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Polícia

Fios roubados no ES somam mais de 300 quilômetros em um ano

Maioria dos furtos é cometida por usuários de drogas que usam o material para comprar entorpecentes, segundo especialistas


Imagem ilustrativa da imagem Fios roubados no ES somam mais de 300 quilômetros em um ano
Cabos roubados: Espírito Santo é o 4° do País com mais crimes desse tipo, com 312 mil metros de fios furtados em 2022 |  Foto: Divulgação

O furto de fios, seja de cobre, alumínio ou outros materiais, tem trazido consequências sérias para moradores da Grande Vitória, que vêm sofrendo com a falta de internet, energia e até TV por assinatura. A prática desse tipo de crime é tão recorrente que colocou o Espírito Santo no 4º lugar do ranking nacional.

Segundo levantamento da empresa Conexis Brasil Digital, o Espírito Santo registrou 312 mil metros de cabos roubados no ano passado, aumento de 155% em relação a 2021. Todos os fios que foram furtados, se esticados, equivalem a uma distância de Vitória até Ecoporanga, no Noroeste capixaba.

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A reportagem de A Tribuna conversou com policiais militares que atuam no Espírito Santo para entender este delito. Segundo eles, a maioria dos furtos é cometida por usuários de drogas que usam o material roubado para comprar entorpecentes.

“Eles invadem casas e empresas, furtam os fios de energia e internet, depois vendem e compram drogas para sustentar o vício”, afirmou um soldado da PM, que atua na região da Praia da Costa e Itapuã e preferiu não se identificar.

Outra informação fornecida pelos policiais diz respeito às empresas de fachada, criadas por criminosos para lavar o dinheiro do tráfico e fomentar o furto de fios.

“Muitos traficantes abrem empresas de reciclagem para “disfarçar”, para a polícia não investigá-los por conta do tráfico de drogas. Eles acabam receptando esse material e fomentando o mercado ilegal”, contou um cabo da PM, que atua na região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, e também não se identificou.

Em alguns casos, segundo os militares, os fios furtados são pagos pelos receptadores com drogas. “O usuário que precisa sustentar o seu vício enxerga nesses receptadores uma forma mais fácil e rápida para conseguir a sua droga”, disse um militar, que trabalha na Serra e não terá sua identidade revelada.

Em abril deste ano, comerciantes que atuam na avenida Leitão da Silva, em Vitória, ficaram 40 dias sem sinal de telefonia e internet, devido ao roubo de fios. Passados oito meses da situação, policiais da região afirmam que nada mudou.

“Atendo ao menos quatro ocorrências por dia que envolvem fios de energia, telefonia e internet. Na maioria dos casos, os autores são presos em flagrante, no momento que tentam fugir com o material furtado”, afirmou um cabo da PM.

Até rodovias sem iluminação por causa de roubos

Moradores e comerciantes não são os únicos que estão sofrendo com a ação de bandidos que furtam fios de energia, telefonia e internet na Grande Vitória. Na lista de “vítimas” desses criminosos também estão motoristas que utilizam as rodovias.

Segundo policiais militares ouvidos pela reportagem de A Tribuna, alguns trechos da BR-101 ficaram sem iluminação nos últimos dias após furto de fios.

“Foi na altura do bairro Valverde a Tabajara, em Cariacica. Por lá, a pista ficou completamente escura”, afirmou um soldado da PM, que não quis se identificar.

Em setembro deste ano, a Rodovia das Paneleiras, que liga Serra a Vitória, ficou com parte de sua extensão completamente escura. As lâmpadas que fazem a iluminação, tanto da pista quanto das ciclovias, ficaram apagadas.

Na época, a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura do Espírito Santo (Semobi) confirmou que o apagão no local aconteceu após furtos de fios.

Polícia diz que falta blitze para inibir a ação de bandidos

Procurada pela reportagem de A Tribuna para falar sobre os casos de furtos de fios na Grande Vitória, a Polícia Civil disse que está atenta aos crimes contra o patrimônio e, por isso, realiza constantes operações para identificar e prender receptadores de fios furtados.

O órgão disse ainda que, por meio da Superintendência de Polícia Regional Metropolitana (SPRM), a polícia criou a “Operação Vastum”, que tem como objetivo fiscalizar o comércio ilegal de material reciclado em toda a Região Metropolitana da Grande Vitória.

“Ela foi conduzida em julho, resultando na condução de 13 indivíduos para delegacias e na apreensão de mais de duas toneladas de fios de cobre, alumínio e outros materiais”, informou em nota.

Já a Polícia Militar disse que realiza policiamento ostensivo constante em toda Grande Vitória, em conjunto com as Guardas Municipais e Polícia Civil.

O serviço é feito nos principais locais de receptação, conhecidos como “ferro-velho”.

A PM também pediu para que a população colabore acionando uma viatura, via Ciodes (190).

Flagrante

Imagem ilustrativa da imagem Fios roubados no ES somam mais de 300 quilômetros em um ano
|  Foto: Dayana Souza/AT - 21/06/2019

Preso ao subir em poste

Um homem, que não teve a identidade revelada, foi preso após subir em um poste de energia para tentar cortar os fios. O crime aconteceu na tarde do último domingo (17), em Santa Lúcia.

Segundo informações da Guarda Municipal de Vitória, ele foi pego em flagrante no momento em que tentava cometer o crime.

Com a proximidade da viatura, o suspeito desceu. Os agentes encontraram no bolso da calça dele uma “serrinha”. O material e o detido foram levados para a Delegacia Regional de Vitória.

Análise

Imagem ilustrativa da imagem Fios roubados no ES somam mais de 300 quilômetros em um ano
Thiago Andrade é mestre em Segurança Pública |  Foto: Divulgação

Crime também é um problema social

“Infelizmente, o problema relativo às subtrações de fios de internet se alastram pelos grandes centros do País. As investigações apontam que os autores dos atos são pessoas viciadas em drogas que, para manter o vício, subtraem os fios.

O problema é de segurança pública, pois afeta diretamente o cidadão, uma vez que as empresas acabam repassando o prejuízo ao consumidor. E também é um problema social, pois envolve pessoas em situação de rua.

A pena do crime de furto, neste caso, é baixa. Na hipótese de prisão em flagrante e não pagamento da fiança, geralmente o autor é solto durante a audiência de custódia, passando totalmente uma sensação de impunidade.

Para reduzir os furtos de fios, o aparelho estatal deve agir de forma constante. A integração das forças de segurança é um importante fator.”

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