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Polícia

Confronto no Bairro da Penha deixa dois mortos

Um outro indivíduo também se feriu enquanto fugia de policiais


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Um jovem de 23 anos e um adolescente de 16 anos, identificados como Gabriel dos Santos Machado Costa e Charles Santos Ribeiro, respectivamente, morreram durante um confronto contra policiais no bairro Bonfim, em Vitória, na noite da última sexta-feira (26).

De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, os policiais realizavam um patrulhamento no local e foram recebidos por tiros.

“Os policiais militares, para protegerem suas vidas, revidaram a injusta agressão em legítima defesa. O resultado desse confronto foram dois criminosos alvejados, socorridos ao hospital, mas vindo a óbito posteriormente”.

Além deles, um terceiro homem, de 24 anos, tentou fugir e na fuga quebrou o tornozelo em dois lugares. Caus disse que o suspeito foi socorrido ao hospital e no local foi constatado que contra ele havia um mandado de prisão em aberto.

O coronel reforçou um recado para suspeitos com esse tipo de ocorrência: “o indivíduo que pensa em dominar qualquer tipo de território, é melhor se mudar para outro Estado, porque aqui a Polícia Militar continuará mantendo o direito de ir e vir do cidadão de bem”.

Famílias contestam versão da polícia

Na manhã deste sábado (27), amigos e familiares dos mortos estiveram no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DEHPP) de Vitória para solicitar o exame balístico e de resíduos de pólvora.

“Nós vamos fazer o exame balístico e o exame de resíduos de pólvora nas mãos dos meninos. Já que os policiais falaram que foi confronto, então vai ter que ter resíduos de pólvora nas mãos deles. Para comprovar. Porque toda vez que morre um jovem nas comunidades de Vitória, sempre é confronto. E nunca é. Nunca é”, disse uma amiga, que preferiu não se identificar.

De acordo com ela, não houve confronto contra policiais. “Nós estamos vivendo na comunidade do Bomfim, bairro da Penha, Consolação, São Benedito, prisioneiros da polícia militar”.

Ela conta que, no momento que os policiais chegaram, eles estavam em uma pedra. “Os policiais olharam e gritaram 'perdeu, perdeu', e os meninos levantaram a mão e falaram 'perdi, perdi' e simplesmente, os policiais meteram bala”.

Outro questionamento da amiga dos mortos é sobre a localização dos tiros. “Porque a bala só vai na cabeça e no coração. Um dos meus amigos está lá, sem um olho. Ele levou um tiro no olho. A cabeça toda estourada. O peito todo estourado de bala de fuzil. Por que isso?”

Investigação 

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso seguirá sob investigação do Serviço de Investigações Especiais (SIE) do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), que investiga ocorrências de confronto com agentes de segurança do Estado.

Os corpos dos suspeitos foram encaminhados para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. 

"Um terceiro suspeito, de 24 anos, foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico e teve um mandado de prisão cumprido em seu desfavor. Ele será encaminhado ao sistema prisional assim que receber alta médica", disse a nota. 

Não há informações sobre o estado de saúde dele.

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