Professor preso em escola de Vila Velha diz que abuso era forma de "carinho"
Imagens analisadas pela polícia mostram que pelo menos outra criança teria sido abusada e investigadores acreditam que possa haver outras vítimas
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O relato de uma criança de 8 anos sobre um abuso que ela teria sofrido em uma escola e o vídeo da sala de aula levaram um professor de 37 anos para a prisão, na última quarta-feira (30).
Segundo a Polícia Civil, pelas imagens analisadas de uma das aulas, pelo menos outra criança teria sido abusada, e a família também registrou a ocorrência nessa quinta (31). A polícia acredita que possa haver outras vítimas.
O professor, que não teve o nome divulgado, para não expor as crianças envolvidas, deve responder por estupro de vulnerável.
O delegado adjunto da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Glalber da Costa Cypreste Queiroz, revelou que o caso chegou à polícia no último dia 14, quando os pais da aluna de uma escola particular de Vila Velha procuraram a delegacia.
“A criança relatou aos familiares, no dia 11 de julho – último dia de aula antes das férias –, que o professor levou as crianças a uma sala, onde ficou sozinho com a turma. As imagens da sala, disponibilizadas pela escola, mostram que ele colocou a cadeira e sentou em um ângulo que acreditava ser um ponto cego, já que estava em um canto, parcialmente fora da tela”.
O delegado reforça que, mesmo assim, as imagens são claras ao mostrar exatamente o que foi relatado pela criança, de que ele passou a mão em suas partes íntimas.
“Como era o último dia de aula, as crianças estavam fantasiadas e brincando. Ele passa as mãos, de forma lasciva, nessa criança. Em outra, ainda coloca a boca no corpo dela enquanto está deitada em seu colo. A situação, por si só, em razão da tenra idade das vítimas, já caracteriza o estupro de vulnerável”, afirma.
O professor foi detido na manhã da última quarta-feira, após ter sido expedido o mandado de prisão temporária. Ele estava saindo da escola, onde tinha ido assinar a rescisão do contrato.
“Ele diz que dava aulas de música na instituição desde fevereiro e que era a primeira vez que ensinava em escolas”.
O delegado relatou, ainda, que as investigações continuam e que o celular do professor deve ser analisado pela polícia.
Professor diz que abuso era forma de “carinho”
Ao ser preso, o professor de 37 anos, suspeito de crime de estupro de vulnerável em uma escola particular de Vila Velha, surpreendeu a equipe da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) ao confirmar tudo o que havia sido relatado pela aluna e o que as imagens da sala mostram.
“No entanto, pasmem, ele disse que as atitudes não eram uma forma de abuso contra as meninas, mas uma demonstração de carinho”, contou o delegado Glalber da Costa Cypreste Queiroz.
O advogado da família da vítima, Willian Bulhões, revelou que a família busca justiça, diante da gravidade dos fatos.
“Vamos agir firmemente, juntamente com a Polícia Civil e o Ministério Público, para que ele seja denunciado, processado e condenado por essa atrocidade que ele fez”, afirmou.
A delegada adjunta da DPCA, Thais Cruz, destaca a importância dos pais conversarem com os filhos e acreditarem em suas palavras.
“Muitas vezes, os abusos sexuais, como ocorreu nesse caso, não vêm de uso de ameaça, de violência com uso da força física, de conjunção carnal. Ele é sutil, um toque numa região íntima. Só que qualquer toque em região íntima, com menor de 12 anos, caracteriza estupro de vulnerável”.
Entenda o caso
Denúncia
No dia 14 de julho, os pais de uma criança de 8 anos registraram a ocorrência de um abuso que a filha teria sofrido dentro de uma escola particular de Vila Velha.
À família e à polícia, a menina disse que o professor, de 37 anos, teria abusado dela, passando a mão por suas partes íntimas durante a aula do dia 11 de julho. Ela relata que não teria sido a primeira vez que ficou desconfortável com o professor.
A família também comunicou a escola, que demitiu o professor.
Imagens
A polícia analisou as imagens da aula do dia 11, que, segundo as investigações, mostram exatamente o que foi relatado pela criança.
De acordo com a Polícia civil, o professor chega a colocar a cadeira em uma posição que fica parcialmente fora da imagem, mas é possível ver o abuso contra a criança e uma outra menina da mesma turma.
Prisão
Diante dos fatos, a polícia representou pela prisão temporária do professor, que foi expedida pela Justiça e cumprida na última quarta-feira.
Outra família procurou a Polícia Civil para denunciar, e outros pais também já entraram em contato para registrar ocorrência.
Fonte: Polícia Civil.
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