'Colocaram cinco argentinos para julgar Pelé', diz Nikolas sobre julgamento no STF
Parlamentar disse não ter visto surpresas no primeiro dia de sessão da Primeira Turma no processo que pode condenar Bolsonaro a 40 anos de cadeia

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) comparou o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista do STF (Supremo Tribunal Federal) a Pelé diante de uma corte de argentinos.
O parlamentar disse não ter visto surpresas no primeiro dia de sessão da Primeira Turma no processo que pode condenar Bolsonaro a 40 anos de cadeia. O ex-presidente, que está em prisão domiciliar, não foi ao STF acompanhar julgamento.
"Não tenho dúvida que a condenação é certa. Alguém duvida? Colocaram cinco argentinos para poder julgar o Pelé. A sentença tem lado político, colocando diversas condenações em cima do presidente, nenhuma de corrupção. É factóide para impedir que ele concorra às eleições", disse à Folha.
O deputado faz referência aos ministros da turma. Ele citou Alexandre de Moraes, a quem chamou de vítima e parte interessada no processo; Cristiano Zanin, por ter sido advogado de Lula (PT); e Flávio Dino, por ser ex-ministro da Justiça do petista.
Bolsonaro, assim como os demais réus da trama golpista, é acusado dos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.
A inelegibilidade do ex-presidente foi proclamada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), até 2030, por abuso de poder político e o uso indevido dos meios de comunicação, por causa da reunião de ataque ao sistema eleitoral realizado no Palácio da Alvorada com embaixadores em 2022.
Nikolas Ferreira disse ainda que o STF é corte política e que já estão preparando a cela, em referência a possibilidades de locais que o ex-presidente poderia ficar preso.
"A gente vê que, de fato, é uma corte que não defende a Constituição. Pelo contrário, é uma corte politica. Os atores ali são bem conhecidos. Então, dificilmente vai ter resultado diferente do que a gente espera. Estão preparando a cela. Como que um julgamento já tem preparação de cela? Sentença está dada", disse.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, ministros do STF têm avaliado que uma prisão não deve ser cumprida em um quartel do Exército.
A leitura é que uma possível detenção em área militar poderia precipitar movimentos de apoiadores do ex-presidente em área próxima ao QG do Exército —uma reedição dos acampamentos golpistas de 2022.
Diante do receio, passaram a ser consideradas nos bastidores duas possibilidades. Uma é a reserva de uma cela especial no Centro Penitenciário da Papuda, em Brasília. Outra é a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários