"Não haverá fechamento de via determinado por traficantes", diz PM sobre protestos
Protestos contra a ação da Polícia Militar aconteceram nesta segunda-feira em Vitória
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Manifestantes se reuniram na tarde desta segunda-feira em protesto por mortes que aconteceram durante ações da Polícia Militar em Vitória. Em resposta, o comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus, declarou que nenhuma via será fechada "a mando de traficantes".
Cerca de 40 manifestantes se aglomerarem em frente ao Destacamento da Polícia Militar no Bairro da Penha, em Vitória. Após, tentaram fechar a avenida Leitão da Silva. Houve confronto e trânsito interrompido no local.
Vídeos mostram a confusão e os carros tentando retornar diante do confronto na Leitão da Silva. O grupo protestava contra mortes que aconteceram durante confrontos com a Polícia Militar, ocorridos na sexta-feira (26).
Diante do caso, o comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus gravou vídeos comentando a ação policial. "Nós já falamos e manteremos a nossa fala. Não haverá fechamento de via em qualquer ponto da Grande Vitória determinado por traficantes".
De acordo com o coronel, este tipo de protesto contra a ação da PM acontece "a mando de traficantes". Uma prática usada em outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
"Não vai funcionar", declarou ainda. "Se alguém tiver alguma reclamação sobre a ação da Polícia Militar, a Corregedoria está de portas abertas para que nós possamos verificar o desvio de conduta de qualquer policial", argumentou.
Sobre a ação que resultou na mortes dos suspeitos, Douglas afirmou que as informações indicam que a força pública atuou em legítima defesa.
"Eles querem impedir que a Força Pública tenha acesso a essas localidades para que eles possam controlar os pontos de vendas de drogas. Não deixaremos isso acontecer no Espírito Santo", declarou.
Caus ainda afirmou que a polícia atua diariamente com 70 militares, de tropas especializadas, em vários pontos nas regiões do Território do Bem, Complexo da Penha e também no Morro do Macaco, para evitar que haja conflitos entre facções.
Na sexta-feira, o confronto entre criminosos e militares aconteceu durante um patrulhamento na Escadaria dos Trabalhadores. "Um ponto onde os traficantes ficam armados de fuzis [...] e enfrentam a Polícia Militar", contou Caus.
Na ocasião, a Força Tática foi recebida a tiros e duas pessoas morreram durante o confronto. Um outro homem teve os dois pés quebrados e foi preso. Contra ele havia um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas.
Já nesta segunda-feira (29), durante outro patrulhamento da Força Tática, no Beco do Estrela, na subida do Gurigica, a equipe foi recebida novamente a tiros e um dos criminosos também morreu após confronto. A polícia apreendeu um rádio comunicador, além de drogas e dinheiro e uma pistola 9mm.
Depois do ocorrido, manifestantes foram até o Destacamento da Polícia Militar em São Benedito e teriam efetuado disparos contra os policiais que estavam no local. "Agrediram o Estado, agrediram a Força Pública", disse Caus.
Segundo o coronel, as operações vão continuar e o policiamento foi reforçado. "Vamos colocar hoje e amanhã por volta de 140 policiais e não permitiremos em momento algum que nenhum Destacamento nosso seja confrontado", declarou.
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