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Política

Moraes “quase executado” e Braga Netto no comando

Informação está no relatório da Polícia Federal, que deflagrou, ontem, a Operação Contragolpe


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Imagem ilustrativa da imagem Moraes “quase executado” e Braga Netto no comando
Moraes “quase executado” e Braga Netto no comando |  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A trama golpista envolvendo um plano para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes previa o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno no comando do gabinete de crise ou, como vem sendo chamado, “gabinete do golpe”.

A informação está no relatório da Polícia Federal, que deflagrou, ontem, a Operação Contragolpe. Documentos apreendidos apontam que a ideia era que esse gabinete fosse formado depois que Lula fosse envenenado — a organização criminosa acreditava que o estado de saúde do petista justificaria a morte após o crime.

A Federal atribui a Braga Netto envolvimento direto com a ação dos kids pretos mobilizados para o plano Punhal Verde e Amarelo. Ao pedir a abertura da Operação Contragolpe, a PF detalhou como oficiais literalmente seguiram os passos de Moraes — ainda que a ação tenha sido abortada no último instante.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que a ofensiva chegou “muito perto” de matar autoridades. “Eu acabo de ler as duzentas e poucas páginas da representação da Polícia Federal. Em vários momentos chegaram muito próximo, rondaram o apartamento funcional do ministro Alexandre Moraes”, constatou.

A missão empregou até viaturas oficiais da Força Armada e foi acertada em reunião na casa de Braga Netto, diz a PF. O grupo intitulou de Operação “Copa 2022” o monitoramento do ministro no dia 15 de dezembro – a 16 dias da posse do então presidente eleito Lula.

Braga Neto seria peça-chave no plano de golpe de Estado, apontado como coordenador-geral de um hipotético “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” após a ruptura.

Segundo a Federal, a reunião ocorreu no dia 12 de novembro – um mês antes da “Copa 2022”. No encontro, o “planejamento operacional para a atuação dos kids pretos foi apresentado e aprovado”. A reunião contou com a participação do tenente-coronel Mauro Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima.

A PF descobriu que, para ocultar as identidades dos militares mobilizados para o plano golpista, eles assumiram codinomes para o rastreamento de Moraes - “Gana”, “Japão”, “Argentina”, “Brasil”, Áustria” e “Alemanha”, países que participaram na Copa daquele ano.

Uso de arsenal de guerra

O plano dos kids pretos para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes foi classificado por investigadores da Federal como um “verdadeiro planejamento com características terroristas”.

O esquema Punhal Verde e Amarelo detalha o uso de tropas, veículos e armamentos para executar as ações. E previa o uso de um arsenal bélico com granadas, metralhadoras e pistolas de uso militar no dia 15 de dezembro de 2022, data prevista para a execução do plano, que acabou abortado.

O documento foi encontrado em mensagens recuperadas do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e que negociou delação para esclarecer a trama golpista. No arquivo, são detalhadas informações, segundo a PF, sobre os seguranças de Moraes e o poder de fogo que eles detinham.

A investigação aponta que fica claro, já nessa página, que o grupo estava disposto a matar Moraes, seus seguranças e até os próprios membros do plano golpista para cumprir a missão - o que eles classificaram como "danos colaterais passíveis e aceitáveis".

Além de pistolas, metralhadora e 12 granadas, o plano previa o uso de lança-rojão. Segundo a PF, a lista descreve “armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate”.

OS MILITARES PRESOS

Imagem ilustrativa da imagem Moraes “quase executado” e Braga Netto no comando

Rodrigo Bezzerra de Azevedo

Tenente-coronel da ativa. Único dos três militares do Exército que ainda não tinha sido alvo de operações da PF. Participou de missões no exterior.

Imagem ilustrativa da imagem Moraes “quase executado” e Braga Netto no comando

Rafael Martins de Oliveira

Tenente-coronel da ativa, ele era conhecido como “Joe” e também fazia parte do grupo de kids pretos ao final do governo Bolsonaro.

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Hélio Ferreira Lima

Tenente-coronel da ativa, foi exonerado do cargo de comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, após ser alvo de operação.

Imagem ilustrativa da imagem Moraes “quase executado” e Braga Netto no comando

Mario Fernandes

Promovido a general de brigada em 2016, passou para a reserva em agosto de 2020, quando comandava as chamadas Forças Especiais.

MAIS DETALHES

Apelidos também para os alvos

Ministro era “professora”

O grupo de militares preso, segundo a PF, criou um grupo na plataforma Signal — que destrói mensagens — para tratar sobre o suposto plano, nomeado “Copa 2022”. O grupo também adotou codinomes para se referir aos seus alvos: Lula era "Jeca", Alckmin "Joca", e Moraes era "professora".

No relatório da PF, um carro oficial do Exército foi usado para um trajeto entre Brasília e Goiânia no dia 15 de dezembro de 2022, data que “possivelmente, seria realizada a prisão/execução” de Moraes. O veículo oficial era vinculado ao Batalhão de Ações de Comandos.

Plano de golpe

Em relatório, a PF afirmou que houve um “planejamento minucioso para utilizar, contra o próprio Estado brasileiro, as técnicas militares para a consumação do golpe de Estado”.

A conclusão parte de uma troca de mensagens em que Mauro Cid e o coronel Bernardo Romão Correa Neto combinam encontros com as forças especiais em novembro de 2022. O objetivo seria refinar o planejamento e ampliar, entre os militares, a adesão à trama golpista. Um dos encontros dentro deste planejamento, segundo a PF, ocorreu em 12 de novembro de 2022 na casa do general Walter Braga Netto, que havia sido candidato a vice na chapa de Bolsonaro.

O plano

O documento de três páginas com o planejamento da ação foi impresso dentro do Palácio do Planalto em 6 de dezembro de 2022, durante a gestão Bolsonaro, pelo general da reserva Mário Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência e um dos presos ontem.

A ele, apontando como um dos militares mais radicais do entorno do ex-presidente, também é creditada a elaboração do plano.

Na delação, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid define o general Mário Fernandes, seu nome de guerra, como um dos militares mais radicais do núcleo golpista e defensor “incisivo” de um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder.

No plano, alertam para a importância de escolher o método para a execução, se tiro ou envenenamento.

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