Morte de psicólogo em Guarapari foi planejada pelo suspeito, diz polícia
Horas antes do crime, o ex-paciente enviou uma mensagem para a namorada dizendo que ficaria com o carro da vítima
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O ex-paciente suspeito de matar o psicólogo Silvestre Falcão Santana, de 49 anos, premeditou o crime, que foi classificado pela Polícia Civil como latrocínio — roubo seguido de morte. O corpo do especialista em dependência química foi encontrado em seu apartamento, no bairro Praia do Morro, em Guarapari, no domingo (13), dois dias após o assassinato.
O suspeito era uma pessoa de confiança da vítima e o conhecia desde a infância. Silvestre, além de psicólogo, mantinha uma clínica de reabilitação em Mestre Álvaro, onde acolheu o suspeito em outras ocasiões.
O jovem, que já tinha um histórico de envolvimento com crimes desde a adolescência e várias passagens pelo sistema prisional, procurou Silvestre novamente em agosto deste ano, pedindo ajuda para se reerguer após sair da prisão. A vítima, por já conhecê-lo e pelo trabalho que desenvolvia com recuperação, decidiu apoiá-lo, chegando a pagar o aluguel de uma casa para o suspeito, que também começou a trabalhar em uma lanchonete.
O crime aconteceu na sexta-feira (11), quando Silvestre foi até a lanchonete onde o suspeito trabalhava e o levou até seu apartamento em Guarapari para ajudá-lo com alguns reparos. Durante a investigação, a polícia descobriu que o suspeito já havia planejado roubar o carro da vítima e seus pertences, conforme evidenciado por uma mensagem enviada à namorada no mesmo dia, em que dizia: "Vou ficar com o carro do meu tio", referindo-se a Silvestre.
No apartamento, por volta das 22 horas, o suspeito iniciou uma série de agressões físicas, culminando no uso de uma faca de cozinha para matar o psicólogo. Após o homicídio, ele utilizou o computador da vítima para acessar e imprimir senhas bancárias, pegou cartões de crédito e deixou o local com o carro e outros pertences.
No sábado (12), o suspeito comprou roupas e um par de alianças, que seriam entregues à namorada. Ele chegou a participar de festas e cultos religiosos durante o fim de semana.
A prisão ocorreu na segunda-feira (14), quando o suspeito foi abordado pela polícia na Rodovia do Sol, após passar por um cerco eletrônico, ainda em posse do carro da vítima. No momento da prisão, ele estava acompanhado pela namorada, um bebê de um ano, a tia da namorada e uma adolescente de quatorze anos. Como ele, foram encontrados o celular de Silvestre e os cartões de crédito roubados.
O suspeito, que já havia cumprido pena por crimes patrimoniais e tráfico de drogas, agora enfrenta a acusação de latrocínio. A Polícia Civil segue investigando outros possíveis crimes relacionados ao caso.
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