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Polícia

Presos capixabas que trabalhavam para maior traficante do planeta

Polícia Federal afirma que os três capixabas eram de uma das maiores organizações criminosas de tráfico internacional de drogas


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Imagem ilustrativa da imagem Presos capixabas que trabalhavam para maior traficante do planeta
Casa de luxo em Colatina, onde vivia um dos criminosos capixabas presos |  Foto: Divulgação Polícia Federal

Três capixabas, membros de uma das maiores organizações criminosas dedicadas ao tráfico internacional de drogas, que tentou utilizar os portos do Espírito Santo para enviar cocaína para a Europa, estão na cadeia.

Eles são acusados   de trabalhar  para o maior  traficante do mundo, segundo a Polícia Federal, – o ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido como Escobar brasileiro. 

Ele  está preso desde 2022 e os capixabas trabalhariam   em um esquema de tráfico internacional  usando chapas de mármore e granito para levar drogas à Europa.

Depois de uma investigação complexa, iniciada em  2021, a Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Chapa Branca. No Estado,  um capixaba, empresário do ramo do café, foi preso em Colatina. 

A polícia descobriu a participação dos capixabas em outubro de 2021, quando um empresário, de 34 anos, e um ex-policial militar, 44, foram presos em Cachoeiro de Itapemirim, acusados de envolvimento na quadrilha.  

Com os dois, a Polícia Civil encontrou à época 350 quilos de cocaína pura que seriam enviados para a Bélgica. O material foi avaliado em R$ 80 milhões. A droga estava escondida no fundo falso de uma carreta, dentro de uma serraria de mármore em Morro Grande. 

Chamou atenção da polícia a estratégia usada  para esconder a droga: as  chapas foram serradas para formar um vão no meio. Depois, as placas ficaram acondicionadas uma no lado da outra.

Para flagrar a chegada da droga, a equipe da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Cachoeiro fez uma campana à  noite, no meio do mato, nas proximidades do galpão.

Os policiais civis viram  a carreta bitrem descarregada entrando no galpão, onde funciona a serraria. Em seguida, entrou um automóvel  com dois ocupantes. 

À distância, os policiais conseguiram ver que o motorista da carreta passou a desmontar parte da carroceria e, com a ajuda dos outros dois homens, retirou diversos pacotes que estavam em fundo falso e começou a colocá-los no porta-malas do automóvel.

Nesse momento, os policiais   deram voz de prisão aos acusados. O motorista fugiu, mas foi preso posteriormente em São Paulo.

O ex-policial militar e o empresário foram autuados por tráfico internacional de drogas e conduzidos ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro. Caso condenados, poderão pegar 30 anos de cadeia. O empresário preso ontem em Colatina deve responder pelos mesmos crimes.

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ENTENDA O CASO

Início da investigação 

Em outubro de 2021, a Polícia Civil apreendeu 350 quilos de cocaína que eram descarregados de um caminhão e que seriam, na sequência, ocultados numa carga de chapas de granito e exportados para a Europa.

Na ocasião, foram presos em flagrante um empresário e um ex-policial. Um terceiro acusado, motorista do caminhão carregado com a droga, conseguiu fugir, mas foi identificado e capturado em São Paulo, sendo preso em cumprimento de mandado de prisão preventiva.

O  caso foi encaminhado para a Polícia Federal, já que se tratava de tráfico internacional. 

Provas 

A partir deste momento, foram estabelecidas medidas importantes de parceria com a Receita Federal, além do estabelecimento de ampla cooperação internacional visando obter, junto a agências policiais dos Estados Unidos e Europa, provas que pudessem ajudar a determinar os demais envolvidos na exportação criminosa que iria utilizar a estrutura portuária do Espírito Santo.

Origem e destino da droga

No decorrer da apuração, verificou-se que a droga foi adquirida na Bolívia e seguiria para o porto de Le Havre, na França, de onde seria distribuída para outros países daquele continente.

Escobar brasileiro

Controlando a ação no Brasil, uma das maiores organizações criminosas em atuação no País, liderada pelo traficante  conhecido como o “Escobar brasileiro” – ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho. 

Ele é  considerado um dos maiores narcotraficantes do mundo “em atividade”.

Preso no ano passado na Hungria, ele é investigado em vários países pelo envio de toneladas de cocaína a partir de portos brasileiros, em especial, o de Santos (São Paulo) e Paranaguá (Paraná), e tentava colocar o Espírito Santo como alternativa para esses embarques.

Identificados 

Com as medidas cumpridas ontem, a Polícia Federal considera que todos os envolvidos no envio da carga apreendida em Cachoeiro foram identificados e agora seguirão à disposição da Justiça Federal para responder ao processo criminal. Integrantes da organização levavam uma vida de luxo.

Quem foi Pablo Escobar?

O  traficante de drogas colombiano   era  um dos homens mais ricos do mundo. Ele  foi morto a tiros pela polícia em dezembro de 1993.

Na ocasião, ele era um dos homens mais procurados do mundo  e estava fugindo das autoridades havia mais de um ano.

Pablo Escobar revolucionou o fornecimento de drogas. Ele montou os chamados megalaboratórios para fabricar cocaína em escala industrial na Colômbia, de onde a droga era posteriormente transportada para os Estados Unidos.

Estima-se que 5 mil assassinatos estejam ligados ao narcotraficante.

MANDADOS

Prisão

Foram   cumpridos  cinco mandados de prisão preventiva nos estados do Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Pernambuco e na Hungria. 

Busca e apreensão 

Também foram cumpridos 14   mandados de busca e apreensão nos estados Espírito Santo (1), Santa Catarina (2), Paraná (7), São Paulo (3) e Pernambuco (1).

Crimes

Os investigados poderão responder pela prática do delito de associação para o tráfico, tráfico internacional e interestadual de drogas e, eventualmente, pela lavagem de capitais. 

Se condenados, as penas  podem ultrapassar 30 anos de prisão.

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