Menino assassinado em Vila Velha morreu por asfixia; pai confessou crime
Investigação da Polícia Civil agora tenta descobrir se a morte foi causada por sufocamento ou envenenamento
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O menino Bernardo Souza Nascimento, de 6 anos, morreu por asfixia. Essa é a conclusão dos peritos que realizaram exames no corpo da criança, encontrada morta dentro de um apartamento no bairro Jabaeté, na Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, na noite da última quinta-feira (30).
A perícia agora busca descobrir se essa asfixia foi mecânica — ou seja, causada por sufocamento ou estrangulamento — ou se foi causada por envenenamento.
O suspeito de cometer o crime é Fernando Nelson Neves Nascimento, de 37 anos, pai de Bernardo. Ele foi preso no final da tarde do último sábado (1º), andando pelas ruas do bairro República, em Vitória.
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Segundo a Polícia Civil, após ser preso ele confessou o crime. Em depoimento, ele disse aos policiais que sedou o filho e, em seguida, o asfixiou.
No entanto, o delegado adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, Adriano Fernandes, explicou que somente o laudo pericial vai apontar a real causa da morte.
"Foi asfixia, isso não temos dúvida. Mas se foi asfixia mecânica, em razão da esganadura, ou se foi em razão do envenenamento. Porque no local também foi colhido alguns materiais, alguns medicamentos, que podem também ocasionar a morte por envenenamento", frisou.
De acordo com a médica-legista Jeane Pissarra Teixeira Monteiro, da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), não foram encontrados sinais de violência no corpo da criança.
No entanto, segundo ela, isso não descarta a possibilidade de o menino ter sido sufocado. "Como a criança é muito pequena, tem um peso muito baixo, é muito magrinho, a asfixia pode acontecer sem deixar sinais físicos externos", destacou.
"Existe a hipótese de o menino estar dormindo, em que ele não poderia oferecer resistência. Seria possível também ser essa causa da morte", completou.
A especialista disse ainda que foram encontradas pequenas hemorragias no pulmão e no coração da criança. Ela explica que isso caracteriza a chamada hipóxia, que é uma condição em que as células do corpo não recebem oxigênio suficiente.
"Nós ainda não temos elementos suficientes para afirmar a causa dessa hipóxia. Estamos aguardando os resultados dos exames toxicológicos".
A médica-legista disse ainda que o exame pericial apontou a presença de espuma na boca da criança, o que pode indicar o envenenamento. "O achado principal no exame externo foi a presença de um cogumelo de espuma, que é a formação de uma grande quantidade de espuma esbranquiçada e esponjosa, comumente encontrada em casos de afogamento ou em casos de envenenamento por alguns agentes específicos, que causam o encharcamento dos pulmões".
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