“Democracia Inabalada”: Vitória terá ato sobre o 8 de Janeiro
Principal manifestação ocorrerá na Enseada do Suá, na frente da Assembleia, segundo organizadores
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Nesta segunda-feira (08) completa-se um ano em que manifestantes, entre eles apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Por conta disso, movimentos sociais, sindicais e populares preparam uma série de manifestações pelo País, incluindo em Vitória.
No Espírito Santo, a principal manifestação ocorrerá na Enseada do Suá, na frente da Assembleia Legislativa. De acordo com os organizadores do ato, o evento deverá contar com lideranças políticas, movimentos sindicais e estudantis.
Nas redes sociais, a presidente do PT e deputada federal Jack Rocha (PT) convocou os seguidores para a manifestação em Vitória. Apesar disso, ela participará do encontro em Brasília, onde também estará o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB).
O evento, batizado pelo governo federal de “Democracia Inabalada” também acontecerá nas cidades de Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Aracaju (SE), João Pessoa (PB), Goiânia (GO), Salvador (BA) e Campo Grande (MS) e no Distrito Federal.
Embora não tenha sido apontado como preponderante para a escolha, as capitais são importantes apostas eleitorais do PT para este ano: em boa parte delas, o partido deve ou lançar candidato próprio à prefeitura ou apoiar o nome de outra sigla, com possibilidade de composição da chapa.
Em Vitória, o nome do deputado estadual e ex-prefeito João Coser (PT) já foi lançado pelo partido.
Já em Brasília, o evento será realizado no Salão Negro do Congresso. A primeira a falar, segundo o planejamento, será a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que representará as mulheres.
Na sequência, haverá manifestações dos ministros Alexandre de Moraes, e Luís Roberto Barroso, presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), respectivamente.
Os últimos três discursos serão dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da República, Lula (PT).
Reunião minimizou os ataques
Um ano após os ataques do 8 de janeiro, as investigações apontam para um “apagão” na segurança do Distrito Federal naquele dia. Um áudio obtido pela Veja ilustra o clima que antecedeu o atentado.
A reunião, no dia 6, foi convocada pelo comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) para elaborar um plano de contenção dos manifestantes foi recheada de declarações que minimizavam os atos e apontavam para baixa adesão.
Apesar de já haver convocações em redes sociais e mensagens com teor golpista, os participantes ponderavam que não havia alertas de órgãos de inteligência. Foi elaborado um protocolo que balizou todo o esquema de segurança.
Um dia depois, a Polícia Federal convocou reunião com oficiais da PM para ressaltar o aumento na quantidade de ônibus indo a Brasília. A PM, então, disse que o planejamento daria conta da manifestação. “Não vai ter um efetivo grande porque não tem nada concreto. Só com efetivo que a gente tem do 6º Batalhão já dá conta”, afirmou o coronel Marcelo Casimiro.
Lula
O presidente Lula afirmou ao Globo que havia um “pacto” entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e as Polícias do Distrito Federal e do Exército nos ataques a Brasília no dia 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula, quando houve queima de carros e tentativa de invasão da sede da PF.
“Tinha havido aquela atuação canalha que envolveu inclusive gente de Brasília. Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República, o governador de Brasília e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF”, afirmou Lula.
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