afirmou.
O movimento a favor do texto cresceu com a articulação do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), que é apontado como um nome para representar a oposição na eleição presidencial de 2026.
Tarcisio tenta ganhar o apoio de Bolsonaro ao articular o projeto e conversou com o assunto por telefone na segunda-feira com o presidente da Câmara , seu colega de partido. Segundo relatos, Motta declarou que o tema é complexo e uma anistia ampla não passa, mas não se negou a discutir o texto.
As bancadas do União Brasil, PP e Republicanos pressionaram para que o tema seja pautado e até deputados governistas avaliam agora que o tema ganhou força e pode ser colocado em votação no plenário da Câmara.
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