Soldado da PM acusado de matar músico em condomínio de Vitória é preso
Justiça expediu mandado de prisão contra o soldado da Polícia Militar e a ordem de prisão foi cumprida na noite de segunda-feira (17)
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O soldado da Polícia Militar Lucas Torrezani de Oliveira, de 28 anos, foi preso na noite de segunda-feira (18), em cumprimento a um mandado de prisão. Ele acusado de matar o músico Guilherme José Rocha Soares, de 36 anos, durante uma discussão por conta de som alto durante a madrugada de segunda, em um condomínio de Jardim Camburi, em Vitória. A prisão foi pedida pela Polícia Civil.
O nome do policial foi divulgado no boletim de ocorrência da PM. Segundo o Portal de Transparência, o militar entrou de férias no último dia 15.
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O crime ocorreu por volta das 3 horas, segunda-feira. O soldado bebia com amigos perto da portaria onde ele o músico moravam. Uma câmera de videomonitoramento do prédio registrou o momento em que Guilherme desce pelas escadas, abre a porta onde o militar e os amigos estão e pede para que eles abaixem o som.
O morador é intimidado pelo soldado, que saca a arma e agride Guilherme no rosto com o armamento. O músico reage e o policial atira. As imagens, divulgadas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, mostram que a vítima ainda corre em direção a porta, na tentativa de abri-la e pedir socorro, mas ele não resiste aos ferimentos e cai no chão. O policial observa o morador no chão e continua bebendo.
Após o crime, o policial foi encaminhado para a 1ª Delegacia Regional de Vitória, onde foi ouvido pelo delegado de plantão e liberado.
Em nota, a Polícia Civil informou que "não haviam elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante. Por isso, naquele momento, o policial militar foi liberado e a arma ficou apreendida".
Ao longo do dia, no entanto, após investigações e diligências, o caso não se tratava de legítima defesa e que, por este motivo, a Polícia Civil decidiu por pedir a prisão do acusado. A informação foi confirmada, previamente, pelo governador Renato Casagrande.
"A Polícia Civil fez o pedido de prisão temporária pelo crime de homicídio qualificado do autor e aguarda o posicionamento do Poder Judiciário. Desde o início, a Polícia Civil está em contato com a Corregedoria da Polícia Militar e, assim que o mandado de prisão for expedido, uma equipe conjunta dará cumprimento", diz a PC em nota.
FAMÍLIA E AMIGOS PEDEM JUSTIÇA
O pai de Guilherme, Glício da Cruz Soares, esteve na sede do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), em Vitória, na manhã desta segunda, para realizar os procedimentos para liberação do corpo do músico para cerimônias de velório e sepultamento.
Abalado, ele se emocionou ao lembrar do filho que era uma pessoa da paz, alegre e que gostava de festas. "Foi passado para mim que estava um barulho às 3 horas. Ele, a esposa e a enteada estavam querendo dormir e ele foi pedir ao rapaz para abaixar o volume do som", afirmou Glício.
Nas redes sociais, amigos do músico pediram por justiça e cobraram a elucidação rápida do crime. Também pela internet, o governador Renato Casagrande afirmou é "fundamental que a justiça seja feita e que o responsável pelo ato seja punido".
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