Luiz Paulo Vellozo Lucas: “Melhores cidades são para pessoas, e não para carros”
Criar novos modais de transporte e reduzir a poluição estão entre as propostas apresentadas pelo ex-prefeito durante sabatina da TV Tribuna
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Construir duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), criar novos modais de transporte para a cidade, reduzir a poluição do chamado “pó-preto” e incentivar o uso de bicicletas na cidade. Essas são algumas propostas que o candidato à Prefeitura de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) apresentou na sabatina da TV Tribuna.
As entrevistas são feitas pelo jornalista George Bitti, de segunda a sexta, às 11h15, ao vivo no Tribuna Notícias 1 Edição. Nesta quarta-feira (18), é a vez do candidato a prefeito de Vitória João Coser (PT).
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A Tribuna - O senhor foi prefeito da capital de 1997 a 2005, tentou ser novamente em 2012 e tenta mais uma vez. Por que quer ser prefeito de novo?
Luiz Paulo Vellozo Lucas - "Encontrei a minha vocação de verdade quando fui prefeito. Tive a oportunidade de liderar uma administração que transformou Vitória. Enfrentamos com prioridade a desigualdade, mapeamos os territórios onde havia população de baixa renda e infraestrutura precária, que fazia a cidade ser dividida. Quero voltar a ser prefeito porque penso que ainda tenho uma contribuição grande para dar a Vitória e ao Estado."
Os moradores da Grande Vitória reclamam, desde muito tempo, sobre o famoso “pó-preto”. Existe solução para o fim dessa poluição?
"Existe. E isso precisa ser um compromisso de todos os órgãos de controle, de maneira que as atividades poluidoras sigam padrões técnicos e internacionais.
Ninguém quer expulsar a Vale ou a Arcelor de Vitória, cogitar isso seria algo sem cabimento. Mas temos de exigir que o padrão de preocupação ambiental existente no Japão e na Europa, por exemplo, também seja aplicado aqui. As empresas devem fazer investimentos preventivos."
Tipo quais?
"Tem uma série de coisas que, se eu falar aqui, não teria tempo de explicar, porque é uma linguagem técnica. Mas há ações que essas empresas poluidoras seriam obrigadas a fazer que implicam em investimento.
Cobrar compensação ambiental das empresas em outras coisas, como fazer parque, não é o melhor caminho. O melhor é pegar esse dinheiro que iria para um parque e usar para reduzir a poluição efetivamente. Acabar 100% eu acho impossível, mas dá para reduzir consideravelmente."
Outro ponto crítico em Vitória é o trânsito, especialmente por conta da passagem de moradores de cidades vizinhas. Como resolver?
"Não existe uma solução mágica. Mas tem um caminho: aperfeiçoar o sistema de transporte público coletivo. O nosso sistema Transcol pode melhorar muito com um trabalho colaborativo entre as prefeituras e o governo do Estado. Temos de ter outros modais, como é o caso do Aquaviário. Defendo que haja um transporte interno na cidade, com linhas circulares dentro dos bairros, alimentando as linhas troncais.
Precisamos trabalhar com a população a redução do uso do automóvel, que é o grande vilão, e incentivar o uso das bicicletas, do transporte público. Gradativamente vamos fazer uma cidade melhor de se viver. As melhores cidades do mundo são para as pessoas, não para os carros.
É uma tendência mundial e precisamos acompanhá-la."
O senhor quer focar, na saúde, no fortalecimento da atenção primária. Por quê?
"Porque o SUS prevê que esse é o papel do município: a atenção básica. Tenho orgulho de ter participado de 23 das 29 unidades de saúde que Vitória tem hoje. Se atuarmos bem na prevenção e na atenção primária, isso reduz a pressão sobre os hospitais.
Proponho também criar duas novas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) no município. Hoje a cidade não tem, e quem precisa vai para a Serra, que já tem. Os dois Pronto Atendimentos (PAs) que temos em Vitória foram criados na minha gestão, mais de 20 anos atrás. E muita gente reclama que a qualidade no atendimento caiu bastante."
Na segurança pública, o senhor fala em retomar a finalidade constitucional da Guarda Municipal. Como assim?
"Quem criou a Guarda Municipal fui eu, numa época em que Vitória chegou a ser a capital mais violenta do Brasil, e foi diminuindo a partir de sua criação. Fico revoltado quando vejo que tem gente que explora o medo e a indignação da população com a violência para pedir voto. A guarda está mal administrada. Foi criada para prevenir e atuar junto com a PM e a PC, e não para competir com elas.
O prefeito atual prometeu resolver a violência no gabinete, num radinho, como se fosse o super-homem, mas isso não funciona. Tenho recebido queixas dos próprios guardas, que não conseguem criticar publicamente, porque a prefeitura criou um ambiente de medo enorme, não só para os servidores da segurança, como de outros setores."
Veja o cronograma completo de entrevistas
Vitória
Quarta-feira (18): João Coser (PT)
Quinta-feira (19): Camila Valadão (Psol)
Sexta-feira (20): Capitão Assumção (PL)
Segunda-feira (23): Lorenzo Pazolini (Republicanos)
Dia 24: Du (Avante).
Vila Velha
Todos os candidatos da cidade já foram entrevistados, nas respectivas datas: 26 de agosto: João Babá (PT); 27 de agosto: Nícolas Trancho (Psol); 28 de agosto: Arnaldinho Borgo (Podemos); 29 de agosto: Coronel Ramalho (PL); 30 de agosto: Maurício Gorza (PSDB); 2 de setembro: Gabriel Ruy (Mobiliza).
Serra
Todos os candidatos da cidade já foram entrevistados, nas respectivas datas: Roberto Carlos (PT, 3 de setembro), Weverson Meireles (PDT, 4 de setembro), Antônio Bungenstab (PRTB, 5 de setembro), Wylson Zon (Novo, 6 de setembro), Pablo Muribeca (Republicanos, 9 de setembro), Audifax Barcelos (PP, 10 de setembro), Igor Elson (PL, 11 de setembro).
Cariacica
Todos os candidatos da cidade já foram entrevistados, nas respectivas datas: 12 de setembro: Euclério Sampaio (MDB); 13 de setembro: Ivan Bastos (PL); 16 de setembro: Célia Tavares (PT).
Regras
O candidato vai responder às questões elaboradas pelo apresentador.
Não é permitido citar outro candidato direta ou indiretamente, independente do cargo em disputa.
As questões serão elaboradas com base em grandes temas, como Saúde, Educação, Segurança Pública e também criação de empregos.
As perguntas devem ser respondidas em, no máximo, dois minutos, para que a dinâmica da entrevista seja mantida.
Não há ordem específica de temas escolhidos.
O entrevistador, responsável por conduzir a sabatina, terá liberdade total em formular qualquer questionamento ao candidato.
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