Marido suspeito de matar a mulher confessa crime
Reinaldo Teixeira vai à delegacia e admite ter matado Maria de Fátima a facadas, mas nega o crime logo depois. Hoje ele presta depoimento
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Principal suspeito de ter matado a facadas a técnica de enfermagem, Maria de Fátima Analio da Silva, de 41 anos, na madrugada de sábado, o pedreiro Reinaldo Teixeira da Silva, de 40 anos, compareceu ontem à Delegacia Regional da Serra e confessou a autoria do crime.
Logo após a confissão, ele foi conduzido ao Plantão Especializado da Mulher (PEM), na Serra, e não foi preso.
Aos policiais civis, o pedreiro disse que era casado com a vítima há 18 anos e que eles residiam na Rua Eucaliptos, em Feu Rosa, na Serra. Após discussão, ele desferiu golpes de facas no pescoço da mulher que morreu no local.
A principal motivação do crime, segundo o suspeito, era de que no celular da vítima havia vídeos e imagens do seu relacionamento extraconjugal. Após cometer o crime, o suspeito fugiu em seu veículo e se escondeu na mata. Ele ligou para um pastor e confessou o crime. O pastor aconselhou que ele se entregasse na delegacia.
De acordo com a Polícia Civil, ao ser novamente questionado, Reinaldo passou a negar o crime e disse que só falaria na presença de um advogado. Com isso, como não havia um mandado de prisão contra ele, o homem foi liberado da delegacia da Serra e, logo em seguida, se apresentou no Plantão Especializado da Mulher (PEM) com duas advogadas. Segundo a defesa, ele foi liberado sem ser ouvido.
A defesa de Reinaldo também disse estar ciente de que ele esteve no DPJ da Serra e conversou com policiais civis e afirmou que vai aguardar o depoimento oficial do suspeito, que deve acontecer hoje, para depois se pronunciar.
No momento do crime, a vítima dormia no quarto do filho de 6 anos. Quem encontrou o corpo dela foi a filha mais velha, que acionou a polícia informando que o pai teria agredido a mãe.
O advogado criminalista Flávio Fabiano explicou o porquê do suspeito não ter sido preso após a confissão do crime.
“A Lei Processual Penal estabelece que só haverá prisão quando houver flagrante delito ou em razão de ordem judicial, ou seja, mandado de prisão provisória (preventiva ou temporária) ou cumprimento de sentença condenatória. É uma garantia constitucional. Isso, mesmo que o ilícito seja grave, de repercussão social e que tenha confissão espontânea do ilícito pelo acusado”.
Entenda o crime
Filha do casal Maria de Fátima Analio da Silva e Reinaldo Teixeira da Silva disse que estava acordada, mexendo no celular, e que a mãe estava dormindo sozinha no quarto do filho mais novo, de 6 anos, no dia do crime. O casal tem, no total, três filhos.
O pai estava andando pela casa, inquieto. Ele foi até o lado de fora e ligou o som do carro bem alto. A filha estranhou. Ele voltou para casa e a adolescente ouviu um barulho no quarto do irmão mais novo.
A menina levantou para entender o que estava acontecendo e viu o pai saindo de casa. Quando ela entrou no cômodo, se deparou com a mãe com a faca cravada no pescoço.
Desesperada, a filha chegou a retirar a faca e foi atrás do pai, para tentar impedi-lo, mas ele já havia fugido de carro.
Na última terça-feira, segundo familiares, a mesma adolescente de 17 anos teve que intervir na briga, pois o pai estava apertando o pescoço da mãe dentro do quarto.
Na ocasião, Maria de Fátima, que tinha problemas cardíacos, passou mal e foi levada para uma unidade hospitalar. Após ser liberada, na quarta-feira, ela foi para a casa de uma amiga, onde passou a noite.
Nesse período, o suspeito do crime chegou a mandar mensagens para a irmã de Maria de Fátima, dizendo que estava tudo bem e que iria aceitar uma separação. Na sexta-feira, a vítima voltou para casa.
O carro em que o suspeito fugiu pertencia ao pai de Maria de Fátima. Os familiares da vítima contaram que, há 6 anos, o pedreiro comprou o veículo do sogro. Ele pagou apenas três prestações do veículo.
De acordo com familiares de Maria de Fátima, na sexta pela manhã, o pedreiro conversou com o sogro. Ele disse que estava precisando de dinheiro e perguntou se o idoso, de 77 anos, não queria comprar o carro. Pensando em ajudar a filha, o pai de Maria foi até o banco e transferiu R$ 11 mil para o suspeito.
Análise
Prisão é obrigatória quando não é possível recorrer de condenação
“No processo penal, a regra é a liberdade. A prisão só se torna obrigatória ao final do processo, com o trânsito em julgado, quando não é mais possível recorrer de eventual condenação.
Mesmo no caso de uma prisão em flagrante, ainda que haja confissão, podem haver motivos/ justificativas que levem o julgador (seja um juiz de Direito ou um tribunal do júri) a absolver aquele indivíduo.
Assim, antes do trânsito em julgado, é, sim, possível prender o suspeito, desde que haja motivos cautelares, ou seja, que esta pessoa, em liberdade, esteja destruindo provas, coagindo testemunhas, dando indicativos de que vá fugir ou atrapalhando de alguma forma o regular andamento do processo. Tudo isso nos termos do artigo 312 do Código de Processo Penal, que estabelece os fundamentos para as prisões preventivas.”
Quadrilha presa por furto de carros de luxo no aeroporto
Quatro prisões foram realizadas pela Delegacia Especializada de Furto e Roubo de Veículos (DFRV), nas cidades de Vila Velha e Serra, e outra em Minas Gerais na última sexta-feira.
São, segundo a Polícia Civil do Estado, integrantes de uma organização criminosa especializada em furtos de veículos do tipo Toyota Hilux, no estacionamento do Aeroporto de Vitória. Mais informações serão divulgadas pela Polícia Civil em coletiva de imprensa hoje.
Para evitar roubos, a Zurich Airport, operadora que administra o terminal da capital, adotou algumas medidas. Um dispositivo é instalado sem consentimento do dono do carro.
Um adesivo é afixado na picape informando ao proprietário como ele deve proceder para destravar a trava antifurto, trabalho sob a responsabilidade da direção do estacionamento do Aeroporto de Vitória.
“A trava é emborrachada e não causa nenhum dano ao veículo”, informou a Zurich.
Servente de obras é morto após defender a vizinha
Um servente de obras de 58 anos foi morto a facadas pelo vizinho na noite de sábado, em Dois Pinheiros, Santa Teresa, na região Serrana do Estado, ao defender a mulher que estava sendo agredida. O suspeito do crime, Lucas de Souza Sales, de 27 anos, foi preso e autuado em flagrante por homicídio.
O caso foi registrado na Delegacia de Aracruz, no Norte do Estado. De acordo com o boletim da Polícia Militar, a vítima, Roberto Marcelino, teve o intestino dilacerado e o pescoço cortado pelo suspeito.
A mulher de Lucas contou a policiais militares que antes do vizinho ser assassinado estava sendo agredida pelo companheiro, que apertou o seu pescoço e a jogou no chão.
O marido agressor teria falado para o vizinho não se meter na briga. Os dois homens entraram em luta corporal. A mulher até tentou impedir a briga.
Assista a reportagem da TV Tribuna/SBT
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