O que se sabe sobre golpe do falso consórcio aplicado em vítimas de Vitória
Suspeito anunciava imóveis na internet e se encontrava com as vítimas em escritório de alto padrão
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Um homem de 26 anos foi preso durante a segunda fase da Operação Consórcio Falido. Felipe Pereira de Souza é suspeito de aplicar golpes do falso consórcio imobiliário, gerando um prejuízo de cerca de R$ 31 mil em três vítimas já identificadas, todas em Vitória.
Contra o investigado foi cumprido um mandado de prisão que já estava em aberto, por estupro de vulnerável. Ele também tem passagens por atos infracionais análogos aos crimes de tráfico de drogas, porte de arma de fogo e homicídio.
O delegado Diego Bermond, titular do 3º Distrito Policial, explicou que o golpe era "muito bem articulado". O investigado trabalhava em uma empresa que ocupa três andares de um prédio comercial na Enseada do Suá, em Vitória. No local, os acordos com as vítimas eram fechados.
"Esses indivíduos anunciam um imóvel em uma rede social e a partir disso a vítima entra em contato com esses estelionatários. Nesse caso esse indivíduo aplicou um golpe de R$ 31 mil contra três vítimas", explicou o delegado. "Se vestia muito bem, falava muito bem. As vítimas entravam em contato com ele via rede social e ele marcava nesse escritório, em um local de alto padrão".
Ainda segundo Diego, o investigado falava para as vítimas pagarem um valor inicial para que o contrato do consórcio fosse feito, que seria referente a uma entrada do imóvel. Posteriormente, as vítimas também pagavam mensalmente um valor, que era enviado para uma conta do próprio suspeito ou de uma empresa de fachada.
"Quando as vítimas percebiam que elas não estavam sendo contempladas pela carta de crédito, elas tentavam entrar em contato com ele, mas ele cortava qualquer tipo de comunicação", detalhou.
Diego ainda afirmou que outras vítimas podem aparecer após a divulgação do caso, já que os golpes eram aplicados desde 2022.
Em abril deste ano, um suspeito, identificado como Antony, foi preso na primeira fase da operação. Ele gerou um prejuízo de mais de R$ 500 mil a diversas vítimas também na Grande Vitória. Após a divulgação da operação, outras vítimas compareceram para denunciá-lo.
PRISÃO
A prisão de Felipe foi feita no dia 10 de julho, quando a Polícia Civil, com o apoio da Guarda Municipal de Vitória, cumpriu um mandado de prisão que estava aberto não em relação ao crime de estelionato, mas em relação ao crime de estupro de vulnerável, pelo qual Felipe já estava processado. Ele foi preso enquanto estava em uma festa junina na escola dos filhos.
"Ele tem vários crimes. Desde os 13 anos já tinha passagem por ato infracional", destacou Diego. A polícia ainda representará pela prisão preventiva dele também pelo crime de estelionato e a investigação continua para que outras vítimas sejam identificadas.
ALERTA
O delegado destacou que a prisão serve de alerta para quem fecha contratos avaliar a empresa que irá escolher. "Fica o alerta para a sociedade. Na hora de fazer um contrato para aquisição de imóvel, seja por meio de consórcio ou não, verificar se aquela empresa realmente é fidedigna, autêntica, se ela é mesmo credenciada às instituições financeiras que todo mundo conhece", recomendou.
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
A delegada Thais Cruz detalhou o crime pelo qual Felipe já estava processado. O estupro de vulnerável ocorreu de 2024, contra uma menina de 12 anos. A mãe da vítima denunciou o caso após uma mulher ir até a casa dela e agredir a filha, acusando-a de ter se envolvido com homem casado.
"Ele se aproveitou da idade da menina para cometer o crime. Ela manteve relação sexual com ele de forma consentida, mas ela tem 12 anos de idade, então configura estupro de vulnerável", explicou a adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Felipe teria conhecido a vítima quando levava os filhos até a escola, na mesma unidade onde a menina levava o irmão mais novo. Segundo a delegada os dois conversaram por dois meses e depois marcaram o encontro sexual. Desde quando houve a denúncia e o pedido de prisão foi feito, o investigado era considerado foragido.
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